O mês de janeiro é um marco na triste história que cerca os acontecimentos do Holocausto. Mas, ao mesmo tempo, é motivo de celebração para nós, judeus, e para todos aqueles que prezam a liberdade.
O dia 21de janeiro de 1943 assinala a primeira ação no Gueto de Varsóvia contra os nazistas. Esse foi e ainda é tido como grande foco de resistência e combate ao horror que assolava esses pobres seres humanos.
Essa batalha, travada pelos oprimidos, demonstrou a força e gana de lutar pela própria vida, bem mais precioso que possuímos.
O desejo de ter a vida em suas próprias mãos era tanto que a luta se estendeu até maio do mesmo ano. Infelizmente, a batalha não foi ganha, mas a guerra, sim. Dois anos e milhares de mortos depois desse episódio, os soviéticos libertaram o Campo de Auschwitz, onde encontraram um quadro desolador.
Era 27 de janeiro de 1945, data instituída há oito anos pela Organização das Nações Unidas como um meio de prestar uma homenagem às milhares de vítimas que pereceram nesse capítulo sombrio e recente de nossa história
Mais do que uma mácula, o que extraímos como lição desse período em que o homem não se comportou como um ser humano, tampouco como um animal, pois esse mata não por prazer e sim para sobreviver, é de que temos o dever de contar, mostrar e tornar tudo isso o mais próximo possível de todos.
Esse genocídio não aconteceu há séculos, mas há pouco, muito pouco tempo. Não se tratou de uma guerra para conquistar territórios ou defender reinados, governos, honra. Instaurou-se um regime insano e desmedido que preconizava sua palavra como verdadeira e exclusiva, e seu propósito era espalhar ódio.
Imbuídos de valores com os quais pactuamos, que são a busca pela paz, diálogo, justiça, combate ao antissemitismo, o Congresso Judaico Latino-Americano em maio do ano passado, levou um grupo de jornalistas de renomados veículos de comunicação da América Latina para uma visita a esse mundo, propiciando a eles a oportunidade de conhecer e ver ‘in loco’, o que aconteceu nessa época e transmitir a um público maior, essa real história, para que ninguém mais ouse desmentir o que de fato aconteceu. Essa é a prova viva. Não há o que retrucar.
Independente de raça, credo devemos sempre nos erguer diante de uma voz que pretenda nos tirar os bens mais preciosos que possuímos, nossa liberdade e a vida.
Que possamos honrar a memória daqueles que perdemos, lutando para combater tudo aquilo que os vitimaram.
Jack Terpins é presidente do Congresso Judaico Latino-Americano