
"Em favor de um governo de unidade, estou desistindo da rotatividade. É muito mais importante para mim que haja unidade no país; que não haja outra eleição e que este país possa dar início a um processo de cura em favor de prioridades nacionais", disse ele
A decisão de Lapid ocorre em dia de grande agitação política, com os novos membros do Knesset se preparando para tomar posse após as eleições de 17 de setembro.
Lapid acusou Netanyahu de "tentar de tudo para arrastar o país para novas eleições". Dias antes, Lapíd defendia uma rotatividade no cargo de primeiro-ministro e a posse do líder do seu partido Benny Gantz. "Nesse governo haverá uma rotação. Benny Gantz será o primeiro-ministro nos primeiros dois anos. Não há outra opção. Somos o maior partido e Netanyahu está no meio de audiências na justiça", afirmou. "Nós não vamos fazer parte de um governo com um primeiro-ministro que foi indiciado ou está enfrentando acusações sérias (na justiça)".
Também se dirigindo ao seu partido, Gantz disse que Netanyahu agora é "o único obstáculo" a um governo de unidade envolvendo o Azul e Branco e o Likud, e que a ampla plataforma desse "governo de unidade liberal" já foi acordada pelas partes.
"Israel precisa de um primeiro-ministro que possa atender às necessidades de seus cidadãos, não de suas dificuldades legais, mas um governo de unidade, e não um governo de imunidade", disse ele.
"A equipe de negociação do Azul e Branco cancelou a reunião - programada para ontem entre Netanyahu e Gantz -, porque Lapid fez com que Gantz desistisse do encontro, com o objetivo de arrastar o país para as eleições. Lapid não quer uma rotação entre Netanyahu e Gantz, mas sim entre ele e Gantz", disse o Likud em nota ontem, depois que as negociações entre as duas partes foram suspensas. O Likud se referia a um suposto acordo entre Gantz e Lapid, em que o líder do Azul e Branco assumiria as funções de premier num primeiro mandato de dois anos e, depois, assumiria o próprio Lapid.
O presidente Reuven Rivlin havia sugerido um governo de unidade no qual o poder seria dividido igualmente entre Netanyahu e Gantz, que serviriam por dois anos como primeiro-ministro. Rivlin sugeriu, mas não especificou, que Netanyahu tiraria uma licença por tempo indeterminado se ou quando ele for indiciado em uma ou mais das acusações que ele enfrenta. Nesse caso, de acordo com a sugestão de Rivlin, Gantz, como "primeiro-ministro interino" assumiria as funções no lugar de Netanyahu.
Mas as duas partes não conseguiram chegar a um acordo sobre quem assumiria as funções primeiro. Se nada mudar nas posições do partido, espera-se que Netanyahu diga a Rivlin que ele é incapaz de formar um governo majoritário. Provavelmente, Gantz terá a chance de formar uma coalizão.
A reunião de hoje entre Netanyahu e Avigdor Liberman, do Israel Nossa Casa (Yisrael Beytenu) terminou sem nenhum acordo. Israel Nossa Casa afirmou que ficou claro ao primeiro-ministro que, à luz dos desafios econômicos e de segurança, um governo de unidade é a melhor opção. "O caminho certo para formar um governo é criar conjuntamente princípios fundamentais entre Yisrael Beytenu, Likud e Azul e Branco", diz a nota do partido de Liberman.