A seu modo, bem diferente do que os brasileiros estamos acostumados a identificar como um político "bom de voto", a chanceler alemã, Angela Merkel, confirmou uma vez mais nas urnas suas credenciais de líder.
Eleita neste domingo (24) para governar a Alemanha até 2021, ela inicia este quarto mandato fortalecida tanto interna quanto externamente, mas diante de alguns desafios que podem pôr em risco seu legado.
O mais visível e imediato é saber como lidar com a entrada do partido de direita populista AfD (Alternativa para a Alemanha) no Parlamento –até então, a sigla criada em 2013 só tinha representantes nos Legislativos estaduais.
Desde o fim do nazismo, a Alemanha não sabia o que era ter uma legenda declaradamente xenófoba com voz em sua mais importante tribuna.
A AfD pode não ser considerada de extrema direita –esse espectro é ocupado pela agremiação neonazista NPD, que nunca superou a cláusula de barreira nas eleições nacionais. No entanto, possui um perigoso discurso anti-imigração e eurocético, o que será potencializado.