Sexta, 8 de setembro de 2006, 22h48 - Reuters
Diplomatas de países árabes e de Israel travaram uma acirrada discussão na sexta-feira no plenário da Assembléia Geral da ONU depois da aprovação de um plano global de combate ao terrorismo, de conteúdo eminentemente simbólico, a três dias do quinto aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA.
O "plano de ação" contra o terrorismo, aprovado em votação simbólica pelos 192 países da Assembléia, apresenta em suas oito páginas medidas e metas abrangentes para evitar atentados, para combater as condições que alimentam o terrorismo e para ajudar os países a enfrentarem o problema sem abrir mão dos direitos humanos.
Mas nove países, a maioria árabes, foram à tribuna após a adoção do plano para se queixar do fato de ele não mencionar as ações militares israelenses no Líbano e nos territórios palestinos.
Além disso, o documento não impede que grupos como os palestinos sejam qualificados de terroristas por adotarem "movimentos de libertação nacional", segundo os diplomatas.
Isso levou Israel a criticar Irã e Síria por não evitarem ataques ao Estado judeu.
O plano de ação foi encomendado à ONU durante uma cúpula em Nova York, no ano passado. Seus detalhes estavam sendo discutidos desde então.
O documento repisa algumas polêmicas que há anos prejudicam os esforços da ONU contra o terrorismo.
Os países-membros acharam que haviam superado o impasse quando o secretário-geral Kofi Annan sugeriu que, em vez de uma definição formal de terrorismo, houvesse apenas uma declaração simples qualificando de terrorismo qualquer ação intencional que provoque ferimentos e mortes de civis, independentemente dos seus motivos.
Os países aceitaram adoção do plano, mas as farpas surgiram quando os diplomatas tiveram a chance de comentar o acordo.
Annan disse que o pacto é "uma conquista histórica" e pediu aos países que honrem "as vítimas do terrorismo em todos os lugares, adotando ações imediatas para implementar todos os aspectos da estratégia."
As resoluções da Assembléia Geral não são de cumprimento obrigatório, mas têm seu significado porque expressam a vontade de países de todo o mundo.
O plano pede aos países que restrinjam o uso da Internet por terroristas, que adotem leis proibindo a incitação ao terrorismo e que só concedam asilo depois de verificar que o solicitante não esteve envolvido em atos terroristas.
O texto também apóia esforços para melhorar o controle dos documentos nacionais de identidade e passaportes, para reforçar o controle de fronteiras e alfândegas e para ampliar a coordenação na preparação contra ataques químicos, nucleares ou biológicos.
Vários artigos têm por objetivo evitar que os direitos humanos sejam sacrificados no combate ao terrorismo, além de melhorar as condições sociais nos ambientes onde o terrorismo recruta seus militantes.
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Comentário mIsrael
Comentário mIsrael
Os únicos a protestarem contra este documento são exatamente os países que apóiam a prática do terrorismo contra outros países.