Um ataque israelense matou duas pessoas na faixa de Gaza logo depois de o emir do Qatar ter encerrado a sua visita ao território. Foi a primeira vez que o governo do movimento radical islâmico Hamas, que domina Gaza, recebeu a visita de um chefe de Estado.
Um porta-voz do governo israelense chamou a visita de assustadora. O Qatar mantém laços diplomáticos de baixo nível com Israel e hospeda uma base militar americana, além de ser rico em gás e petróleo. Com essa visita, o emir Hamad bin Khalifa al Thani, deu seu apoio ao Hamas, qualificado por vários governos ocidentais, inclusive os EUA, como terrorista.
Conforme Israel, os dois homens mortos logo após a saída do emir estavam armados e se preparavam para lançar um foguete contra o território israelense. Outros seis foguetes foram atirados ao longo do dia, ainda de acordo com o Exército judaico. O ataque, argumentou, foi uma retaliação contra ataques anteriores, incluindo um que feriu um oficial na fronteira de Gaza.
O Hamas tomou o controle de Gaza à força em 2007. Graças a um embargo imposto pelos israelenses, o território está praticamente isolado. O objetivo do embargo, segundo Israel, é controlar o acesso a armas.
O emir chegou a Gaza ao lado da mulher e de uma grande delegação vindo do Egito e adentrou a região pela cidade de Rafah, onde foi recebido pelo chefe de governo do Hamas, Ismail Haniyeh, em cerimônia oficial. Os ministros de governo do Hamas também participaram do evento.
A visita faz parte da agenda de aproximação do Qatar com a faixa de Gaza. Entre outros pactos de apoio mútuo, Al Thani promete trazer U$ 250 milhões (R$ 506 milhões) para o Hamas para ajudar na administração dos problemas de pobreza da área, que sofre bloqueio econômico por parte de Israel.
"Hoje declaramos vitória sobre o bloqueio por meio dessa histórica visita", disse Haniyeh. "Obrigado, emir, obrigado, Catar, por essa nobre posição árabe."
