Líderes de grupos judeus e muçulmanos, assim como diplomatas e especialistas em política externa, assistirão ao filme antes de seu lançamento nos EUA, no dia 23 de dezembro, mas Spielberg se afastou da mídia e das custosas campanhas promocionais que costumam preceder o lançamento de um filme de grande estúdio.
A revista disse que sua entrevista era a única que o cineasta pretendia dar antes do lançamento do filme, que mostra a resposta do Estado judaico depois que um grupo de palestinos fez refém uma equipe olímpica israelense nos Jogos de Munique. Onze atletas israelenses, cinco sequestradores e um policial alemão morreram na ação.
"Em algum lugar dentro dessa intransigência tem que haver uma oração pela paz", disse Spielberg à Time, "porque os maiores inimigos não são os palestinos nem os israelenses. O maior inimigo na região é a intransigência".
O diretor também falou de outro projeto que começará em fevereiro, no qual ele está comprando 250 câmeras de vídeo para dar a crianças israelenses e palestinas, para que elas possam fazer filmes por conta própria.
"Não dramas", disse Spielberg, "apenas pequenos documentários sobre quem elas são e no que acreditam, quem são seus pais, a que escola vão, o que têm para comer, que filmes elas assistem, que discos ouvem."
Spielberg disse que depois as crianças vão trocar os vídeos entre elas.
"Esse é o tipo de coisa que pode ser efetiva, acho, em simplesmente fazer as pessoas entenderem que não existem muitas diferenças que dividem israelenses e palestinos. Não como seres humanos, de qualquer forma", disse.
O diretor disse à revista estar muito orgulhoso que o filme "Munique" não tenha demonizado nem o lado israelense nem o lado palestino. O elenco do filme conta com Eric Bana, Daniel Craig e Geoffrey Rush, ator que recebeu um Oscar por "Shine - Brilhante".