Hoje em dia o Rabino Nissan Ben Abraham, mora em ShilĆ³ em Shomron (SamĆ”ria), estĆ” casado e Ć© pai de 12 crianƧas. “No inĆcio trabalhei como professor no ishuv (pequenos vilarejos onde vivem famĆlias de colonos em JedĆ©ia e SamĆ”ria)e tambĆ©m fazia serviƧos como Sofer Stam (pessoa capacitada pelo Rabinato para escrever objetos sagrados, como Tefilin, Mezuzot, Miguilot, Sefer TorĆ”).
Hanani Blaich – jornal Kav Itonut – Shevii -
TraduĆ§Ć£o: David Salgado 24/01/2012
Entrevista com o Rabino Nissan ben Abraham
Lugar: a cidade de Barcelona na Espanha.
Tempo: aproximadamente 500 anos atrƔs.
Hanani Blaich – jornal Kav Itonut – Shevii -
TraduĆ§Ć£o: David Salgado 24/01/2012
Entrevista com o Rabino Nissan ben Abraham
Lugar: a cidade de Barcelona na Espanha.
Tempo: aproximadamente 500 anos atrƔs.
Um grupo de pessoas entrou em segredo em um dos prĆ©dios nĆ£o tĆ£o aparente em uma ruela a beira da cidade. O trajeto atĆ© o lugar nĆ£o foi fĆ”cil, e o tempo todo se viravam para trĆ”s para ver se as pessoas que os perseguem, nĆ£o estavam nos seus rastros. As dezenas de pessoas que se amontoaram no sĆ³tĆ£o do prĆ©dio, nĆ£o chegaram ali juntas. Cada uma veio de seu prĆ³prio lugar, e atĆ© mesmo tentou aumentar o trajeto o quanto possĆvel, e tudo para esconder o destino e o objetivo de sua ida atĆ© ali.
Eles chegaram alĆ com o objetivo de participar de uma aula de TorĆ”, o que era proibido a eles de acordo com as regras que lhes foram impostas pelo governo em seu paĆs. Eles eram os “anussim”. Os judeus “anussim” eram, como sabemos, judeus para todos os efeitos, que escondiam em pĆŗblico sua religiĆ£o, apĆ³s restarem-lhes somente duas opƧƵes: ou abandonar sua terra natal, a Espanha, ou converter-se ao catolicismo e abandonar sua religiĆ£o, e assim poderiam ficar na Espanha e viver por longas e longas geraƧƵes.
A maioria dos judeus que respeitavam a lei, optaram obviamente, por abandonar o paĆs. PorĆ©m, muitos deles resolveram aceitar a segunda opĆ§Ć£o e converteram-se, mas apenas de modo aparente, e as escondidas, estes judeus continuavam a praticar as mitzvot (preceitos de D-us), e sĆ£o eles os denominados “anussim”.
Hoje em dia, Sefarad (Espanha em hebraico) e outros paĆses ao seu redor, estĆ£o repletos de pessoas que afirmam ser descendentes dos tais “anussim” (bnei anussim – descendentes de marranos ou anussim). Grande parte deles, atĆ© mesmo, sustentam a prĆ”tica, durante geraƧƵes, de alguns costumes, como acendimento das velas e outros, e isso para provar que eles sĆ£o realmente descendentes dos “anussim”.
PorĆ©m, obviamente, devido os anos que se passaram, jĆ” nĆ£o Ć© mais possĆvel comprovar quem realmente Ć© filho de uma famĆlia judaica de anussim e que nĆ£o tenha se assimilado durante essas geraƧƵes. O Rabino Nissan ben Abraham, ele prĆ³prio Ć© descendente dos “anussim”. Quando ele descobriu esta realidade, fez de tudo para retornar as suas raĆzes judaicas anteriores.
Ele viajou para Israel, ficou por aqui por alguns anos, e finalmente fez a conversĆ£o de acordo com a “HalachĆ”” (lei judaica) e hoje Ć© um judeu temente aos cĆ©us e respeita as leis. HĆ” dois anos atrĆ”s, comeƧou o Rabino ben Abraham, a ocupar a funĆ§Ć£o de “Rabino dos descendentes de Anussim”, esta funĆ§Ć£o Ć© muito especial, pelo interesse e a sede que existe entre os “bnei anussim”, em aprender e conhecer mais sobre o judaĆsmo, a religiĆ£o que seus antepassados respeitavam e pertenciam e que tiveram de abandonar para nĆ£o perder suas vidas. “Nasci no ano 5718 (1948) em Maiorca.
Maiorca, explica o Rabino Nissan ben Abraham, Ć© um ilha no Mar MediterrĆ¢neo, em frente as praias espanholas e faz parte do territĆ³rio nacional espanhol. Ć um paraĆso turĆstico visitado por muitos turistas o tempo todo. A cerca de 600 anos, houveram em Maiorca levantes anti-judaicos, partindo dos habitantes catĆ³licos da ilha.
Nesses levantes, a comunidade judaica foi praticamente dizimada. Quase todos os judeus foram mortos e os que sobreviveram resolveram converter-se ao catolicismo, mas Ć© claro que os seuscoraƧƵes continuavam judeus e tentavam, a medida do possĆvel, continuar praticando o judaĆsmo as escondidas. AtĆ© o ano de 1661 existem comprovaƧƵes claras de que os “anussim” praticavam o judaĆsmo na ilha de Maiorca.
E isso Ć© possĆvel aprender de um simples fato – atĆ© entĆ£o a InquisiĆ§Ć£o praticava os Autos de FĆ© contra os “anussim” em Miorca. No ano 1690 morreram 36 judeus anussim pela mĆ£o dos inquisidores em um Auto de FĆ©, situaĆ§Ć£o que deixou os anussim sobreviventes e que ainda resistiam, em uma situaĆ§Ć£o difĆcil e eles procuraram, a partir daĆ, nĆ£o mais “irritar” os inquisidores. Assim, a partir desta data, nĆ£o houveram mais Autos de FĆ©, o que presumi que nĆ£o haviam mais judaizantes (pessoas que praticavam o judaismo) na ilha.
A comunidade de descendentes de “anussim” de Maiorca hoje em dia tem cerca de 10000 pessoas. Ć nessa comunidade que cresceu o Rabino Nissan ben Abraham atĆ© seus 20 anos. “Todos os descendentes de “anussim” que vivem na ilha hoje, sĆ£o catĆ³licos fervorosos, porĆ©m eu pessoalmente sou considerado entre os habitantes da ilha judeu, e Ć© melhor que seja assim.
O tempo todo os catĆ³licos nos consideravam como judeus, na igreja chamavam os “anussim” de “judeus” e os chingavam. Apesar de nĆ£o termos nunca sofrido nenhuma violĆŖncia fĆsica, sempre fomos tratados diferentes e com inferioridade pelos habitantes catĆ³licos da ilha. “Pelos sobrenomes, que sĆ£o exatamente 14 essas famĆlias, era possĆvel saber quem eram os “anussim”, e essa separaĆ§Ć£o clara persistiu por mais de 500 anos. Apesar de algumas outras famĆlias teram se misturado com os catĆ³licos da ilha, essas 14 famĆlias especĆficas foram discriminadas e nĆ£o conseguiram se livrar de seu carma, e eu digo graƧas a D-us”. “Meu pai, foi um dos primeiros que se casou com uma mulher fora do grupo, fora da comunidade apĆ³s 600 anos que eles nĆ£o se misturavam.
Assim, ficou claro que para que eu me tornasse judeu de fato, teria que passar pela conversĆ£o, o problema Ć© que naquela Ć©poca eu nĆ£o sabia disso. No ano 1970 fundaram na ilha uma comunidade judaica da linha conservadora, mas que os judeus pareciam mais ortodoxos que conservadores. Passei a frequentar a comunidade, depois que os seus membros me receberam de braƧos abertos.
O rabino Ben Abraham tinha entĆ£o somente 14 anos, e os membros da comunidade estavam preocupados com o que poderia pensar o governo da ilha, e no que estariam “doutrinando” aquele rapaz de 14 anos.
Logo, pediram a ele que trouxesse uma autorizaĆ§Ć£o de seus pais para fazer parte nas oraƧƵes, eventos e festas comunitĆ”rias. Quando o rabino contou a seus pais sobre sua frequĆŖncia nas atividades da comunidade, eles nĆ£o responderam e ele entĆ£o, entendeu que o fato de nĆ£o opinarem era uma autorizaĆ§Ć£o para continuar frequentando.
“Quando terminei o meu serviƧo militar em Maiorca com 20 anos, fiz minha Aliah (imigraĆ§Ć£o para Israel), e fui viver na cidade de Afula onde estudei durante um longo tempo para fazer o meu Guir (conversĆ£o). Quando terminei o meu processo de conversĆ£o, continuei para os estudos de rabinato e consequentemente ao final deste recebi a SemichĆ” (documento formal) de Rabino do Rabinato Chefe de Israel”.
Hoje em dia o Rabino Nissan Ben Abraham, mora em ShilĆ³ em Shomron (SamĆ”ria), estĆ” casado e Ć© pai de 12 crianƧas. “No inĆcio trabalhei como professor no ishuv (pequenos vilarejos onde vivem famĆlias de colonos em JedĆ©ia e SamĆ”ria)e tambĆ©m fazia serviƧos como Sofer Stam (pessoa capacitada pelo Rabinato para escrever objetos sagrados, como Tefilin, Mezuzot, Miguilot, Sefer TorĆ”).
Hoje em dia trabalho na OrganizaĆ§Ć£o Shavei Israel presidida por Michael Freund, a cerca de dois anos. Viajo durante duas semanas todo mĆŖs, nesse curto espaƧo de tempo tenho que estar em quatro ou cinco cidades diferentes, encontrar-me com descendentes de “anussim”, ensinar-lhes judaĆsmo e suas leis. Explico-lhes o que Ć© o povo de Israel e qual o objetivo de cumprir as Mitsvot.
ConheƧo, portanto, essas pessoas e posso afirmar que existem entre eles, famĆlias inteiras que tem casa cem por cento kasher, mas que nĆ£o sĆ£o famĆlias judias de acordo com a halachĆ”, ainda”. O Rabino Ben Abraham afirma tambĆ©m que existe uma diferanƧa primordial entre as comunidades de “anussim” da Espanha e da Ilha de Maiorca. Maiorca era um lugar fechado, que deixa claro que os “bnei anussim”, casaram-se somente entre si, endogamia mesmo, e na minha opiniĆ£o 99% dos descendentes de “anussim” na ilha sĆ£o judeus mesmo, tanto que inĆŗmeras vezes nĆ£o pude sequer pedir-lhes que acendam a luz pra mim no Shabat.
Entretando, os benei “anussim” da Espanha, talvez tenham preservado alguns costumes, mas nĆ£o existe porĆ©m, nenhum testemunho de que tenham se casado entre si, ou que a mĆ£e sempre se manteve judia. Por isso digo, na minha opiniĆ£o, que ao contrĆ”rio de Maiorca, 99% dos descendentes de “anussim” na Espanha nĆ£o sĆ£o judeus de acordo com a “HalachĆ””.
Especialmente na Ilha de Maiorca, onde existe um nĆŗmero grande de pessoas que pertencem ao grupo de descendentes dos “anussim”, e eles sĆ£o quase que certamente judeus, essas pessoas nĆ£o tem nenhuma intenĆ§Ć£o ou vontade de retornar a cumprir as mitzvot e isso porque? Eles ainda tem muito medo! Mesmo apĆ³s, centenas de anos eles ainda tem muito medo.
Explica o rabino Ben Abraham: “este medo existe sem nenhuma dĆŗvida, mas nĆ£o deveria existir por que nĆ£o tem nenhuma lĆ³gica, quando falo sobre esse assunto com os anussim, eles negam completamente, e pra mim essa Ć© a prova, pois eles tem medo do que dirĆ£o os seus vizinhos.
Eu, obviamente, nĆ£o posso andar pelas ruas dizendo para os bnei anussim voltarem a cumprir as mitzvot, Ć© possĆvel apenas dar aulas para aqueles poucos que nos procuram, na esperanƧa de que eles divulguem e espalhem o que aprendem para as outras famĆlias de bnei anussim e quem sabe assim possamos trazer mais e mais almas judias que estĆ£o afastadas da prĆ”tica das mitzvot.
meus comprimentos aos Senhores , meu nome Ć© Jonathas Carlos Silva de Almeida ,tenho 32 anos e queria saber se poderia ter alguma ajuda em relaĆ§Ć£o a meus antepassados.
ResponderExcluirminha avĆ³, Ć© falecida e Ʊ tenho muitas informaƧƵes sobre antepassados o seu nome Maria da ConceiĆ§Ć£o de Almeida e seu pai CELESTINO DE ALMEIDA DA SILVA que Ʊ concigo encontrar registro algum , no caso eu queria mesmo Ć© saber se poderia de alguma forma retornar as minhas origens , amo muito o povo de ISRAEL e sua origens e creio que meu avo deva ter vindo de Portugal se houver alguma forma de ajudar a realizar esse Sonho que hj parece impossĆvel serei muito grato!
21 98448-7643
jonathaslive1987@gmail.com
shalom para todos e um bom fim de ano..
Grato por seu comentĆ”rio. Sugerimos que vc faƧa sua Ć”rvore genealĆ³gica, faƧa nesse link
ResponderExcluirhttps://www.myheritage.com.br/?utm_source=ppc_google&utm_medium=cpc&utm_campaign=mh_search_br_pb_des_web_exact_family-tree&utm_content=292296832793&utm_term=%C3%A1rvore+geneal%C3%B3gica&tr_camp_id=1539231039&tr_ad_group=family-tree&tr_ag_id=57449153503&tr_placement=&tr_device=c&tr_account=799-762-7101&keyword=&tr_size=&gclid=CjwKCAjwmf_4BRABEiwAGhDfSaxRF7Q0_MF5CPaBjxCKHrt7q5IeiSetc9R9DRbLkdpkqObbRjKkqRoCnn4QAvD_BwE