Marra

Marra

magal53
0

A histĆ³ria e as origens da famĆ­lia Marra


Por Mariel MƔrley Marra

INTRODUƇƃO
Esta pesquisa tem por objetivo trazer informaĆ§Ć£o sobre a histĆ³ria e as origens da famĆ­lia Marra. Trata-se de uma ampla pesquisa em fontes bibliogrĆ”ficas e sites da internet, tendo em vista colher dados suficientes sobre esta augusta famĆ­lia de origem judaica, que pela GraƧa de Deus cresceu e se espalhou pelo mundo, chegando atĆ© o Brasil fugindo da terrĆ­vel inquisiĆ§Ć£o na Europa por volta dos sĆ©culos XV e XVI.
ORIGENS DA FAMƍLIA MARRA
FamĆ­lia de origem judaica parte italquita (judeus da ItĆ”lia) e parte sefaradita. Sendo a Ćŗnica referĆŖncia existente da mesma com tal sobrenome alusiva ao fato de que seus ancestrais se estabeleceram na ItĆ”lia ao fugirem da inquisiĆ§Ć£o espanhola por volta dos sĆ©culos XV e XVI; Onde acabaram ficando conhecidos unicamente como MARRA.
De acordo com alguns genealogistas, o sobrenome Marra tem origem em NĆ”poles, na ItĆ”lia. Alguns membros dessa famĆ­lia foram para Portugal, tal como Andrea Marra (AndrĆ© Marra), que foi violinista e compositor, napolitano, que foi para Lisboa, contratado para o serviƧo da CĆ¢mara e Capela Real, a partir de 1750.
MARRA em termos gerais significa clareira em vinhedos ou olivais e tambĆ©m Ć© a parte do instrumento cortante, oposto ao gume, fio da lĆ¢mina. Desse modo deu-se tambĆ©m origem a expressĆ£o popular “Na Marra” que significa algo difĆ­cil feito geralmente com muita garra e forƧa de vontade.
No tocante a origem da linhagem israelita desta famĆ­lia, o que se pode constatar Ć© que durante muito tempo na Espanha, este sobrenome de famĆ­lia formava na verdade um sobrenome composto, constituindo uma Ćŗnica famĆ­lia ligada aos Lopez, antes de alguns membros dessa mesma famĆ­lia fugirem da Espanha para escapar da inquisiĆ§Ć£o e se estabelecerem na ItĆ”lia.
No caso especĆ­fico do sobrenome composto, formado pela uniĆ£o de uma palavra proveniente do hebraico com uma palavra proveniente do castelhano / portuguĆŖs era conhecido como MARRA-LOPEZ.
O que automaticamente leva a crer que o mesmo na verdade constitui um apelido de famĆ­lia adotado por um ramo dos antigos LOPEZ / LOPES espanhĆ³is, ou vice-versa, e nesse caso constata-se que a origem da famĆ­lia MARRA tem sua ligaĆ§Ć£o como sendo parte da histĆ³ria da famĆ­lia LOPEZ  / LOPES, que na verdade tambĆ©m Ć© uma referencia a antiga histĆ³ria judaica sefaradita da famĆ­lia MARRA.
Sobre a famĆ­lia LOPEZ / LOPES, da qual em parte descende os ”LOS DA MARRA” (OS MARRA), tal como era entĆ£o conhecida tal famĆ­lia no perĆ­odo de transiĆ§Ć£o da idade mĆ©dia para idade moderna e antes da fuga de parte de seus membros fugindo da inquisiĆ§Ć£o para a ItĆ”lia, sabe-se que LOPEZ / LOPES sĆ£o sobrenomes de comprovada origem judaica sefaradim e anussim, sendo seus membros descendentes da fusĆ£o de um ramo da famĆ­lia Ha-Levy (Levitas) com uma famĆ­lia originĆ”ria da antiga tribo de Benjamim (Benjamitas).
O nĆŗcleo original da famĆ­lia surgiu na cidade de Toledo, onde estavam divididos em quatro ramos, que adotaram, por volta do sĆ©culo XIV, os seguintes sobrenomes compostos, formados por palavras hebraicas e espanholas: Abenlupiel, Abenlupe, Abenlopi e Levy-Lobo.
As origens judaicas dessa famĆ­lia que estĆ” ligada a antiga tribo de Benjamim, ela Ć© explicada pelo comentĆ”rio do sĆ”bio judeu sefaradita Abram Ibn Daud, o qual afirma que tanto a cidades de MĆ©rida, MĆ”laga, Sevilha e Toledo teriam sido fundadas por descendentes das tribos de JudĆ” e Benjamim, sobre isso diz ele: ”Sobre os ancestrais dos Abenlupe, Abenlupiel, Abennunez, Abensala,…,Abenlupiel, Abenlupe, Abenlopi,…, Eram seus habitantes descendentes de JudĆ” e Benjamim, todos vindos de JerusalĆ©m, a Cidade Santa, e nĆ£o de aldeias rurais!’‘.
Como Lobo em latim Ć© Lopo, eles por derivaĆ§Ć£o acrescentaram o sufixo espanhol EZ final, que em Portugal virou ES. Surgindo assim os sobrenomes Lopez e Lopes.
Existem outros ramos dessa famƭlia mais ligado ao parentesco sacerdotal, que depois vieram a adotar tambƩm o sobrenome comum Lopes, e estes foram as famƭlias: Levi; Levin; Ley; Loreti; Lorete; Lorette; Loreto.

Na ascendĆŖncia judaica dos Lopes / Lopez, predominava mais ancestrais originĆ”rios da tribo de Benjamim sobre os Ha-Levy, sendo por isso que eles adotaram um apelido de famĆ­lia derivado da palavra latina para Lobo = Lopo.
E por que o Lobo? Ɖ bastante simples, pois o sĆ­mbolo do estandarte dessa tribo quando os antigos hebreus deixaram o Egito, sob o comando de MoshĆŖ RabĆŖnĆŗ (MoisĆ©s, nosso mestre) e montavam acampamento nos desertos por onde os israelitas vagaram por quarenta anos, o sĆ­mbolo era um Lobo. E por essa razĆ£o tambĆ©m que no brasĆ£o da famĆ­lia Lopes / Lopez, encontram-se desenhados dois lobos em posiĆ§Ć£o de ataque.
O sĆ­mbolo do lobo adotado pelos descendentes da tribo de Benjamim, como os sefaradim e anussim Lopes e Lopez, estĆ” associado Ć  benĆ§Ć£o dada por JacĆ³ a seu filho caƧula antes de morrer, como pode ser visto em GĆŖnesis 49:27 que diz “Benjamim Ć© como um lobo feroz; de manhĆ£ devorarĆ” a vĆ­tima e de tarde repartirĆ” as sobras.”
JĆ” adoĆ§Ć£o dos sufixos EZ e ES em muitos sobrenomes adotados pelos descendentes de judeus sefaradim e anussim, isso se deve ao fato de que tais sufixos tradicionais EZ/ES eram adotados no final dos sobrenomes pelos judeus, chamados de cristĆ£os-novos apĆ³s o batismo forƧado pela InquisiĆ§Ć£o na igreja catĆ³lica.
Ele representa uma antiga sigla usada como cĆ³digo de identificaĆ§Ć£o e de seguranƧa entre os judeus sefaradim / anussim na Ć©poca das perseguiƧƵes da inquisiĆ§Ć£o, significando essa sigla judaica Ć  expressĆ£o hebraica Eretz Yisrael = Terra De Israel, para indicar que uma pessoa descende do povo de Israel.
Em suma o que se pode depreender Ć© que a famĆ­lia MARRA / MARRAS ( MARRA-LOPEZ) pertence ao conjunto de famĆ­lias  marranas ou anussim, descendetes dos antigos judeus sefaradim, que resistiram as ondas de conversƵes forƧadas ao catolicismo, instauradas na Espanha  e Portugal a partir dosprogroms, ou matanƧas coletivas de judeus, entre 1391 e 1411, e que devido a isto fugiram da IbĆ©ria e se refugiaram na ItĆ”lia para escapar das perseguiƧƵes da inquisiĆ§Ć£o.
Porem ao se recuar mais no tempo, no perĆ­odo compreendido entre final da AntigĆ¼idade e o inicio da idade media atĆ© a conquista Ć”rabe muƧulmana da penĆ­nsula IbĆ©rica, consegue-se obter mais dados sobre as origens da famĆ­lia MARRA.
Descobre-se, por exemplo, que a palavra que a originou designava um conjunto de sobrenomes de famĆ­lias de judeus sefaraditas, que viviam na HispĆ¢nia(Espanha) MuƧulmana, e que fora tirada a partir da lĆ­ngua berbere, a qual juntamente com o Ć”rabe eram falados pelos conquistadores mouros vindos da Ɓfrica do Norte.
O atual MARRA pode ser o resultado da transliteraĆ§Ć£o da palavra hebraicoMARRANEH, que em portuguĆŖs significa Tropas, MultidĆ£o, ExĆ©rcito, Acampamento, Campo.
No hebraico o plural de Marraneh Ć© MARRANAYIM / MAHANAIM / MAANAIM, que significa dois acampamentos ou dois exĆ©rcitos em confronto, sendo este o nome que JacĆ³ deu a um lugar situado ao oriente do JordĆ£o, onde os anjos de Deus foram encontrĆ”-lo assim que JacĆ³ se apartou de LabĆ£o e antes de passar o vau de Jaboque em Gn 32:2 (Lugar com Ć”gua no mar, rio ou mangue que se pode passar a pĆ©).
Deu-se tambĆ©m nesse lugar o encontro para estabelecer a linha divisĆ³ria das tribos de Gade e ManassĆ©s conforme Js 13:26 a 30. Este lugar tambĆ©m foi a porĆ§Ć£o de terra que foi dada aos levitas (Ha-Levy) de Merari (Js 21:38). E depois de ser consagrado, este lugar veio a ser cidade fortificada em que Is-Bosete estabeleceu a sede de seu governo (2Sm 2:8). Davi retirou-se para esta cidade, enquanto durou a revolta de AbsalĆ£o que se havia apoderado de JerusalĆ©m (2 Sm 17:24-27).
Outro possĆ­vel resultado para o atual MARRA, segundo alguns genealogistas, vem de DELLA MARRA, os quais viviam em Sainte Opportune la Mare, na regiĆ£o da Normandia/FranƧa durante o sĆ©culo X. Sendo que o nome original dessa linhagem era ”De la Mare”, foi primeiramente transliterado para Della Marra e finalmente para Marra.
Contudo o atual MARRA Ć© tambĆ©m o resultado moderno da transliteraĆ§Ć£o dos antigos sobrenomes judaicos sefaradim em lĆ­ngua berbere MARRACHE/ MARRATXI/MARAXE/MARACHI/MARADJI.
Sendo todas essas variantes do mesmo sobrenome de famĆ­lia, que por sua vez oriundos da palavra berbere MARAIS, que tambĆ©m Ć© um antigo sobrenome judeu sefaradim do qual derivou todos os acima citados, e que significa primitivamente ”aquele que vem dos pĆ¢ntanos”.
A provĆ”vel seqĆ¼ĆŖncia correta de transformaƧƵes fonĆ©ticas sofridas por tal sobrenome atĆ© chegar ao atual MARRA foi a seguinte:  MARAIS virou MARADJI  que virou  MARRATXI, que se tornou MARAXE que se tornou MARRACHE, que virou MARACHI e que se transformou em MARRAS.
Entretanto, embora a famĆ­lia judaica sefaradita que adotou tais apelidos para seu sobrenome MARAIS, quisesse dar a entender que tal sobrenome era de origem berbere e que significava ” aquele que vem do pĆ¢ntano”, para provavelmente evitar perseguiƧƵes, percebe-se entĆ£o que a origem de tais apelidos de famĆ­lia Ć© na verdade hebraico. Tendo em vista que o sobrenome hebraico que originou os apelidos mencionados acima, sido primariamente transliterado para a lĆ­ngua berbere.
No tipo de transliteraĆ§Ć£o de uma sobrenome original hebraico / aramaico usado pelos judeus sefaradim para outra lĆ­ngua, procurava-se sempre adotar palavras da lĆ­ngua em questĆ£o, as quais preservassem em sua estrutura fonĆ©tica o radical ou par invariĆ”vel da palavra equivalente com as consoantes existentes  no sobrenome de famĆ­lia hebraico / aramaico original.
Tal regra era adotada pelos judeus sefaraditas porque nas lĆ­nguas semĆ­ticas como o hebraico, aramaico, Ć”rabe, caldaico, acĆ”dico, amhĆ”rico ou etĆ­ope, etc., quando  os nomes eram grafados na antiguidade, nunca se usavam as vogais, mas apenas as consoantes para transcrevĆŖ-los.
E no caso da palavra berbere que deu origem ao sobrenome MARRA /MARRAS e MARAIS, a mesma Ć© o resultado da transliteraĆ§Ć£o da a Ćŗltima parte do antigo sobrenome hebraico original BEN-MARAƍ. E MARAƍ que Ć© a forma resumida deMARAIYAHƚ, Ć© um termo hebraico que nas BĆ­blias em lĆ­ngua portuguesa aprece transliterado como MERAƍAS. Tais expressƵes em hebraico significam ambas ”levantado por Deus”.
Analisando o texto bĆ­blico, verifica-se no Livro de Neemias, em Ne 12:12, que o ancestral remoto dos antigos  BEN-MARAƍ, depois transformado em MARAIS e atuais MARRAS,  conhecido como MERAƍAS, este era um dos chefes das famĆ­lias sacerdotais ou cohanin que voltaram do exĆ­lio e cativeiro  da BabilĆ“nia.
Conclui-se por tudo pelo exposto acima que a famĆ­lia MARRA/MARRAS, quanto ao seu surgimento na antiguidade, Ć© uma famĆ­lia de origem  sefaradim / anussim descendente em parte dos cohanin e em parte da antiga tribo de Benjamim.
Entretanto apesar de serem de origem sacerdotal (cohahin e levin) os nomes das famĆ­lias que deram origem ao sobrenome MARRA (BEN-MARAƍ, MERAƍAS ,MARAƍ, MARAIYƁHU, MARAIS) nĆ£o sĆ£o precedidos ou seguidos das expressƵes Cohen ou Halevy, devido ao fato de estes prefixos sĆ£o por tradiĆ§Ć£o adotados pelos descendentes masculinos dos sacerdotes do Templo de JerusalĆ©m. PorĆ©m atĆ© a destruiĆ§Ć£o do Templo pelos romanos no ano 70 D.C, Cohen e Levy, nĆ£o tinham funĆ§Ć£o de sobrenome, mas eram utilizados para denominar duas das trĆŖs castas religiosas nas quais se encontra dividido o povo judeu para efeitos de realizaĆ§Ć£o dos rituais da liturgia de culto judaico, sendo essa trĆŖs castas por ordem de importĆ¢ncia: Cohen; Levy e Ben Yisrael.
Os Cohen eram aquelas pessoas descendentes diretas do sumo sacerdote AarĆ£o. Os Levy descendem dos sacerdotes auxiliares os levitas que pertencem Ć  tribo de Levy. Os Binei Yisrael ou filhos de Israel englobam tantos os judeus que nĆ£o conseguem traƧar historicamente sua ligaĆ§Ć£o a uma das demais tribos israelitas como aquelas pessoas que se converteram ao judaĆ­smo e que tambĆ©m sĆ£o chamadas Ben-Abraham, com referĆŖncia as promessas que Deus fez a AbraĆ£o em GĆŖnesis 12: 2-3.
E Ć© justamente devido a essa mesma regra pela qual os nomes adotados pela famĆ­lia sefaradita que deram origem ao sobrenome MARRA, nĆ£o serem precedidos ou seguidos das expressƵes Cohen ou Ha-Levy, que sĆ£o por tradiĆ§Ć£o eram adotados pelos descendentes masculinos dos sacerdotes do Templo de JerusalĆ©m.
Esta regra tambĆ©m Ć© vĆ”lida para os demais sobrenomes originais das seguintes famĆ­lias de origem judaica sefaradim / anussim que sĆ£o tambĆ©m de linhagem sacerdotal:
Haiym que deu origem por traduĆ§Ć£o aos sobrenomes Vital, Vidal, Vida, VivonesBen-QuerĆ³s que de origem por transliteraĆ§Ć£o aos sobrenomesQueiroz, QueirĆ³is, Queiroga;
Bar Natahn em aramaico ou Ben Natahn em hebraico e que deu origem por transliteraĆ§Ć£o aos sobrenomes Antunez e Antunes;
Cohen Naar ou Naar que deu origem por traduĆ§Ć£o de sua Ćŗltima parte (Naar) aos sobrenomes Ribeiro, Ribeira, Ribeyro, Ribeyra, Rivero; Rivera, Vieira, Vieyra;
Betzur que deu origem por traduĆ§Ć£o ao sobrenome Rocha e por transliteraĆ§Ć£o ao sobrenome Bezerra;
Baruch que deu origem por traduĆ§Ć£o aos sobrenomes Bento e Batista;
Benveniste que deu origem por traduĆ§Ć£o ao sobrenome Benvindo;
Beraca e Brakah que deram origem por transliteraĆ§Ć£o ao sobrenome Braga;
Ha-Levy que significa ” O Levita” e que deu origem por transliteraĆ§Ć£o aos sobrenomes Oliveira ( O -L-V), Levi ,Leivas, Lavor e atĆ© mesmo Vilela que Ć© La Levi = Alevi, em castelhano e escrito de trĆ”s para frente;
Lael que Ć© sobrenome levita e deus origem a Leal que Ć© ele escrito tambĆ©m de trĆ”s para frente;
AbenaƧaya, AbenƧaya, Abencaya, Abenasaya, Aben Sala, AƧaya, AƧa, Asaya, Asa, Ƈaah , que por transliteraĆ§Ć£o originaram as atuais formas Saa / SĆ”;
RemaliyaĆŗ ou RemalĆ­as que deu origem por transliteraĆ§Ć£o ao sobrenomeRamalho;
Bar Rosh que deu origem por transliteraĆ§Ć£o ao sobrenome Barros;
Gattom que deu origem por transliteraĆ§Ć£o ao sobrenome Gato;
Ben Soussan que deu origem por transliteraĆ§Ć£o de sua Ćŗltima parte aos sobrenomes Sosa, Sousa e Souza;
Hazan que deu origem como forma de apelido de famĆ­lia aos sobrenomesHomem, Hombre , Henriques e Henriquez;
Ben Soher que deu origem por transliteraĆ§Ć£o aos sobrenomesSoeyro,Soeiro,Soares,Suares,Suarez e o galego Xuarez;
Faraira que deu origem ao sobrenome Pereira;
Hacohen Lara que por reduĆ§Ć£o deu origem ao sobrenome Lara;
Cohen Cuna que deu origem por reduĆ§Ć£o e fusĆ£o de Cohen + Cuna ao sobrenome Cunha;
Sekher (guarda do templo) que originou os sobrenomes Sequerra, Siqueira e Cerqueira, etc. E assim por diante.
Devendo-se tambĆ©m aqui ressaltar nas comunidades judaicas de origem ou descendĆŖncia sefaradim existe e sempre existiu um nĆŗmero bastante elevado e atĆ© maior que entre os ashkenazim, de famĆ­lias descendente dos cohanin e levitas.
Os dados sobre as origens judaicas dos sobrenomes citados nesse texto foram colhidos das bibliografias anexo que sĆ£o fontes de pesquisa histĆ³rica-genealĆ³gica para a identificaĆ§Ć£o de famĆ­lias judaicas de origem sefaraditas.

O BRASƃO DA FAMƍLIA MARRA


De acordo com a simbologia herƔldica, os escudos dos brasƵes representam os escudos de guerra, onde os combatentes pintavam suas armas para serem facilmente identificados, e estes podem ter diversas formas.
O BrasĆ£o da famĆ­lia Marra possui um leĆ£o em posiĆ§Ć£o de ataque segurando uma espada e 5 luas-crescentes abaixo dele associadas Ć  fecundidade, dispostos sobre um escudo de formato PortuguĆŖs/Espanhol, pintado com esmalte vermelho significando vitĆ³ria, fortaleza e ousadia.
O esmalte vermelho Ʃ conhecido tambƩm como goles ou gules, recebendo este nome nas armarias da nobreza geral. Quando presente nos escudos dos prƭncipes, passa a ser chamado de marte, enquanto nos brasƵes dos nobres titulados Ʃ chamado de rubi. Este esmalte Ʃ associado com o valor e a intrepidez e obrigava os seus portadores a socorrer os injustiƧados e oprimidos.
O leĆ£o Ć© uma das figuras mais empregadas na herĆ”ldica, sendo encontrado nos brasƵes de inĆŗmeras famĆ­lias e nas armas de diversos paĆ­ses. No campo do brasĆ£o podem aparecer um ou mais leƵes, sendo que o nĆŗmero total nĆ£o pode ser superior a dezesseis.
Nos brasƵes infamados, assim classificados pela prĆ”tica condenĆ”vel do seu dono, caso exista a figura de um leĆ£o, este Ć© representado desprovido de cauda e dentes.
As vezes o leĆ£o aparece composto com outros animais, como a Ć”guia. Neste caso, passa a chamar-se Grifo. Esta peƧa, com a parte superior de Ć”guia e corpo de leĆ£o, Ć© encontrada nos brasƵes de muitas famĆ­lias, como por exemplo dos Bachasson, Dauyat e Doriac.
A presenƧa do leĆ£o no brasĆ£o de armas insinua forƧa, grandeza, coragem, nobreza de condiĆ§Ć£o. TambĆ©m caracteriza domĆ­nio e proteĆ§Ć£o, condiƧƵes que deve ter um superior sobre aqueles que domina.
Nos brasƵes portugueses e espanhĆ³is o leĆ£o representa, em muitos casos, alianƧa com a casa real de LeĆ£o (Espanha) ou concessĆ£o por ela outorgada.

A FAMƍLIA MARRA NA HISTƓRIA MUNDIAL

Segundo consta em alguns registros histĆ³ricos, Robert Marra, foi um forte BarĆ£o no tempo de Roger da Normandia; Duque de Puglie, sendo este o primeiro personagem da famĆ­lia, que constam nos registros da HistĆ³ria. Ele viveu primeiro, na Cidade de Ravello e depois migrou para as Cidades de Barletta, NĆ”poles, Messina, Capua, Sissa e Somma onde ele foi concedido para nobreza. Na realidade ele tinha possuĆ­do 1050 posses feudais, 2 municĆ­pios, 1 marquinata, e 2 ducados.
Angelo Marra era vice-rei do reino, para o Imperador Frederick II e GuardiĆ£o da Tesouraria Imperial em 1239.
Gizzolino Marra era o Mestre Racional, conselheiro familiar de Carl I de Anjau; E Risone Marra era o Tesoureiro do mesmo rei.
William Marra era o CapitĆ£o e familiar de Carl II.
Risone II da famĆ­lia de Marra era Vice-rei do Reino, para Robert de Anjau.
Nicholos Marra era Juiz de Calabrin, VigĆ”rio e CapitĆ£o para Rei Robert e Rainha Giovanna I.
Elgin Marra era o cĆ©lebre Condutor de ExĆ©rcito e Vingador do “Massacratore” da sua famĆ­lia, a carnificina aconteceu na Cidade e Barletta.
Matthua Marra era o CapitĆ£o de Salerno.
Angelo Marra era o delegado Cardeal e Papal.
Alexander Marra era o Arcebispo de Santosenesina em 1488.
Vincent Marra era General famoso dos veneziano no 17Āŗ sĆ©culo.
Francis Marra era um cĆ©lebre pintor napolitano, gravador, e escultor em 1700.
Saverino Marra era um Nobre da Cidade de Messina em 1798.
Filho do italiano Giovani MarraJean-Paul Marat estudou medicina em Paris e BordĆ©us, terminando o curso na Inglaterra e doutorando-se em 1775, ano em que publicou o “Ensaio FilosĆ³fico sobre o Homem”. Marat, O Amigo do Povo, foi militante de destaque na revoluĆ§Ć£o francesa.[2]

A FAMƍLIA MARRA NO BRASIL

Na penĆ­nsula IbĆ©rica, chamada de Sefarad, vivia a maior comunidade judaica do globo. Perseguida por motivos polĆ­ticos e religiosos, viu surgir d’alĆ©m mar a esperanƧa para sua existĆŖncia, a colonizaĆ§Ć£o do Novo Mundo. Milhares e milhares de famĆ­lias, dentre elas a famĆ­lia Marra, afluĆ­ram para as AmĆ©ricas e principalmente para o Brasil em busca da liberdade de ser o que eram: judias.
Segundo Lina Gorenstein os estudos sobre o marranismo tem despertado grande interesse. No LaboratĆ³rio de Estudos sobre IntolerĆ¢ncia–LEI da Universidade de SĆ£o Paulo, as pesquisas sobre InquisiĆ§Ć£o, cristĆ£os-novos (MARRANOS) e criptojudaismo no perĆ­odo colonial, dirigidas pela professora Novinsky, mapeiam o Brasil, apresentando um quadro do fenĆ“meno que perdurou quase trezentos anos, marcando a mentalidade brasileira. Com pouquĆ­ssimas exceƧƵes, os  pesquisadores aos quais vou me referir no decorrer deste texto sĆ£o todos pesquisadores do LEI, orientados pela professora Anita Novinsky.
Nos primeiros sĆ©culos da colonizaĆ§Ć£o, os cristĆ£os-novos estabeleceram-se principalmente no Nordeste do Brasil, especialmente na Bahia e em Pernambuco.
Nesse perĆ­odo, o Tribunal do Santo OfĆ­cio da InquisiĆ§Ć£o de Lisboa enviou para a regiĆ£o duas VisitaƧƵes (em 1591-95 e em 1618)[3], alĆ©m da presenƧa constante de funcionĆ”rios da InquisiĆ§Ć£o, comissĆ”rios e familiares, que vigiavam, prendiam e enviavam esses cristĆ£os-novos para Lisboa, onde eram julgados como hereges judaizantes.
Para saber quem eram esses cristĆ£os-novos, as principais fontes sĆ£o os documentos manuscritos do Tribunal do Santo OfĆ­cio da InquisiĆ§Ć£o e os processos de habilitaĆ§Ć£o de genere.[4] Ambos sĆ£o tambĆ©m fundamentais para o estudo da “pureza de sangue” e um dos instrumentos para se conhecer a origem das famĆ­lias. Os Estatutos de Pureza de Sangue[5], legislaĆ§Ć£o de origem econĆ“mica, racista, estabeleceu que os conversos, antigos judeus, (chamados cristĆ£os-novos em Portugal) nĆ£o eram iguais aos cristĆ£os-velhos uma vez que o JudaĆ­smo era transmitido pelo sangue; esses Estatutos foram adotados pela Espanha e Portugal e em todo o impĆ©rio ultramarino.
Desde o inĆ­cio do sĆ©culo XVII os inquisidores iniciaram a composiĆ§Ć£o de um Livro que contivesse o registro dos nomes de todos os portugueses suspeitos de qualquer culpa contra a fĆ© e os costumes. Essa listagem continuou atĆ© a segunda metade do sĆ©culo XVIII. Os nomes dos cristĆ£os-novos naturais do Brasil ou aqui moradores no sĆ©culo XVIII jĆ” se encontram publicados em livro –Rol dos Culpados[6]. Encontramos ali nĆ£o somente os presos, mas tambĆ©m aqueles denunciados como cristĆ£os-novos. A relaĆ§Ć£o mais completa compilada atĆ© agora dos moradores do Brasil, e dos naturais do Brasil presos pela InquisiĆ§Ć£o foi publicada recentemente por Anita Novinsky[7] no livro InquisiĆ§Ć£o: prisioneiros do Brasil (sĆ©c.XVI- XIX).
No sĆ©culo XVI, de duzentos e vinte e trĆŖs (223) prisioneiros, quarenta e nove (49) eram cristĆ£os-novos; no sĆ©culo XVII, do total de oitenta e sete (87) presos, cinqĆ¼enta e nove (59) eram cristĆ£os-novos. No sĆ©culo XVIII foram presos seiscentos e sessenta e trĆŖs (663) brasileiros, sendo quatrocentos e oitenta e quatro (484) cristĆ£os-novos, acusados de heresia judaizante[8], o que demonstra claramente o maior interesse do Santo OfĆ­cio pelos marranos do que por aqueles acusados de outros crimes.
O crime de que eram acusados significava que, segundo os Inquisidores, apĆ³s a conversĆ£o e o batismo, os cristĆ£os-novos continuavam a professar a antiga fĆ© em segredo. Era considerado crime, por exemplo, nĆ£o trabalhar aos sĆ”bados, nĆ£o comer carne de porco, peixe de escamas, mariscos, lebre, rezar as oraƧƵes catĆ³licas sem dizer Jesus no fim, enterrar os mortos em terra virgem e covas rasas e muitas outras prĆ”ticas. Entre as celebraƧƵes mais comuns estava o jejum do Dia Grande (o Yom Kipur) do mĆŖs de setembro, o jejum da rainha Esther, a PĆ”scoa Judaica (Pessach). A crenƧa em um Deus Ćŗnico, a idĆ©ia da salvaĆ§Ć£o pela crenƧa na Lei de Moises, a espera pelo Messias e a rejeiĆ§Ć£o a imagens (feitas de pau e pedra), Ć  idolatria e Ć  alguns dos dogmas cristĆ£os (como a virgindade de Maria e o EspĆ­rito Santo) estavam presentes entre os cristĆ£os-novos.
Todo cristĆ£o-novo confessava haver durante um certo tempo ter tido crenƧa na Lei de Moises para nela salvar sua alma. E, por observĆ¢ncia da dita Lei, praticara determinadas cerimĆ“nias e se comunicara com correligionĆ”rios na dita Lei.
A confissĆ£o era necessĆ”ria para salvar a vida – o processo inquisitorial assim o exigia. PorĆ©m, Ć© certo que, embora nem todos os cristĆ£os-novos fossem criptojudeus, todos conheciam o criptojudaismo e todos tinham uma memĆ³ria do JudaĆ­smo.
Os cristĆ£os-novos da Bahia e Pernambuco no sĆ©culo XVI e inĆ­cio do XVII tem sido estudada por alguns historiadores[9]. O Doutorado recente de Ć‚ngelo de Assis[10] – orientando de Ronaldo Vainfas – sobre a famĆ­lia de Heitor Antunes e Ana Rodrigues, senhores de engenho em Matoim, na Bahia, trouxe contribuiĆ§Ć£o significativa para o tema do criptojudaĆ­smo.  A famĆ­lia Antunes mantinha em seu engenho, ao lado da capela, uma snoga; diziam-se descendentes dos Macabeus bĆ­blicos. Mantinham vĆ”rios costumes judaicos, como abenƧoar os filhos passando a mĆ£o pelo rosto, da cabeƧa ao pescoƧo, rezar oraƧƵes judaicas movimentando o corpo Ć  maneira dos judeus, mostrar repulsa a sĆ­mbolos cristĆ£os, como o crucifixo entre tantos outros. O patriarca jĆ” havia falecido quando o Visitador chegou Ć  Bahia, mas a matriarca e suas filhas foram presas e enviadas para Lisboa, onde Ana, uma anciĆ£ com mais de 90 anos, faleceu nos cĆ”rceres.
ContemporĆ¢neo da famĆ­lia Antunes foi o poeta Bento Teixeira, autor do primeiro poema Ć©pico brasileiro, ProsopopĆ©ia[11], que viveu na Bahia e em Pernambuco no final do sĆ©culo XVI, tema de estudo de Eneida Ribeiro. Conhecedor do Antigo Testamento, quando menino foi ensinado no JudaĆ­smo pela mĆ£e. Chegou a querer se circuncidar, no que foi impedido pelo pai. FreqĆ¼entava a esnoga, onde discutiam o JudaĆ­smo, o papel das mulheres na religiĆ£o, e discussĆ£o de dogmas da Igreja, como a SantĆ­ssima Trindade e a virgindade de Maria.
A Bahia do sĆ©culo XVII foi o tema de Anita Novinsky, com sua obra clĆ”ssicaCristĆ£os-novos na Bahia, onde apresenta o conceito fundamental para a compreensĆ£o do fenĆ“meno do cristĆ£o-novo: o “homem dividido”, dividido entre o mundo catĆ³lico e o judaico[12], conceito que vĆ”rios autores tem adotado como Yovel, Morin, Abensur e tantos outros filĆ³sofos[13] .
Daniela Levy[14] desenvolve pesquisa para o Mestrado sobre ass vicissitudes dos judeus na AmĆ©rica holandesa do sĆ©culo XVII., A histĆ³ria de um povo em busca de uma terra, as dificuldades enfrentadas em uma Ć©poca de profundo anti-semitismo , onde a InquisiĆ§Ć£o deixava aos judeus poucas opƧƵes de moradia entremeiam a  reconstruĆ§Ć£o dessa histĆ³ria. Vivendo em um perĆ­odo de “relativa” tolerĆ¢ncia no nordeste brasileiro ocupado por holandeses, os judeus tiveram que novamente partir, apĆ³s a retomada do territĆ³rio pelos portugueses. Um dos navios que saĆ­ram do Recife, com 23 judeus chegou a colĆ“nia holandesa na AmĆ©rica do Norte de Nova AmsterdĆ£, atual Nova York, esse grupo foi responsĆ”vel pela fundaĆ§Ć£o da primeira colĆ“nia judaica na maior cidade da primeira naĆ§Ć£o realmente democrĆ”tica do mundo.
Para o sĆ©culo XVIII, estudos recentes indicam que os cristĆ£os-novos representavam no mĆ­nimo cerca de 10% da populaĆ§Ć£o livre do perĆ­odo no Nordeste. Em Pernambuco, apĆ³s a expulsĆ£o dos holandeses[15], a aĆ§Ć£o inquisitorial nĆ£o foi intensa (o Tribunal do Santo OfĆ­cio viveu na segunda metade do sĆ©culo XVII um perĆ­odo de retraĆ§Ć£o).
Muitos cristĆ£os-novos haviam saĆ­do de Recife e Olinda e seus arredores e se estabelecido na ParaĆ­ba, regiĆ£o pertencente ao bispado de Pernambuco, onde o Santo OfĆ­cio agiu com mais rigor no sĆ©culo XVIII. No sĆ©culo XVII os cristĆ£os-novos da ParaĆ­ba desfrutavam de uma posiĆ§Ć£o social elevada, mas com a crise da economia aƧucareira entraram em declĆ­nio. No sĆ©culo XVIII ocorreu uma diversificaĆ§Ć£o das atividades produtivas: 37% eram lavradores – cerca de metade cultivando a cana de aƧĆŗcar e os outros dedicados ao plantio do tabaco, da mandioca e gĆŖneros de subsistĆŖncia. Outros se dedicaram Ć  criaĆ§Ć£o de gado, foram homens de negĆ³cios, militares, artesĆ£os e alguns letrados. O que os caracteriza Ć© que muitos tinham duas ou mais atividades diferentes.
No sĆ©culo XVII os cristĆ£os-novos da ParaĆ­ba desfrutavam de uma posiĆ§Ć£o social elevada, mas com a crise da economia aƧucareira entraram em declĆ­nio. No sĆ©culo XVIII ocorreu uma diversificaĆ§Ć£o das atividades produtivas: 37% eram lavradores – cerca de metade cultivando a cana de aƧĆŗcar e os outros dedicados ao plantio do tabaco, da mandioca e gĆŖneros de subsistĆŖncia. Outros se dedicaram Ć  criaĆ§Ć£o de gado, foram homens de negĆ³cios, militares, artesĆ£os e alguns letrados. O que os caracteriza Ć© que muitos tinham duas ou mais atividades diferentes. Como a lavoura e a pesca, a lavoura e o comĆ©rcio, o comĆ©rcio e a criaĆ§Ć£o de gado. Houve a tendĆŖncia de deslocamento do litoral para o sertĆ£o desde o inĆ­cio do sĆ©culo XVIII, o que nĆ£o impediu que na dĆ©cada de 1730 se iniciassem as prisƵes desses cristĆ£os-novos.
Segundo Fernanda Lustosa, que estudou a regiĆ£o, o criptojudaĆ­smo encontrado na comunidade marrana da ParaĆ­ba era forte, com o ensino da Lei de MoisĆ©s presente na maioria das famĆ­lias. Algumas cerimĆ“nias, como o jejum do “Dia Grande”, o respeito ao Shabbat (guardar os sĆ”bados como se fossem dias santos), vestindo neles roupa limpa, a manutenĆ§Ć£o das regras dietĆ©ticascasher, nĆ£o comendo carne de porco, coelho, lebre, peixe sem escamas e alimentos com sangue. Rezavam os salmos de David e o Padre Nosso sem dizer Jesus no fim. Era um grupo crĆ­tico em relaĆ§Ć£o ao Catolicismo, considerando Jesus um feiticeiro e desprezando o culto de imagens, consideradas apenas como “pĆ£o e barro cozido”; duvidavam da virgindade de Maria e negavam a adoraĆ§Ć£o da hĆ³stia.[16] Bruno Feitler[17] compartilha com Lustosa a confirmaĆ§Ć£o do criptojudaismo da ParaĆ­ba, em Doutoramento defendido em Paris.
ApĆ³s denĆŗncia feita Ć  InquisiĆ§Ć£o em 1726, cinqĆ¼enta pessoas foram presas na ParaĆ­ba e enviadas para julgamento em Lisboa. Duas delas receberam a pena de morte, oito morreram nos cĆ”rceres do Santo OfĆ­cio e a maior parte nunca voltou para a ParaĆ­ba.
Na Bahia, a comunidade cristĆ£-nova continuou a atividade mercantil que marcou o sĆ©culo XVII, embora houvesse tambĆ©m senhores de engenho, lavradores, mĆ©dicos, advogados e pequenos artesĆ£os. No sĆ©culo XVII, cerca de 31% eram mercadores, 20% lavradores e o restante principalmente artesĆ£os[18]. Para o sĆ©culo XVIII, Suzana Santos encontrou uma proporĆ§Ć£o de mercadores maior: temos 64% dedicados ao comĆ©rcio e 13% ao trabalho agrĆ­cola (5% Ć  mineraĆ§Ć£o)[19]. Nessa Ć©poca, tambĆ©m predominaram as atividades comerciais. Um dos motivos desse aumento no nĆŗmero de mercadores Ć© que na Bahia, muitos cristĆ£os-novos haviam chegado Ć  regiĆ£o no sĆ©culo XVIII, estando ali estabelecidos hĆ” pouco tempo quando o Tribunal do Santo OfĆ­cio investiu contra eles.
Ɖ na Bahia encontramos um dos mais interessantes cristĆ£os-novos: Antonio Cardoso Porto, cristĆ£o-novo portuguĆŖs que havia vivido na FranƧa – na comunidade judaica de Bordeaux – chegou Ć  Bahia no inĆ­cio do sĆ©culo XVIII. Homem de negĆ³cios estabeleceu-se na cidade do Salvador. Conhecia e praticava o JudaĆ­smo – e nĆ£o o criptojudaĆ­smo encontrado entre os cristĆ£os-novos nascidos no Brasil.  Ensinou sua esposa Angela de Mesquita hĆ”bitos de higiene como o banho mensal na mikve[20], conhecia as datas corretas das celebraƧƵes religiosas, sabia hebraico, dizia oraƧƵes  – nos anos em que ficara em Bordeaux, tornara-se judeu.
Era amigo de Miguel de MendonƧa Valladolid[21], outro cristĆ£o-novo retornado ao JudaĆ­smo (que na Bahia voltou – ao menos formalmente – ao Cristianismo, tendo se re-batizado).  Espanhol, vivera na Holanda e FranƧa. Chegou Ć  Bahia no mesmo perĆ­odo que Antonio Cardoso Porto, e os dois podem ser considerado como heresiarcas (aqueles que ensinavam o JudaĆ­smo aos outros cristĆ£os-novos)
Viajando da Bahia para as Minas, fixando-se em SĆ£o Paulo, Miguel Valladolid confessou ser prosĆ©lito do JudaĆ­smo, tentando passar aos cristĆ£os-novos – jĆ” pouco conhecedores do JudaĆ­smo, um pouco das tradiƧƵes de seus antepassados. Apesar de ter confessado suas culpas e delas ter se arrependido, foi condenado Ć  morte.
Em SĆ£o Paulo, que atĆ© meados do sĆ©culo XVIII era uma regiĆ£o bastante pobre, somente trĆŖs pessoas foram presas e condenadas pelo Santo OfĆ­cio no final do sĆ©culo XVII, apesar de a populaĆ§Ć£o cristĆ£-nova ser bastante numerosa, tendo raĆ­zes no sĆ©culo XVI, como demonstram as pesquisas deMarcelo Amaral Bogaciovas. Dois eram irmĆ£os, filhos de um banqueiro portuguĆŖs, que vieram para SĆ£o Paulo para fugir do Santo OfĆ­cio. Um deles, Teotonio da Costa, foi relaxado ao braƧo secular[22].
Desde o sĆ©culo XVII encontramos cristĆ£os-novos entre os desbravadores e formadores do territĆ³rio nacional. Antonio Raposo Tavares, organizador da primeira expediĆ§Ć£o de reconhecimento geogrĆ”fico que abrangeu todo o espaƧo continental da AmĆ©rica do Sul, era de famĆ­lia cristĆ£-nova de Beja[23], e apĆ³s a morte de sua mĆ£e, cristĆ£-nova, foi criado por uma prima desta que tornou-se sua madrasta. Enquanto Raposo Tavares estava nas minas, sua madrasta era torturada nos cĆ”rceres inquisitoriais.
Nas Minas Gerais[24], atraĆ­dos pelas oportunidades do ouro, cristĆ£os-novos vieram de outras regiƵes do Brasil, especialmente Bahia e Rio de Janeiro. PorĆ©m, a maioria veio de Portugal. Nas minas se estabeleceram em Vila Rica, Mariana, Serro Frio, Cachoeiro e regiĆ£o do rio das Mortes. Mantinham roƧas de mandioca, eram mineiros, negociavam ouro e pedras preciosas, havia alguns profissionais liberais, como mĆ©dicos, mas principalmente, dedicaram-se ao comĆ©rcio, trazendo para a regiĆ£o gĆŖneros essenciais para a subsistĆŖncia.
Negociantes cristĆ£os-novos da Bahia e do Rio de Janeiro enviavam “carregaƧƵes” para as Minas. Alguns ali mantinham residĆŖncia, deixando na cidade de origem suas famĆ­lias, indo e vindo entre a regiĆ£o e o litoral. Levavam para lĆ” vestimentas como chapĆ©us, camisas, calƧƵes de pano de algodĆ£o; comerciavam panos de linho, aguardente, sal, aƧĆŗcar, queijos, peixe seco, cavalos e gado e escravos[25].
Dos presos nas Minas nas dĆ©cadas de 1730/40, a maioria era de imigrantes recentes, tendo chegado de Portugal no sĆ©culo XVIII. Foi a regiĆ£o que forneceu mais cristĆ£os-novos Ć s fogueiras da InquisiĆ§Ć£o: seis foram relaxados Ć  justiƧa secular. Todos eram naturais de Portugal. Diogo Correa do Vale era mĆ©dico, graduado pela Universidade de Coimbra. Fugindo da perseguiĆ§Ć£o do Santo OfĆ­cio, veio para o Brasil com o filho Luis, estabelecendo-se em Vila Rica. Em 1730, os dois foram presos pela InquisiĆ§Ć£o. As acusaƧƵes de JudaĆ­smo referiam-se Ć  Ć©poca em viviam em Portugal, isto Ć©, vinte anos antes de serem presos, quando Luiz era crianƧa. Apesar de manter sua inocĆŖncia, foram condenados Ć  morte. Insistiram que havia sempre vivido sob as leis cristĆ£s e que nelas queriam morrer, mas sua origem judaica selou seus destinos.[26]
Segundo Anita Novinsky, as prĆ”ticas judaicas em Minas Gerais eram imbuĆ­das de simbolismo e as comunicaƧƵes secretas se davam freqĆ¼entemente atravĆ©s de cĆ³digos. As observĆ¢ncias concentravam-se principalmente no jejum de Yom Kipur, a guarda do Shabbath, a celebraĆ§Ć£o do Pessach e a festa em honra da rainha Esther, alĆ©m de algumas das restriƧƵes dietĆ©ticas.
Foi tambĆ©m a procura e a posterior descoberta do ouro que levou cristĆ£os-novos a se estabelecerem em GoiĆ”s, objeto de estudo do padre Adalberto GonƧalves. Entre os cinco presos da regiĆ£o, estava o cristĆ£o-novo Antonio Ferreira Dourado[27] dono de vasta cultura, biblioteca e autor de um poema Ć©pico, a primeira obra literĆ”ria escrita em GoiĆ”s – AmĆ©rica, que, confiscada pelos inquisidores, atĆ© hoje desaparecida. Preso em 1761 – um dos Ćŗltimos cristĆ£os-novos presos pela InquisiĆ§Ć£o no Brasil – denunciado por criptojudaĆ­smo, foi condenado a cĆ”rcere e hĆ”bito penitencial a arbĆ­trio dos Inquisidores.
Foi no Rio de Janeiro que o Santo OfĆ­cio atingiu com maior forƧa a comunidade cristĆ£-nova, onde estava estabelecida desde o final do sĆ©culo XVI. Junto comCarlos Eduardo CalaƧa, que estudou os letrados fluminenses[28], os marranos do Rio de Janeiro sĆ£o o tema principal de meus estudos.
A importĆ¢ncia dessa comunidade era tĆ£o marcante que um viajante francĆŖs, FranƧois Froger, que esteve na cidade em 1695, considerou que trĆŖs quartos da populaĆ§Ć£o branca da cidade era de origem judaica[29]. Representavam aproximadamente 24% da populaĆ§Ć£o livre da regiĆ£o no inĆ­cio do sĆ©culo XVIII.[30] Desses, o Tribunal do Santo OfĆ­cio prendeu e condenou trezentos e vinte e cinco pessoas acusados do crime de heresia judaizante, sendo cento e sessenta e sete mulheres[31].
Parte dessa comunidade marrana morava na cidade, exercendo atividades urbanas. Havia os homens de negĆ³cios, mercadores, profissionais liberais como mĆ©dicos e advogados, artesĆ£os, um mestre-escola, militares, caixeiros, alfaiates, dois mĆŗsicos, dois carpinteiros e sete padres[32]. Mais da metade dos cristĆ£os-novos do Rio de Janeiro estavam ligados Ć  atividade agrĆ­cola, principalmente ao cultivo da cana de aƧĆŗcar e ao fabrico do aƧĆŗcar como senhores de engenho, donos de partido de cana e suas famĆ­lias. Muitos desses senhores ou partidistas tinham outras atividades, eram ao mesmo tempo mĆ©dicos, advogados ou homens de negĆ³cios, mantendo residĆŖncia nos engenhos e na cidade, e reforƧando extensa rede de parentesco. Residiam nas mesmas ruas que a elite colonial. Viviam prĆ³ximos Ć  elite colonial, ao governador, ao bispo, muitos pertenciam a essa elite, conviviam e comportavam-se como ela. Suas moradias, vestuĆ”rio e objetos denotavam isso. Os cristĆ£os-novos residiam exatamente nas mesmas ruas onde, como disse o cronista Rocha Pita, encontravam-se as casas “nobremente edificadas” dos moradores da cidade.
Os engenhos e partidos de cana de aƧĆŗcar dos cristĆ£os-novos localivam-se ao redor da cidade do Rio de Janeiro, nas freguesias de IrajĆ”, JacarepaguĆ”, SĆ£o GonƧalo, SĆ£o JoĆ£o do Meriti e Jacutinga.[33] Em SĆ£o GonƧalo ficava uma das mais extensas redes de parentesco envolvendo partidistas. No engenho de GolambandĆ© da InvocaĆ§Ć£o de Nossa Senhora de Montesserate, pertencente Ć  famĆ­lia Vale, um dos filhos do senhor tinha um partido de cana; tambĆ©m ali seu genro era dono de partido. Um mĆ©dico, primo da famĆ­lia, mantinha ali um partido de cana. Dois irmĆ£os, um dele cunhado do senhor do engenho, tambĆ©m tinham ali seus partidos. Era um dos maiores engenhos do Rio de Janeiro. AlĆ©m da casa grande onde morava a famĆ­lia, havia quatro casas utilizadas para a fĆ”brica do engenho, pastos para 120 bois, cavalos, canaviais e matos. Mais de 120 escravos trabalhavam a terra, e cerca de 20 serviam Ć  famĆ­lia como escravos domĆ©sticos[34].
A rede de parentesco era reforƧada pelo comportamento endogĆ¢mico das famĆ­lias cristĆ£s-novas fluminenses. Isso significa que a maioria dos casamentos era realizado entre membros do prĆ³prio grupo e tambĆ©m entre membros da mesma famĆ­lia. Mais de 66% dos casamentos realizados no Rio de Janeiro entre 1670 e 1720  foram de cristĆ£os-novos que se casaram com cristĆ£os-novos[35].
As mulheres desses cristĆ£os-novos tambĆ©m desempenharam papel ativo na construĆ§Ć£o da sociedade fluminense. Conheciam perfeitamente bem o andamento dos negĆ³cios dos maridos e pais, e frequentemente eram elas as senhoras dos engenhos e dos partidos, especialmente em caso de viuvez ou da ausĆŖncia do marido – o que era costumeiro. Muitas dessas mulheres eram alfabetizadas, o que facilitava na administraĆ§Ć£o dos engenhos e partidos. Ao contrĆ”rio das demais mulheres da colĆ“nia – e atĆ© mesmo de Portugal – na maioria analfabetas, mais da metade das cristĆ£s-novas do Rio de Janeiro sabiam ler e escrever. Praticamente todos os homens cristĆ£os-novos eram alfabetizados.
Quem foram os descendentes dessas famĆ­lias cristĆ£s-novas e qual o seu papel na sociedade atual foi o tema da pesquisa de Mestrado de Paulo Valadares[36], que procurou mostrar a origem judaica de importantes famĆ­lias brasileiras.
A aĆ§Ć£o da InquisiĆ§Ć£o em Portugal foi estudada por Benair Fernandes Ribeiro[37] . No trabalho de Mestrado Benair apresentou a vida e a obra do poeta e boticĆ”rio cristĆ£o-novo Antonio SerrĆ£o de Castro, e prepara doutoramento sobre as imagens sobre a InquisiĆ§Ć£o. A inquisiĆ§Ć£o espanhola estĆ” sendo estudada por Marcos Antonio Veiga, que trabalha com a Galicia.
Robson Santos prepara tese de Doutoramento sobre o anti-semitismo na Companhia de Jesus e Renata Sancovsky prepara seu doutoramento sobre o marranismo entre os judeus no perĆ­odo visigodo.
Para concluir, com o tĆ©rmino da distinĆ§Ć£o entre cristĆ£os-novos e cristĆ£os-velhos em 1773, por ordem do Marques de Pombal, cada vez menos foi possĆ­vel distinguir os marranos na sociedade ampla. Entretanto, trabalhos recentes, como o do genealogista Paulo Valadares e do antropĆ³logo francĆŖs Nathan Wachtel[38] resgatam atravĆ©s da memĆ³ria as origens marranas do povo brasileiro.

A FAMƍLIA MARRA EM MINAS GERAIS

Minas Gerais foi no sĆ©culo XVIII uma das regiƵes mais procuradas pelos cristĆ£os-novos portugueses. Cada nau que saĆ­a do Tejo trazia refugiados ou aventureiros cristĆ£os-novos para o Brasil. Tomando conhecimento da prosperidade da regiĆ£o, do afluxo do ouro e das possibilidades confiscatĆ³rias, a InquisiĆ§Ć£o ordenou uma persistente fiscalizaĆ§Ć£o e algumas dezenas de portugueses foram presos, acusados de praticar a religiĆ£o proibida: o judaĆ­smo. Alguns jĆ” estavam estabelecidos nas regiƵes aurĆ­feras desde o inĆ­cio do sĆ©culo.
No municĆ­pio de Carmo do Cajuru (MG), o primeiro “Marra” foi JacĆ³ Marra da Silva, casado com Narcisa Rodrigues da Silva Rosa, filha do capitĆ£o Manoel de Medeiros Rosa e de Faustina Rodrigues da Silva, proprietĆ”rios da sesmaria do Marimbondos” ( Genealogia de Carmo do Cajuru – Oswaldo Diomar ). JacĆ³ Marra da Silva veio de Cachoeira do Campo ( municĆ­pio de Ouro Preto ) para o municĆ­pio de Carmo do Cajuru.
Em 1775 jĆ” encontrava-se na regiĆ£o, visto que nesse ano moveu na JustiƧa uma demanda contra Manoel Gomes Pereira, por causa de terras na Jacuba ( atual S.AntĆ“nio da Serra ) e Empanturrado ( atual Monte Santo ). JacĆ³ Marra e d.Narcisa tiveram 5 filhos.
Ɖ importante ressaltar que em Minas Gerais como no restante do Brasil, ser acusado de judaĆ­smo nĆ£o se resumia apenas em seguir algumas leis dietĆ©ticas, observar os jejuns, abster-se do trabalho aos sĆ”bados, ou obedecer alguns outros preceitos ordenados pela religiĆ£o judaica.

Autor desta e outras pesquisas e artigos publicados na internet, nascido no dia 06/06/1980 Ć s 15:35pm em Belo Horizonte/MG – Brasil, filho Ćŗnico de Elcio Marra e Maria da GraƧa Marra, Mariel MĆ”rley Marra Ć© a 4ĀŖ geraĆ§Ć£o da famĆ­lia Marra em Belo Horizonte, os quais sĆ£o tradicionalmente Batistas, membros da Igreja Batista do Barro Preto, onde seu avĆ“ (in memorian) Elk Marra servia como diĆ”cono, filho do ilĆŗstre Valdemar Marra (in memorian), o primeiro Marra que se tem registro convertido na igreja Batista em Belo Horizonte/MG.

A FAMƍLIA MARRA PROTESTANTE

Se a maioria dos Marranos no Brasil conseguiu ultrapassar as barreiras discriminatĆ³rias legais impostas pela sua origem e sangue, ou a discriminaĆ§Ć£o social, e se diluir na sociedade ampla, houve uma parte que permaneceu marginal e se manteve fiel a tradiƧƵes, mesmo que apagadas, herdadas dos seus antepassados. A transmissĆ£o da memĆ³ria de uma histĆ³ria vivida e sofrida durante sĆ©culos, juntamente com a exclusĆ£o legal e social a que estavam sujeitos, reforƧou entre os cristĆ£os-novos a resistĆŖncia na adoĆ§Ć£o dos preceitos da Igreja, e criou entre eles uma postura crĆ­tica frente Ć  religiĆ£o catĆ³lica.
Contudo a perseguiĆ§Ć£o catĆ³lica tambĆ©m se deu contra os protestantes e muitos destes tiveram tambĆ©m que permanecer marginal a sociedade e fiel a suas convicƧƵes.
Nas primeiras dĆ©cadas do perĆ­odo republicano, os protestantes tiveram diferentes atitudes diante da reaĆ§Ć£o catĆ³lica. Uma delas foi a criaĆ§Ć£o de uma frente unida contra o catolicismo. A entidade conhecida como AlianƧa EvangĆ©lica havia sido criada inicialmente na Inglaterra (1846) e nos Estados Unidos (1867). A congĆŖnere brasileira surgiu em SĆ£o Paulo, em julho de 1903, tendo como presidente Hugh C. Tucker (metodista) e como secretĆ”rio F. P. Soren (batista). Todavia, o Congresso do PanamĆ” e a subsequente ConferĆŖncia do Rio de Janeiro, em 1916, revelaram atitudes divergentes em relaĆ§Ć£o ao catolicismo, sendo alguns elementos, principalmente norte-americanos, favorĆ”veis a uma aproximaĆ§Ć£o e mesmo colaboraĆ§Ć£o com a igreja catĆ³lica. Uma das questƵes discutidas foi o rebatismo ou nĆ£o de catĆ³licos convertidos Ć  fĆ© evangĆ©lica. Esse perĆ­odo tambĆ©m viu o recrudescimento de perseguiƧƵes contra os protestantes em muitos lugares do Brasil.
Na dĆ©cada de 1920, a ComissĆ£o Brasileira de CooperaĆ§Ć£o, liderada pelo Rev. Erasmo de Carvalho Braga (1877-1932) procurou unir as igrejas evangĆ©licas na luta pela preservaĆ§Ć£o dos seus direitos e no exercĆ­cio de um testemunho profĆ©tico junto Ć  sociedade brasileira. Esse esforƧo teve prosseguimento atĆ© os anos 60 na ConfederaĆ§Ć£o EvangĆ©lica do Brasil. ApĆ³s 1964, as relaƧƵes das igrejas evangĆ©licas e da Igreja CatĆ³lica com o estado brasileiro tomaram rumos por vezes diametralmente opostos, cujas conseqĆ¼ĆŖncias se fazem sentir atĆ© os dias de hoje.
A ConvenĆ§Ć£o Batista Brasileira foi organizada no dia 24 de junho de 1907 na Primeira Igreja Batista da Bahia (Salvador), quando 43 delegados, representando 39 igrejas, aprovaram a “ConstituiĆ§Ć£o ProvisĆ³ria das Igrejas Batistas do Brasil”.
Na chamada “questĆ£o radical”, lĆ­deres batistas do nordeste apresentaram um memorial aos missionĆ”rios em 1922 e um manifesto Ć  ConvenĆ§Ć£o em 1925 reivindicando maior participaĆ§Ć£o nas decisƵes, principalmente na Ć”rea financeira. NĆ£o atendidos, mais tarde organizaram-se como um facĆ§Ć£o separada da ConvenĆ§Ć£o e da Junta. As bases de cooperaĆ§Ć£o entre a igreja brasileira e a Junta de Richmond voltaram a ser discutidas em 1936 e 1957.
Em 20 de dezembro de 1957, na rua Formiga 322, bairro da Lagoinha, 30 irmĆ£os provenientes de trĆŖs Igrejas Batistas de Belo Horizonte (Floresta, Primeira Igreja Batista e Barro Preto) assinaram a ata de inauguraĆ§Ć£o da Sexta Igreja Batista de Belo Horizonte, ou, como ficaria conhecida, a Igreja Batista da Lagoinha.
Em 15 de maio de 1958, chegou o Pastor paraibano JosĆ© Rego do Nascimento, que fora convidado para pastoreĆ”-la. Ele vinha de um ritmo abenƧoado na Igreja Batista de VitĆ³ria da Conquista/BA, onde teve a experiĆŖncia de ser batizado com o EspĆ­rito Santo, em seu escritĆ³rio, em casa.
Ser “cheio do EspĆ­rito” era tudo o que ele desejava em seu ministĆ©rio. Com tal unĆ§Ć£o, sua pregaĆ§Ć£o era diferente das demais. AtraĆ­a as pessoas. O Pastor Rego tinha convites para falar em todo o Brasil. E, em uma sĆ©rie de palestras que deu no SeminĆ”rio Batista do Sul/RJ, os jovens seminaristas pediram-lhe para falar sobre o tema: “Pentecostes se repete?” A unĆ§Ć£o do alto que veio era tĆ£o grande que os jovens oravam e choravam, ajoelhados ou prostrados, e todos ficaram cheios do EspĆ­rito Santo! Aquela reuniĆ£o estava iniciando um novo tempo na Igreja EvangĆ©lica no Brasil…
ApĆ³s o memorĆ”vel acontecimento no SeminĆ”rio, a notĆ­cia de que o Pastor Rego era pentecostal se espalhou, e houve uma reuniĆ£o na igreja para resolver a questĆ£o. Foi proposta uma votaĆ§Ć£o entre os membros da Lagoinha para decidir se o Pastor Rego era pentecostal-herĆ©tico ou batista; se fosse “pentecostal”, ele nĆ£o poderia mais ocupar o pĆŗlpito da Lagoinha. O resultado final foi: 29 votos para “batista” e 11 para “herĆ©tico”.
Dois dias apĆ³s essa decisĆ£o, quando o Pastor Rego e os irmĆ£os foram para a sua costumeira reuniĆ£o de oraĆ§Ć£o, nĆ£o conseguiram entrar no salĆ£o de cultos. A porta estava trancada com novos cadeados. Isto fora feito por dois irmĆ£os que eram lĆ­deres da Lagoinha e fiadores responsĆ”veis pelo imĆ³vel do templo. Eles nĆ£o aceitaram a decisĆ£o da maioria, e tentaram, em vĆ£o, manter o salĆ£o com uma “minoria fiel” aos princĆ­pios tradicionais, mas isso nĆ£o prevaleceu. Os mĆ³veis da igreja, incluindo o piano, ficaram no ColĆ©gio Batista Mineiro, tendo sido doados para uma instituiĆ§Ć£o no interior, onde aconteceu um incĆŖndio e tudo se perdeu.
Lagoinha peregrinou por 40 dias num “deserto”, sem lugar fixo para os cultos. Os irmĆ£os reuniram-se na Terceira Igreja Batista e na Floresta, atĆ© conseguirem sua sede provisĆ³ria Ć  rua Manoel Macedo, 163. Iniciaram a campanha para a compra do lote na mesma rua (nĀŗ 360). A igreja nĆ£o parava de crescer… O Pastor Rego se doava incansavelmente ao rebanho, Ć s vigĆ­lias, Ć s pregaƧƵes inflamadas do poder de Deus.
Em 8 de abril de 1962, chega Airton dos Santos Sales, seu amigo e discĆ­pulo, vindo do Rio de Janeiro para ser co-pastor, junto ao rebanho da Lagoinha. Foi uma parceria perfeita e completa. AtĆ© o ano de 1965 ambos caminharam na graƧa e na unĆ§Ć£o do EspĆ­rito de Deus, alimentando o rebanho fĆ©rtil, que crescia e jĆ” dera inĆ­cio a uma nova denominaĆ§Ć£o: “Batista Nacional”. Eram tambĆ©m chamados de “renovados”, por causa do programa radiofĆ“nico dirigido pelo Pastor Rego, intitulado “RenovaĆ§Ć£o Espiritual”, com repercussĆ£o nacional. Lagoinha abriu uma nova geraĆ§Ć£o na histĆ³ria do protestantismo brasileiro: no meio dos evangĆ©licos histĆ³ricos (os tradicionais) havia agora os “renovados” (batizados com o EspĆ­rito Santo). Nesse ano, 1965, o Pastor Rego adoeceu…
O Pastor Airton assumiu o pastorado efetivo da igreja atĆ© marƧo de 1968, data em que o Pastor JosĆ© Rego retornou. Desde que o Pastor Airton deixara Lagoinha, as sessƵes nĆ£o foram presididas pelo Pastor Rego, mas, sim, pelo Pastor RenĆ© Feitosa, membro da Lagoinha e diretor do SeminĆ”rio TeolĆ³gico EvangĆ©lico do Brasil (STEB). O Pastor Rego nĆ£o estava ainda em condiƧƵes de administrar rebanho tĆ£o grande. EntĆ£o, em 17/04/69, o Pastor Ilton Quadros, SecretĆ”rio Executivo da CBN, assumiu interinamente o pĆŗlpito da Lagoinha, atĆ© que novo pastor fosse efetivado. Isto se deu em 15/12/69, com o convite feito ao Pastor Reuel Pereira Feitosa, que dirigiu a Igreja da Lagoinha atĆ© 06/01/72. O Pastor Reuel fez excelente trabalho, principalmente entre os jovens. Em dezembro de 70, o Pastor Reuel teve uma difĆ­cil decisĆ£o a ser tomada: aceitar ou nĆ£o o pedido do Pastor Rego de ter a sua carta demissĆ³ria entregue por Lagoinha. Por ser muito amado pelos membros, houve crise nesse impasse e o Pastor Reuel sentiu a direĆ§Ć£o de entregar o cajado de Lagoinha. E, novamente, o Pastor Ilton Quadros assumiu interinamente o pĆŗlpito da Lagoinha…
Desde o inĆ­cio do ano de 1972, o Pastor Ilton Quadros segurou com firmeza o cajado da Lagoinha.  Em fins de maio de 1972, ele viajou para BrasĆ­lia, a fim de convidar um pastor para Lagoinha. Foi entĆ£o que aconteceu um grave acidente com o veĆ­culo em que viajava, e o Pastor Ilton Quadros foi hospitalizado. Estaria impossibilitado por um bom tempo de pregar e exercer suas funƧƵes pastorais. Nesta ocasiĆ£o, o jovem pastor, membro da Lagoinha, formado pelo STEB, MĆ”rcio Roberto Vieira ValadĆ£o, voltava de Ponta Grossa/PR sob a orientaĆ§Ć£o do Senhor. Ali esteve durante um ano, servindo a irmĆ£os preciosos, aos quais aprendera a amar. Regressara a Belo Horizonte para iniciar um trabalho missionĆ”rio com pessoas marginalizadas.
Ao visitar o Pastor Ilton Quadros no hospital, recebeu deste o convite para pregar atĆ© a sua plena recuperaĆ§Ć£o fĆ­sica. A igreja sentiu-se confortada e amparada por seu jovem pastor. A comissĆ£o consultiva se reuniu, resolvendo convidĆ”-lo. E em 31 de julho de 1972, MĆ”rcio ValadĆ£o foi empossado como pastor efetivo da Lagoinha. Desde esta data, o Pastor MĆ”rcio ValadĆ£o tem sido conduzido pelo Senhor no pastoreio da Lagoinha.
A dĆ©cada de 70 foi um perĆ­odo que se caracterizou por grande dinamismo no que tange ao crescimento interno e Ć  expansĆ£o evangelĆ­stico-missionĆ”ria. Todos os trabalhos dos departamentos da Lagoinha sempre contavam com a presenƧa de seu pastor. Em seu primeiro ano de ministĆ©rio, as tarefas foram distribuĆ­das entre os irmĆ£os. A igreja formava caravanas, com Ć“nibus lotados, para visitas a estas congregaƧƵes, e se fortalecia o trabalho evangelĆ­stico. Em 77, construiu-se o prĆ©dio de EducaĆ§Ć£o Religiosa ao lado do templo. Com o trabalho crescendo sempre, a igreja veio a ter a sua primeira secretĆ”ria em tempo integral, Vera Dulce da Silva, a “Verinha”. Foi um perĆ­odo dinĆ¢mico e festivo.
No ano de 80 novos Departamentos da Igreja foram se consolidando, para o bom desempenho da missĆ£o: a ComissĆ£o Consultiva, a AĆ§Ć£o Social, o Financeiro, o Evangelismo, o Departamento de MĆŗsica, o de EducaĆ§Ć£o Religiosa (CFO) e o Administrativo. A Igreja comeƧou a romper tambĆ©m na Ć”rea cultural, quando surgiu o Jornal “Atos Hoje”, com sua proposta evangelĆ­stica. A Escola CristĆ£ teve inĆ­cio com o Ensino Fundamental. O ano de 1982 foi chamado de “o ano da conquista”. O Pastor MĆ”rcio ValadĆ£o trouxe Ć  igreja o desafio da expansĆ£o da sede e formularam-se os planos de comprar os lotes ao redor do templo. Nesse tempo, a igreja ganhou um Ć“nibus e comprou uma Ć”rea para realizaĆ§Ć£o de acampamentos; a “Fazendinha” (Km 25 da Br 262). Em 1987 veio a tornar-se um marco na histĆ³ria dos “Batistas Nacionais”. O projeto de crescimento atravĆ©s de frentes missionĆ”rias com o estabelecimento de congregaƧƵes teve o seu momento de amadurecimento. Em 15 de abril de 1987, em sessĆ£o ordinĆ”ria, foi apresentada Ć  Lagoinha a proposta da emancipaĆ§Ć£o das CongregaƧƵes que fundara. A igreja comeƧou entĆ£o um novo tempo.
Na dĆ©cada de 90 a Igreja da Lagoinha encontrava-se madura para prosseguir sua missĆ£o. A Escola CristĆ£ consolidou-se como “ColĆ©gio CristĆ£o de Belo Horizonte”. Em 1992, o Centro de FormaĆ§Ć£o de Obreiros (CFO), veio a substituir a Escola da BĆ­blia, embriĆ£o que se transformou em faculdade de ensino teolĆ³gico, a FATE-BH, que em 2008 foi incorporada pelo Centro UniversitĆ”rio Metodista Izabela Hendrix, onde Mariel M. Marra graduou-se bacharel em Teologia.
O Pastor Jonas Neves implantou os “Grupos de Crescimento” nos lares. O nĆŗmero de funcionĆ”rios da Lagoinha cresceu vertiginosamente. A “fundaĆ§Ć£o OĆ”sis” reestruturou os Estatutos da BeneficĆŖncia e ampliou em grande escala a atuaĆ§Ć£o social da Lagoinha. Dentro dessa FundaĆ§Ć£o se incluĆ­am as seguintes organizaƧƵes: a Casa das VovĆ³s; o Centro Estudantil; a Creche OĆ”sis; o Projeto “Menina DanƧa”; a AĆ§Ć£o Social da Lagoinha; a AssistĆŖncia MĆ©dica EvangĆ©lica (AME); a ClĆ­nica Integradas e Odontologia (CLIO); o “Projeto Resgate”, para recuperaĆ§Ć£o de viciados; e vĆ”rios outros projetos sociais.
Surgiu o “MinistĆ©rio EphatĆ””, para a evangelizaĆ§Ć£o dos surdos; o MinistĆ©rio SiloĆ©, para os cegos. O Projeto Madalena, levando a restauraĆ§Ć£o Ć s prostitutas; o projeto “Deus se Importa”; o “Telefone da Paz”.
O programa “Profetizando Vida”, transmitido pela TV Bandeirantes, veio a gerar o “Profetizando Vida – Cartas”, oferecendo o “Curso BĆ­blico por CorrespondĆŖncia”. O “Projeto CentĆ©sima Ovelha”; o “MinistĆ©rio OnĆ©simo”; a “RĆ”dio ComunitĆ”ria OĆ”sis”.
Em 1998 ficou pronto o novo templo, sendo que em 2009/2010 iniciarĆ” a construĆ§Ć£o do terceiro templo da IBL, anunciando assim um novo tempo para esta congregaĆ§Ć£o e um novo tempo para a igreja evangĆ©lica brasileira, sendo que sua histĆ³ria encontra-se muitas vezes com a histĆ³ria de desafios, esperanƧa, perseveranƧa e conquistas da famĆ­lia Marra.

ConsideraƧƵes Finais

Pode-se concluir, a partir dos resultados do presente estudo que a famĆ­lia MARRA/MARRAS, quanto ao seu surgimento na antiguidade, Ć© uma famĆ­lia de origem sefardim / anussim descendente em parte dos cohanin e em parte da antiga tribo de Benjamim.
Conclui-se tambĆ©m que a famĆ­lia Marra, quer sejam judeus ou protestantes, ambos sofreram perseguiĆ§Ć£o religiosa e que este sobrenome foi originado a partir de algumas possĆ­veis transliteraƧƵes.
Esta pesquisa nĆ£o Ć© conclusiva, uma vez que entreabre portas para que outros estudos lhe dĆŖem continuidade.
Dedico este trabalho a Deus, por estar presente em minha vida me iluminando em todos os momentos; Dedico a todos os membros diretos ou indiretos da nobre famĆ­lia Marra que foram semeados pelo mundo.
Que Deus, em sua infinita GraƧa e misericĆ³rdia manifesta em Cristo Jesus, alcance o coraĆ§Ć£o de todos os Marras, iluminando seus caminhos, enchendo-os de sabedoria e os faƧa florescer e prosperar para a glĆ³ria de Deus onde foram plantados.
Belo Horizonte, 31 de Outubro de 2009
Mariel MƔrley Marra
BIBLIOGRAFIA
  1. InquisiĆ§Ć£o. Prisioneiros do Brasil , SĆ©culos XVI-XIX, de Anita Waingort Novinsky
  2. MemĆ³rias HistĆ³ricas e ArqueolĆ³gicas do Distrito de BraganƧa, de Francisco Manoel Alves
  3. RaĆ­zes Judaica do Brasil – Os Arquivos Secretos da
  4. InquisiĆ§Ć£o, de FlĆ”vio Mendes de Carvalho
  5. DicionĆ”rio BiogrĆ”fico,Vol. II – Judeus no Brasil, de Egon Wolff e Frieda Wolff
  6. VĆ­nculos de Fogo, de Alberto Dines
  7. Quantos Judeus Estiveram no Brasil HolandĆŖs , de Egom Wolff e Frieda Wolff
  8. Precious Stones Of the Jews of CuraƧao, de Isaac S. Emmanuel
  9. Listas de Judeus Pobres Removidos de Amsterdam e que Receberam Auxƭlio MonetƔrio para ir Viver em Outros Paƭses (1557-1813), de Vibeke Sealtiel Olsen
  10. Handleiding bi de Index op de Ketuboth van der Portuguees- Israelietesche Gemeente te Amsterdam van 1600-1911
  11. Los JĆŗdios en Portugal, de Maria JosĆ© Pimenta Ferro Tavares
  12. InquisiĆ§Ć£o- Rol dos Culpados, de Anita Waingort Novinsky
  13. Gli Ebrei di Saravejo e della Bosnia-Erzegovina, de Avram Pinto
  14. Registres Matrimoniaux de la Communiaute Juive Portugaise de Tunis (sƩcules XVI-XIX), de Robert Attal e Joseph Avivi
  15. Lista dos Judeus Deportados pelos Nazistas da Ilha de Rhodes, de Marcelo Benveniste, Hizkia Franco e Abraham Galante
  16. Enciclopedia Judaica Castellana, de Babani e Winfield
  17. Lists of 7300 Names of Jewish Brides and Grooms who Married in Izmir Between the Year 1883-1901 and 1918-1933, de Dov Cohen
  18. Heth Beth Haim Van Ouderkerk-Holand, de L. Ɓlvares Vega
  19. Os Judeus no Brasil Colonial, de Arnold Wiznitzer
  20. A History of the Marranos, Cecil Roth
  21. Sangre Judia, Pere Bonnin
  22. Secrecy and Deceit: The Religion of the Crypto-Jews, David Gitlitz
  23. Os Marranos em Portugal, Arnold Diesendruck
  24. A Origem Judaica dos Brasileiros, JosƩ Geraldo Rodrigues de Alckmin Filho
  25. Os Nomes de FamĆ­lia dos Judeus Creolos”, estudo de Arturo Rab
  26. Memorial Brasil Sefarad , de Yacov DaCosta.
  27. HĆ” RestauraĆ§Ć£o para os Marranos e CristĆ£os-Novos Brasileiros, os separados da Casa de Israel? , de Marcelo Miranda GuimarĆ£es
  28. Os Marranos e a DiƔspora Sefaradita, de HƩlio Daniel Cordeiro
  29. DicionƔrio Sefardita de Sobrenomes, de Guilherme Faiguenboim, Anna Rosa Campagnano e Paulo Valadares
  30. Um Caderno de CristĆ£os -Novos de Barcelos, de LuĆ­s de Bivar
  31. Os Judeus em Portugal no SƩculo XV, de Maria JosƩ Pimenta Ferro Tavares
  32. Judeus- Os Povoadores do Brasil ColƓnia, de Elias JosƩ LourenƧo
  33. Listas do  Het Beth Haim Van Ouderkerk- Holand, de L. Ɓlveres Veja
  34. Primeira Comunidade Isrealita Brasileira, de Abraham Ramiro Bentes
  35. HistĆ³ria da InquisiĆ§Ć£o: Portugal,Espanha e ItĆ”lia- SĆ©culos XV- XIX , de Francisco Bitencourtt
  36. Os Marranos Brasileiros, de Isaac Izecksohn
  37. The Jews of Jamaica, de R. D. Baer e P. Wrigth
  38. Izmir a Rhodes: Taranto Familly Originis,Arquives and links to other Sephardim: de Leon Taranto
  39. Apellidos Sefardies mas Frecuentes, de Paul Armony
  40. Judeus e InquisiĆ§Ć£o na Guarda, de Adriano Vasco Rodrigues
  41. InquisiĆ§Ć£o – Rol dos Culpados, de Anita Waingort Novinsky
  42. Sephardic Names in Amsterdam (1598-2000), de Vibeke Sealtiel Olsen
  43. Famillles SƩfarades: histoires et gƩnƩalogies, de Mathilde Tagger
  44. Conversos e Judaisantes (1528-1815)
  45. DicionĆ”rio BiogrĆ”fico,Vol. II – Judeus no Brasil, de Egon Wolff eFrieda Wolff
  46. Quantos Judeus Estiveram no Brasil HolandĆŖs , de Egom Wolff e Frieda Wolff
  47. Precious Stones Of the Jews of CuraƧao, de Isaac S. Emmanuel
  48. The Reluctant Cosmopolitans. The Potuguese Jews of Sevententh Amsterdam, de Daniel M. Swestchinsk
  49. Espanholes sen Patria y la Raz Sefardi, de Angel Pulido Fernandez
  50. 1748-1948, 200 anos de PresenƧa Sefaradi no Extremo Sul do Brasil, de Nelson Menda
  51. Die Sefardim inHamburg, de Michael Studement-HalƩvy
  52. PresenƧa Judƭa en Santo Domingos, de alfonso Lockward
  53. Histoire et GƩnƩalogye, de Lionel Levy
  54. IL Lettre SĆ©pharde, de Jcques Carasso
  55. The Portuguese Jewish Community of Madras , India in The 17TH Century, de Mordechai Arbel
  56. Cognomi  Ebraici Italini a Base Toponomastica Straniera, de Vittore Colorni
  57. Il Libro della MemĆ³ria. Gli Ebrei deportati dall’ Italia, de Liliana Piccioto Fargion
  58. Handleiding bi de Index op de Ketuboth van der Portuguees-Israelietesche Gemeente te Amsterdam van 1600-1911
  59. Os Judeus Portugueses em Amsterdam, de J. Mendes dos RemƩdios
  60. Erensia Sefardi ,de Alberto de Vidas
  61. Memorial Brasil Sefarad , de Yacov DaCosta.
  62. Les noms de Juifes du Maroc, de Abraham Isaac Laredo
  63. First American Jewish Families.600 Genealogies(1654-1988), de Malcolm H. Stern
  64. Gli Ebrei a Petiglino, de Giuseppe Celata
  65. Ill Libro della MemĆ³ria. Gli Ebrei deportati dall’ Italia, de Liliana Piccioto Fargion
  66. Il Porto de Livorno e La Toscana III (1676-1814), de Jean Pierre Fillipini
  67. La Nazione Ebrea Livorno e a Pisa (1591-1700), de Renzo Toaff
  68. Cognomi Degli Ebrei d’Italia, de Sameule Schaerf
  69. Escudo, de MoisĆ©sGarzĆ³n Serfaty
  70. Genealogia Hebraica de Portugal e Gibraltar dos Seculos XVII-XX , de JosƩ Maria Raposo de Souza Abecassis
  71. Quantos Judeus Estiveram no Brasil HolandĆŖs e Outros Ensaios, de  Egon e Frieda Wolf
  72. A InquisiĆ§Ć£o em Minas Gerais no Seculo XVIII, de Neusa Fernandes
  73. DicionƔrio BiogrƔfico.Judaizantes e Judeus no Brasil,1500-1808, de Egon Wolf e Frieda Wolf.
  74. InquisiĆ§Ć£o: InventĆ”rio de Bens Confiscados a CristĆ£os – Novos, de Anita Waingort Novinsky
  75. Avoytanu, de Gary Mokotoff.
  76. Os Marranos e a DiƔspora Sefaradita, de HƩlio Daniel Cordeiro
  77. Lista dos Sepultados no CemitƩrio de Oudhkerk- Holanda nos sƩculos XVII e XVIII
  78. EnciclopƩdia Judaica de Tel -Avive, vƔrios autores
  79. Um Caderno de CristĆ£os -Novos de Barcelos, de LuĆ­s de Bivar
  80. InquisiĆ§Ć£o de EvĆ³ra dos PrimĆ³rdios a 1668, de AntĆ“nio Borges  Coelho
  81. A InquisiĆ§Ć£o em Minas Gerais no SĆ©culo XVIII, de Neusa Fernandes
  82. A InquisiĆ§Ć£o Portuguesa no SĆ©culo XVII, de AntĆ“nio de Portugal de Gente da NaĆ§Ć£o.Um DicionĆ”rio do Judeus Residentes no Nordeste (1630-1654), de JosĆ© antĆ“nio goncalves de Mello
  83. CommunautƩ Portugaise de Tunisie, de Samuel de Paz
  84. Diomar, Oswaldo – Genealogia de Carmo do Cajuru, 2004.
  85. Brasil marrano: as pesquisas recentes. DisponĆ­vel em:http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/node/104. Acesso em: 21 Out. 2009.
  86. Nossa HistĆ³ria. DisponĆ­vel em: http://www.lagoinha.com/engine.php?pag=ibl_conteudo&secpai=58&sec=25&cat=189&art=6687. Acesso em: 21 Out. 2009.

[1] Mariel M. Marra Ć© bacharel em Teologia pelo Centro UniversitĆ”rio Izabela Hendrix de Belo Horizonte, colaborador do portal Lagoinha.com, membro da Igreja Batista da Lagoinha e presta apoio ao MinistĆ©rio JustiƧa de Deus (JUSDEI) – Para convites e outras informaƧƵes: marielmarra@gmail.com[2]Jean-Paul Marat. <DisponĆ­vel em:http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u731.jhtm> <Acesso em 21 Out. 2009.>
[3] Ronaldo Vainfas (ed.) “IntroduĆ§Ć£o” DenunciaƧƵes da Bahia. SĆ£o Paulo, Companhia das Letras, 1997; Eduardo d´Oliveira FranƧa e Sonia Aparecida Siqueira ĀŖ “IntroduĆ§Ć£o” a “Segunda VisitaĆ§Ć£o do Santo OfĆ­cio Ć s partes do Brasil pelo inquisidor e visitador licenciado Marcos Teixeira – Livro das confissƵes e ratificaƧƵes da Bahia” in Anais do Museu Paulista.SĆ£o Paulo, tomo XVII, 1963.  Sonia Aparecida Siqueira A InquisiĆ§Ć£o portuguesa e a sociedade colonial. SĆ£o Paulo, Ɓtica, 1978. Alguns  autores trataram da aĆ§Ć£o inquisitorial das VisitaƧƵes no Nordeste e do perĆ­odo holandĆŖs . Ver entre outros Arnold  Wiznitzer Os judeus no Brasil colonial. SĆ£o Paulo, Pioneira, 1966; Elias Lipner Os judaizantes nas capitanias de cima. SĆ£o Paulo, Brasiliense, 1969; JosĆ© Antonio GonƧalves de Mello Gente da NaĆ§Ć£o. Recife, Massangana, 1989.
[4] Os manuscritos do Tribunal do Santo OfĆ­cio da InquisiĆ§Ć£o de Lisboa estĆ£o arquivados em Lisboa no Arquivo Nacional da Torre do Tombo; os processos de habilitaĆ§Ć£o de genere sĆ£o encontrados nos arquivos das CĆŗrias da Igreja CatĆ³lica em diversas cidades brasileiras.
[5] Ver  Albert Sicroff  Les Controverses dĆŖs Status de PuretĆ© de Sang en Espagne du Xve au XVIIe siĆØcle. Paris, Librarie Marcel Didier, 1960; Charles Amiel “La puretĆ© de sang” in Espagne-Ɖtudes Inter-Ethniques, 6, 1983. Anita Novinsky  A InquisiĆ§Ć£o. 4a ed, SĆ£o Paulo, Brasiliense, 1986;  Maria Luiza Tucci  CarneiroPreconceito racial no Brasil colĆ“nia. SĆ£o Paulo, Brasiliense, 1983
[6] Anita Novinsky InquisiĆ§Ć£o – Rol dos Culpados – fontes para a histĆ³ria do Brasil, sĆ©culo XVIII. Rio de Janeiro, ExpressĆ£o e Cultura, 1992.   O Rol dos Culpados – sĆ©culo XVII estĆ” no prelo.
[7] Anita Novinsky InquisiĆ§Ć£o – Prisioneiros do Brasil, sĆ©culos XVI- XVIII. Rio de Janeiro, ExpressĆ£o e Cultura, 2002
[8] Ibidem, p.39
[9] Ver Wizniter,A op.cit; Angela  M.Vieira Maia Ć€ sombra do medo. CristĆ£os-velhos e cristĆ£os-novos nas capitanias do aƧĆŗcar. Rio de Janeiro, Oficina Cadernos de Poesia, 1995; Elias Lipner, op.cit.
[10] Ć‚ngelo Adriano Faria de Assis   Macabeas da ColĆ“nia: criptojudaismo feminino na Bahia- sĆ©c.XVI-XVII. NiterĆ³i, UFF, Doutoramento, 2004, mimeo.
[11] ProsopopĆ©ia – poema Ć©pico que relata a viagem e o naufrĆ”gio de JerĆ“nimo de Albuquerque, publicado pela primeira vez em 1601, um ano apĆ³s a morte do autor.  Ver Eneida Ribeiro  Bento Teixeira: o marrano que teve a prisĆ£o por recreaĆ§Ć£o, a solidĆ£o por companhia e a tristeza por prazer. RelatĆ³rio de QualificaĆ§Ć£o (Mestrado). SĆ£o Paulo, FFLCH-USP, 2005 (mimeo)
[12] Anita Novinsky CristĆ£os-novos na Bahia, SĆ£o Paulo, Perspectiva, 1972, p.162
[13] Yirmihahy Yovel Spinoza and other Herectics. Princenton, Princenton University Press, 1989, 2 vols. Edgar Morin Os meus demĆ“nios.  Sintra, PublicaƧƵes Europa AmĆ©rica, 1994; Jean Pierre Winter.Os errantes da carne: estudos sobre a histeria masculina. Rio de Janeiro: Cia. de Freud, 2001; Antonio Damasio Looking for Spinoza – Joy, Sorrow and the Feeling Brain. New York, Hartcourt, 2003; Michel Abensur Le Paria – une figure de la ModernitĆ©. Tumultes, no 21-22, nov.2003, ed. Kimpe,2003
[14] Daniela Levy A expansĆ£o dos judeus sefaradi no novo mundo (Pernambuco, sĆ©culo XVII). (Mestrado em andamento)
[15] Esse perĆ­odo Ć© fundamental para a histĆ³ria das religiosidades no perĆ­odo colonial perĆ­odoNĆ£o Ć© possĆ­vel examinĆ”-lo aqui devido Ć  riqueza do tema.
[16] Ver Fernanda Lustosa “Marranismo na ParaĆ­ba: adaptaĆ§Ć£o e resistĆŖncia”. In Lina Gorenstein e Maria Liza Tucci Carneiro (org.) Ensaios sobre a IntolerĆ¢ncia – InquisiĆ§Ć£o, Marranismo e Anti-semitismo. SĆ£o Paulo, Humanitas/FFLXH-USP, 2002, p.141-142..Ver tambĆ©m da mesma autora Raizes judaicas na ParaĆ­ba colonial. SĆ£o Paulo, FFLCH-USP, Mestrado, 2002 (mimeo) e Bruno Feitler,Inquisition, juifs et nouveaux-chrĆ©tiens au BrĆ©sil. Le Nordeste, XVIIe-XVIIIe siĆØcles. Louvain, Presses Universitaires de Louvain, 2003.
[17] Ver Bruno Feitler Inquisition, juifs et nouveaux-chrĆ©tiens dans lĆŖs capitanies du nord de l´Ćˆtat du Br´sil aux XVIIĆØme et XVIIIĆØme siĆØcles. ThĆØse de Doctorat. Paris, Ɖcoles dĆŖs Hautes Ɖtudes em Sciences Sociales, 2002
[18] Ver Suzana Maria de Souza Santos Marranos e InquisiĆ§Ć£o (Bahia, sĆ©culo XVIII). SĆ£o Paulo, FFLCH-USP, Mestrado, 1997 (mimeo); “Uma famĆ­lia cristĆ£-nova portuguesa na Bahia setecentista” in Lina Gorenstein e Maria Luiza Tucci Carneiro, op.cit., pp.145-174.
[19] Anita Novinsky CristĆ£os-novos na Bahia, op.cit., p. 176
[20] Mikve palavra hebraica que significa “reuniĆ£o”. Piscina de Ć”gua “viva”, acumulada da chuva ou de uma fonte, que Ć© usada no ritual de purificaĆ§Ć£o e abluĆ§Ć£o. Por exemplo, mulheres casadas usam a mikve apĆ³s a menstruaĆ§Ć£o, antes de recomeƧarem as relaƧƵes sexuais com seus maridos.Ver Alan Unterman DicionĆ”rio judaico de lendas e tradiƧƵes. Trad. Paulo Geiger. Rio de Janeiro, Jorge Zahar ed., 1992, p.175
[21] Ver Claudeteane Rodrigues  “Miguel de MendonƧa Valladolid: um mercador cristĆ£o-novo” in Lina Gorenstein e Maria Luiza Tucci Carneiro, op.cit.,pp.215-220
[22] “Relaxado ao braƧo secular” significava que o rĆ©u havia sido condenado a morte pelos Inquisidores. Como a Igreja nunca “matava”, entregava o preso ao poder secular que executava a sentenƧa. A pena era a morte na fogueira; se antes da execuĆ§Ć£o da sentenƧa o rĆ©u dissesse que desejava morrer pela Lei de Cristo, antes de ser queimado, era garroteado. Caso contrĆ”rio, era queimado “em carne”, ou seja, vivo. Marcelo Amaral Bogaciovas estĆ” preparando dissertaĆ§Ć£o de Mestrado sobre os cristĆ£os-novos de SĆ£o Paulo, com o tĆ­tulo   TribulaƧƵes do Povo de Israel na SĆ£o Paulo Colonial.
[23] Ver Anita Novinsky “CristĆ£os-novos na construĆ§Ć£o do Brasil” in Arnaldo Niskier (coord.) ContribuiĆ§Ć£o dos judeus ao desenvolvimento brasileiro. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras e Univ.Gama Filho, 1998, pp.29-40.
[24] Ver Anita Novinsky  “Ser marrano em Minas Colonial” in Revista Brasileira de HistĆ³ria. SĆ£o Paulo, ANPUH/Humanitas, n.40, julho de 2001, pp.161-176.
[25] Ver Lina Gorenstein Ferreira da Silva HerĆ©ticos e Impuros – InquisiĆ§Ć£o e cristĆ£os-novos no Rio de Janeiro, sĆ©culo XVIII. Rio de Janeiro, SĆ©c. Municipal de Cultura, Depto de InformaĆ§Ć£o e EditoraĆ§Ć£o, 1995.
[26] Anita Novinsky, op.cit.
[27] Ver Adalberto GonƧalves AraĆŗjo Jr CristĆ£os-novos e InquisiĆ§Ć£o no sĆ©culo do ouro em GoiĆ”s. SĆ£o Paulo, FFLCH-USP, Mestrado, 1998 (mimeo) e “A biblioteca de um cristĆ£o-novo nas Minas de GoiĆ”s” in Lina Gorenstein e Maria Luiza Tucci Carneiro, op.cit., pp.319-339
[28] C. E. CalaƧa Costa Fonseca Anti-Semitismo na Universidade de Coimbra: cristĆ£os-novos do Rio de Janeiro (1600-1730). SĆ£o Paulo,FFLCH, USP, Doutoramento, 2004. (mimeo)
[29] FranƧois Froger RĆ©lation d´um Voyage fait em 1695, 1696 et 1697 aux cotes d´Afrique, detroit de Magellan, Bresil, Cayenne et Isles Antilles par une esquadre des vasseaux du Roi, commandĆ©e par M. de Gennes faite par lĆŖ Sieur Froger, Ingenieur volontaire sur le vaisseau le Faucon Anglois. Amsterdam, chez les heritiers d´Antoine Schelte, MDCXCIX, p74-75
[30] Ver Lina Gorenstein Ferreira da Silva “O sangue que lhes corre nas veias, op.cit., parte I, cap.II, pp.70-71 e Lina Gorenstein e Carlos Eduardo CalaƧa “Na cidade e nos Estaus: cristĆ£os-novos do Rio de Janeiro “ in Lina Gorenstein e Maria Luiza Tucci Carneiro, op.cit.,p.100.
[31] AtĆ© o momento, as pesquisas indicam que trezentos (300) cristĆ£os-novos moradores do Rio de Janeiro foram presos. CristĆ£os-novos naturais da cidade, porĆ©m moradores em outras localidades, tambĆ©m foram presos. Se contabilizarmos esses presos, e tambĆ©m aqueles que foram presos na cidade, mas nĆ£o chegaram a ser processados por terem falecido antes de serem entregues ao Tribunal em Lisboa, chegamos ao nĆŗmero de cento e sessenta e sete (167) mulheres e cento e cinqĆ¼enta e oito (158) homens, totalizando trezentos e vinte e cinco (325) cristĆ£os-novos naturais ou moradores no Rio de Janeiro presos entre 1703 e 1740.
[32] Ver Lina Gorenstein Ferreira da Silva HerĆ©ticos e Impuros, op.cit., cap.III
[33] Ibidem, Cap.III
[34] Ver  Anita Novinsky InquisiĆ§Ć£o – InventĆ”rios de bens confiscados a cristĆ£os-novos. Lisboa, Casa da Moeda/Liv. CamƵes, s.d. e Lina Gorenstein  A InquisiĆ§Ć£o contra as mulheres, op.cit, parte II, cap. I.
[35] Ver Lina Gorenstein, op.cit.
[36] Paulo Valadares A presenƧa ocuta – origem judaica de famĆ­lias brasileiras. SĆ£o Paulo, FFLCH,USP, Mestrado, 2004
[37] Benair Ribeiro Um morgado de misĆ©ricas” subsĆ­dios para um Auto de um poeta marrano. FFLCH, Mestrado, 2001, mimeo. Ver tambĆ©m Denise Carollo A polĆ­tica inquisitorial na RestauraĆ§Ć£o portuguesa e os cristĆ£os-novos. FFLCH-USP, Mestrado, 1995 e Luis NazĆ”rio Autos de FĆ© como espetĆ”culos de massa.SĆ£o Paulo, Humanitas, 2005
[38] Paulo Valadares “A PresenƧa Oculta, op.cit Nathan Wachtel.
Tags

Postar um comentƔrio

0ComentƔrios
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.

Os comentĆ”rios sĆ£o de responsabilidade exclusiva de seus autores e nĆ£o do Blog. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.NĆ£o publicamos comentĆ”rios anĆ“nimos. Coloque teu URL que divulgamos

Os comentĆ”rios sĆ£o de responsabilidade exclusiva de seus autores e nĆ£o do Blog. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.NĆ£o publicamos comentĆ”rios anĆ“nimos. Coloque teu URL que divulgamos

Postar um comentƔrio (0)

#buttons=(Accept !) #days=(20)

Our website uses cookies to enhance your experience. Learn More
Accept !