Domingo, 10 de setembro de 2006, 03h24 - EFE
O vice-primeiro-ministro israelense, Shimon Peres, afirmou hoje que "após a retirada unilateral da faixa palestina de Gaza, há um ano, e do sul do Líbano", em 2000, Israel não deixará mais territórios ocupados sem antes uma negociação.
"Saímos de Gaza e do sul do Líbano e eles (os palestinos e a milícia do Hisbolá) continuaram disparando contra nós como tolos.
Portanto, foram eles que puseram fim às retiradas unilaterais", afirmou Peres à rádio pública.
O vice-primeiro-ministro disse também que não imagina que o Parlamento vote em sua maioria para uma retirada de iniciativa própria da Cisjordânia ocupada.
Além disso, "não vejo que isso entusiasme o povo... somos um país democrático", acrescentou em referência ao "plano de convergência" proposto pelo primeiro-ministro, Ehud Olmert, ao assumir suas funções em maio, para fixar unilateralmente a fronteira de Israel com os palestinos.
O estadista israelense disse também que "é preciso passar para as negociações com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que então impugnou energicamente esse ''plano unilateral''" de Olmert.
"Não vejo nenhum motivo pelo qual não devamos conversar com Abbas sobre todos os temas do mundo. É um homem que quer a paz, um homem sério, e também nós queremos a paz. Estar zangados não é uma política", disse Peres.
"Não estamos zangados com o presidente Abbas e não há motivo algum para dar-lhe as costas", comentou o vice-primeiro-ministro.
O primeiro-ministro Olmert, por ocasião da visita deste sábado de seu colega do Reino Unido, Tony Blair, afirmou que está disposto a reunir-se "sem pré-condições" com o presidente palestino, que por sua vez anunciou o mesmo esta semana em Ramala.
Por enquanto, não foi fixada nenhuma data para a primeira reunião entre ambos desde que Olmert - que esta semana também renunciou ao seu "plano de convergência" - assumiu o Governo.
A base das negociações, afirmou Olmert, será o "Mapa de Caminho" que Estados Unidos, União Européia (UE), Rússia e ONU - o Quarteto de Madri - propuseram há três anos a Israel e à ANP como um itinerário para alcançar a paz.
O chefe do Governo israelense foi criticado pelos partidos da direita nacionalista, na oposição, pois nem sequer impôs como condição para falar com Abbas que as facções palestinas em Gaza pusessem em liberdade o soldado israelense Gilad Shalit.
Shalit, capturado em uma base militar israelense por comandos palestinos desse território sob controle da ANP, se encontra cativo em Gaza desde 25 de junho.
Os seqüestradores de Shalit exigem trocá-lo por prisioneiros palestinos reclusos em prisões de Israel, cujo Governo se nega a "negociar com terroristas, pois amanhã reincidirão", segundo Omert.
O primeiro-ministro israelense revelou na noite deste sábado aos jornalistas que em uma conversa telefônica com Abbas, antes do seqüestro do soldado, tinha manifestado a ele sua disposição de libertar centenas de palestinos para impulsionar o processo de paz.
"Quanto aos prisioneiros, é preciso dizer a Abbas que primeiro libertem nosso soldado, e então falaremos da libertação de presos palestinos", comentou Peres.
O vice-primeiro-ministro israelense se reunirá hoje com Blair depois que ele retornar de uma reunião com Abbas em Ramala, 15 quilômetros ao norte de Jerusalém, e antes de iniciar sua visita a Beirute.
------------------
Comentário mIsrael
Comentário mIsrael
Território ocupado?
Quando a ONU declarou a divisão do território até então chamado de Palestina e que era controlado pela Inglaterra, criou a Jordânia. O restante seria entregue aos judeus palestinos. Mas, a população árabe palestina não aceitou. Então a ONU promoveu uma segunda divisão do território focando as populações estabelecidas e criaria um estado para os judeus palestinos e outro para os árabes palestinos.
Todos os muçulmanos não aceitaram a existência de um estado judaico. Então, com o fim do mandato britânico (14 de maio de 1948), Israel declarou sua independência. No dia 15 de maio Egito, Jordânia, Síria e Líbano atacam Israel que ainda não tinha nem um exército formado.
Em 67, mais uma guerra eclodiu devido aos ataques Sírios no norte de Israel e a aproximação dos exércitos da Jordânia e Egito da fronteira com Israel e as ameaças destes países em destruir Israel. Nesta guerra, Israel capturou as colinas do Golan, Cisjordânia (Judéia e Samaria bíblicas), a faixa de Gaza além da península do Sinai.
Israel devolvel o Sinai ao Egito e a Faixa de Gaza não foi aceita por este país. Da mesma forma foi fechado um tratado de paz com a Jordânia que aceitou a não devolução da Cisjordânia.
Com isso, a Faixa de Gaza e a Judéia e Samaria bíblicas passaram a ser parte de Israel e, portanto, não são territórios ocupados e sim em disputa.