P
A Irmandade Muçulmana do Egito afirmou nesta segunda-feira que o ataque a policiais egípcios na península do Sinai, na noite de domingo, "pode ser atribuído" à Mossad, agência internacional do serviço secreto de Israel. Para os islâmicos, a intenção do órgão israelense é desestabilizar o governo de Mohammed Mursi.
Em comunicado, a entidade, a que o presidente pertence, afirmou que os agentes do Estado judeu tentam abortar a revolução iniciada com a queda do ex-ditador Hosni Mubarak, em 2011, e que "é imperativo rever as cláusulas" do acordo entre Egito e Israel.
"Este crime pode ser atribuído à Mossad, que está tentando abortar a revolução desde o seu início e a prova disso é que deu instruções aos cidadãos sionistas para abandonar o Sinai dias atrás".
"Isso chama atenção ao fato de que o Sinai não está suficientemente protegido, o que faz imperativo que revisemos as cláusulas do acordo entre nós e a entidade sionista".
Mais cedo, os militares chamaram os militantes islâmicos de "infiéis" e disseram que sua impaciência com a instabilidade no Sinai se esgotou.
A desmilitarização do Sinai é um dos pilares do histórico acordo de paz de 1979 entre Israel e o Egito.
No último ano, porém, bandidos beduínos, radicais islâmicos e militantes palestinos da vizinha Gaza têm aproveitado o vácuo militar na região, conturbando ainda mais as já precárias relações entre Israel e Egito.
Durante a madrugada, o Egito fechou a fronteira com Gaza, interrompendo o único ponto de trânsito para a maioria dos palestinos desse território.
ATAQUE
O ataque ao posto militar egípcio aconteceu na noite de domingo, deixando pelo menos 16 mortos. Após a ação, os atiradores roubaram dois veículos militares e tentaram atravessar a fronteira para Israel. Fontes disseram que 16 policiais egípcios foram mortos e seis foram feridos. Não houve israelenses feridos.
O governo israelense informou que uma de suas aeronaves disparou contra um dos veículos e que o outro explodiu na travessia da fronteira. De acordo com os agentes, militares rastrearam a área e alguns dos militantes foram mortos.
"Os terroristas que mataram os homens de segurança do Egito confiscaram dois veículos militares egípcios e tentaram invadir a fronteira de Israel", disse no Twitter Ofir Gendelman, porta-voz de Binyamin Netanyahu.
Não houve reivindicação imediata da autoria, mas a televisão estatal egípcia informou que um grupo militante islâmico estaria por trás dos ataques.