A ministra das RelaƧƵes Exteriores de Israel, Tzipi Livni, assistiu a uma virada de tendĆŖncia desde que no mĆŖs passado se tornou lĆder de seu partido, o Kadima (atualmente no governo), e poderia agora vencer a oposiĆ§Ć£o direitista nas urnas, mostraram pesquisas divulgadas nesta segunda-feira.
Duas enquetes publicadas por jornais um dia depois de Livni ter abandonado os esforƧos para formar uma nova coalizĆ£o de governo e ter recomendado o presidente do paĆs a convocar eleiƧƵes parlamentares mostraram que o Kadima venceria por uma pequena diferenƧa de votos o Likud, partido do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu - uma reviravolta em relaĆ§Ć£o aos nĆŗmeros de pesquisas divulgadas em agosto.
Os membros do Kadima atribuĆram Ć imagem da ministra - considerada uma dirigente livre da mĆ”cula da corrupĆ§Ć£o - os ganhos em popularidade. Mas poucos pareciam confortĆ”veis com ir Ć s urnas tĆ£o cedo sob o comando de uma lĆder nomeada hĆ” tĆ£o pouco tempo.
– Acho que nĆ£o querĆamos uma eleiĆ§Ć£o. QuerĆamos continuar com a configuraĆ§Ć£o polĆtica atual – disse o ministro israelense do Meio Ambiente, Gideon Ezra, do Kadima, Ć RĆ”dio do ExĆ©rcito de Israel.
– Mas esta Ć© a nossa realidade. Esperamos ser capazes de formar um governo ainda mais estĆ”vel depois da eleiĆ§Ć£o – disse.
Enquanto Israel concentra-se na escolha de um novo governo, parecem ser poucas as chances de que haja avanƧos no lento processo de paz patrocinado pelos EUA e realizado com os palestinos. O governo norte-americano esperava obter ao menos um projeto de acordo antes do final do ano.
O Kadima perdeu forƧa devido Ć guerra no LĆbano em 2006 e a uma sĆ©rie de escĆ¢ndalos de corrupĆ§Ć£o que obrigaram o primeiro-ministro Ehud Olmert a renunciar. Olmert continua no cargo em carĆ”ter interino, e Livni substitui-o na lideranƧa do partido no dia 17 de setembro.
O presidente de Israel, Shimon Peres, deve dizer ao Parlamento ainda nesta segunda-feira que uma nova coalizĆ£o de governo nĆ£o poderĆ” ser formada, dando inĆcio assim aos preparativos para a prĆ³xima eleiĆ§Ć£o, prevista para ocorrer no final de janeiro ou em fevereiro.
A pesquisa do jornal Yedioth Ahronoth previu que o Kadima ficaria com 29 das 120 cadeiras do Knesset (Parlamento) - mantendo a bancada atual - ao passo que o Likud ficaria com 26 (contra 12 hoje). O Partido Trabalhista, do ministro da Defesa do paĆs, Ehud Barak, maior aliado de Olmert no governo atual, elegeria 11 parlamentares (contra 19 agora).
Uma pesquisa semelhante divulgada pelo Maariv previu que o Kadima, o Likud e os trabalhistas conquistariam respectivamente 31, 29 e 11 cadeiras.
Os resultados contrariam as enquetes anteriores, segundo as quais Netanyahu, cuja popularidade aumentou devido aos problemas de seguranƧa enfrentados por Israel, venceria facilmente as prĆ³ximas eleiƧƵes.
Yuval Steinitz, parlamentar do Likud e aliado de Netanyahu, descreveu as pesquisas mais recentes como tendenciosas.
– As enquetes que eu vi mostram o Likud vencendo por seis a sete cadeiras, apesar de isso ainda nĆ£o ser suficiente – afirmou Ć Reuters.
O Kadima pode ter de enfrentar, nas urnas, tambĆ©m seus aliados trabalhistas. Barak, apesar de haver anunciado sua disposiĆ§Ć£o em dar apoio a um governo liderado por Livni, disse na segunda-feira ter confianƧa na sua capacidade de vencer tanto a chanceler quanto Netanyahu.
– Acho que os cidadĆ£os de Israel saberĆ£o, no dia em que depositarem seu voto nas urnas, diferenciar entre uma circunstĆ¢ncia passageira e uma lideranƧa real, eleita, que sabe como enfrentar os desafios com que Israel se depara – afirmou Ć RĆ”dio Israel o lĆder trabalhista, ele tambĆ©m um ex-premiĆŖ.
A pesquisa do Yedioth entrevistou 500 pessoas e possui uma margem de erro de 4,5 pontos percentuais. A do Maariv falou com 900 pessoas e nĆ£o divulgou sua margem de erro.
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Magal
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