IDF anunciou nesta quarta-feira que cerca de 30% da Faixa de Gaza foi transformada em uma “zona de segurança
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Em comunicado, militares israelenses informaram que já atingiram cerca de 1.200 'alvos terroristas' pelo ar e realizaram mais de 100 'eliminações seletivas'
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Em comunicado, os militares israelenses informaram que, desde a retomada de sua ofensiva na Faixa de Gaza em 18 de março, após um cessar-fogo de dois meses, já atingiram cerca de 1.200 “alvos terroristas” pelo ar e realizaram mais de 100 “eliminações seletivas”.
A escalada das operações israelenses em Gaza tem provocado reações de organizações humanitárias. A MSF, que perdeu 11 colaboradores no enclave desde o início da guerra, afirmou que os ataques israelenses mais recentes demonstram "um flagrante desprezo pela segurança dos trabalhadores humanitários e médicos em Gaza".
— Assistimos em tempo real à destruição e ao deslocamento forçado de toda a população de Gaza — declarou Amande Bazerolle, coordenadora de emergências da MSF, acrescentando que a resposta humanitária está “gravemente obstruída pela insegurança constante e pela escassez crítica”.
“Pedimos às autoridades israelenses que acabem imediatamente com o cerco desumano e mortal imposto a Gaza, que protejam as vidas dos palestinos, assim como as dos trabalhadores humanitários e médicos, e que trabalhem em conjunto com todas as partes para restabelecer e manter um cessar-fogo”, afirmou a organização em comunicado.
Pressão militar de Israel
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defende que a pressão militar crescente é a única maneira de forçar o Hamas a libertar os reféns que permanecem presos em Gaza. Os reféns foram capturados durante o violento ataque do grupo terrorista no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra no território.
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Israel também impede a entrada de qualquer ajuda humanitária na Faixa de Gaza e, segundo a MSF, os estoques de alimentos, combustíveis e medicamentos estão esgotados.
Para Bazerolle, “não se trata de um fracasso humanitário, mas sim de uma escolha política e de um ataque deliberado contra um povo”.