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Samuel Iavelberg, irmão de Iara, doa indenização

                                                         Samuel Iavelberg, irmão de Iara, doa indenização

 

            A indenização recebida por Samuel Iavelberg referente à morte de sua irmã, Iara Iavelberg, durante a ditadura militar, foi doada na íntegra para a organização População de Rua coordenada pelo padre Júlio Lancellotti.

            Samuel e seus outros dois irmãos receberam cada um R$ 41.530,00 como determinou a Comissão Especial (Mortos e Desaparecidos Políticos) que faz parte da Secretaria Especial dos Direitos Políticos. A doação feita por Samuel à organização foi no valor de R$ 40 mil (o restante é para cobrir a CPMF e demais despesas).

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            A indenização foi solicitada como uma forma que a família encontrou para que o Estado assumisse a responsabilidade pela morte de Iara e, com isso, obter mais um argumento na luta judicial que pedia a exumação do corpo. Durante 13 anos a família tentou realizar tal ação para esclarecer a morte de Iara, definida pela ditadura como "suicídio". Entretanto os dirigentes do Cemitério Israelita não a autorizavam a retirada dos ossos com base em princípios da religião judaica.

            Em outubro de 2003, de posse de uma liminar, a família conseguiu fazer a exumação. Em junho deste ano, um laudo pericial classificou de "improvável" a tese de suicídio de Iara Iavelberg.

 

Para quem nao sabe Iara Iavelberg, militante do MR-8 ( que nao tem nada a ver com o MR-8 de hoje) era companherio de Carlos Lamarca. Perseguida pela ditadura militar, ela refugiou-se em Salvador. Encontrada sua casa foi cercada e morreu com um tiro. A policia disse que foi suicidio (como disse em varios outros casos).

 

Em 20 de agosto de 71, Iara foi morta. Seu caixao entregue lacrado a familia um mes depois.  Pressioanda pela ditadura militar a Chevra Kadisha colocou Iara num local destinado aos suicidas, cometendo um grave erro, pois ainda que fosse um suicidio, as condiçoes de perseguiçao em que ela se encontrava sao atenuantes e ela jamais poderia ter sido enterrada como suicida.

 

Em 1998 escrevi um texto que enviei a uns amigos e tambem a Samuel, irmao de Iara, que eu nao conhecia. Anos depois numa entrevista que concedeu a revista ASA, Samuel se refere a esse texto. Foi muito emocionante para mim. Em homenagem a Iara e ao incansavel Samuel envio o texto a todos.

 

Tzedek tzedek tirdof

 

(a justiça, a justiça devera sempre ser buscada) 



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Jorge Magalhães
Acesse:http://jorgemagalhaes.blogspot.com
             http://hebreu.blogspot.com

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