Livni reúne-se neste domingo com o presidente israelense, Shimon Peres, e deve anunciar oficialmente a sua decisão. A política, que é ministra das Relações Exteriores de Israel, foi eleita líder do Kadima no mês passado.
Ela então recebeu a tarefa de formar um governo de coalizão, para substituir o primeiro-ministro Ehud Olmert. Livni tinha estabelecido domingo como prazo para montar um novo governo. Mas na sexta-feira o partido Shas recusou-se a participar da futura coalizão.
"Quando ficou claro que todas as pessoas e todos os partidos estavam explorando a oportunidade para fazer exigências que são economicamente e diplomaticamente ilegítimas, eu decidi cancelar (as negociações) e ir às urnas", declarou Livni em uma nota oficial divulgada no domingo.
Likud
Após receber a informação oficial de Livni neste domingo, Peres terá três dias para tentar reverter a situação. Depois deste período, qualquer parlamentar israelense pode tentar formar um governo de coalizão.
Mas segundo a imprensa israelense, é pouco provável que qualquer coalizão seja formada e que a decisão de Livni leve a novas eleições, que aconteceriam em fevereiro.
O próximo pleito só estava programado para 2010. O principal rival do partido de Livni é o direitista Likud. O Kadima tem 29 assentos dos 120 do Parlamento israelense. O partido havia feito uma coalizão com os trabalhistas, que detêm 19 assentos.
O ortodoxo Shas, com 12 parlamentares, era visto como um aliado crucial do novo governo, mas rejeitou uma coalizão com o Kadima devido a duas reivindicações que não teriam sido atendidas: o aumento do gasto com crianças e a promessa de que o status de Jerusalém não mudará nas negociações com os palestinos.
Em entrevista ao jornal Haaretz, Livni disse que não seria "chantageada".
Segundo o correspondente da BBC em Jerusalem Tim Franks, um dos principais beneficiados da decisão de Livni é o líder do partido de oposição Likud, Binyamin Netanyahu. Pesquisas de opinião sugerem que a disputa entre o Kadima e o Likud seria bastante apertada.
Há temores de que um processo eleitoral em Israel possa prejudicar as negociações com os palestinos em busca de um processo de paz.
O principal negociador palestino, Saeb Erekat, disse à BBC que se os israelenses realizarem eleições antecipadas, dificilmente será possível haver negociações de paz no período.
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Magal
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