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Presidente da Sociedade Israelita da Bahia fala sobre os desafios da sua comunidade

 

O presidente da Sociedade Sociedade Israelita da Bahia (SIB), Mauro Zalcbergas, fala à CONIB sobre a sua trajetória na vida comunitária e as conquistas e desafios de sua gestão e em defesa da comunidade judaica baiana. Veja a seguir: 
A trajetória 
Nasci no Rio de Janeiro e quando eu tinha três anos meus pais vieram para Salvador e logo se integraram à sociedade israelita da Bahia. Estudei em colégio israelita, mas a escola (israelita) no estado ia só até o primário. A partir daí seguíamos em outros colégios e, acredito que, por causa dessa deficiência na continuação do estudo em colégios judaicos, muitas famílias judias migraram para o Rio e São Paulo. Na adolescência frequentei grupos judaicos e o clube Hebraica, que promovia atividades esportivas e sociais e o próprio grupo juvenil do qual eu participava fazia parte do ambiente no clube. Apesar de, naquela época, não termos tido a oportunidade de continuar os estudos em escolas judaicas, seguíamos o judaísmo em família observando as datas e frequentando a sinagoga. 
Desafios 
Entre 1998 e 1999 fui convidado a assumir a diretoria do cemitério judaico e atuei como presidente da instituição por sete anos. Para mim, essa foi uma grande experiência, aprendi a entender a parte mais profunda do judaísmo. Fiquei afastado das atividades comunitárias por um tempo, em função de viagens, e acabei retornando na época da pandemia. Estou à frente da SIB (Sociedade Israelita da Bahia) há um ano e meio e minha gestão vai até fevereiro de 2023. Estou muito feliz (na função), embora essa atividade tenha sido um desafio muito grande, porque as pessoas não vinham mais à sinagoga. Através de eventos online conseguimos envolver a comunidade e trazer as famílias de volta ao convívio comunitário. Tenho muito o que agradecer a diretores e outros colaboradores, que ajudaram a formatar essas atividades e contribuíram para o bom resultado desse esforço. Agora, com praticamente o fim da pandemia, posso dizer que estou feliz pelo sucesso dessa nossa missão. 
Nesses três últimos dias, tivemos muitas atividades aqui. O Andé Lajst - cientista político e presidente executivo da StandWithUs Brasil – esteve aqui conosco, dando aulas e palestras em faculdades, colégios e na própria SIB e a comunidade, carente de informações, compareceu em peso. Foi um momento muito especial e que foi transmitido também online. 
A comunidade da Bahia 
A comunidade judaica da Bahia se estendeu ao longo do território do estado, assim como em Pernambuco, a partir de Recife, e em outras capitais do Norte e Nordeste. Desde que vieram, fugindo da Inquisição na Europa, especialmente em Portugal, eles (os judeus) se espalharam por várias cidades da Bahia. Vieram com as caravelas, com espanhóis, portugueses e holandeses. Na Bahia, muitos se instalaram no interior do estado, onde houve muita assimilação e, em consequência disso, muitos perderam suas identidades. Por isso é muito difícil calcular o número de judeus que vivem no estado. Ainda assim, imagino que na Bahia existam em torno de mil judeus. Aqui, na capital, Salvador, onde se concentra a maior parte dos judeus, antes a comunidade judaica era mais numerosa, mas a migração para o sul, para o eixo Rio-São Paulo, principalmente, foi forte. Hoje temos cadastradas 150 famílias, umas mais ativas, outras menos. 
Para mapear melhor essa situação, a nossa gestão criou um site, onde podemos consultar e acompanhar esse movimento migratório, não só na Bahia, mas em outros estados do Brasil e, também, em lugares da América Latina. Queremos atrair essas famílias e lembrá-las que nasceram no Estado e que seus pais se instalaram aqui, como imigrantes, assim como os meus próprios pais.  
A Sociedade Israelita da Bahia (SIB) foi fundada em 17 da abril de 1947, mas a história da comunidade judaica de Salvador teve início por volta do ano de 1912, com a chegada de judeus que vieram, em sua maioria, da Rússia, Romênia, principalmente da região chamada de Bessarábia, e Polônia. 
Origem 
Meu pai veio da Lituânia e deixou lá a mãe, o pai e os irmãos dele. E veio a Shoá. Meu pai veio sozinho. Se instalou em São Paulo, onde conheceu minha mãe, também filha de russos, e formaram aqui uma nova família. Tenho três irmãos paulistas. Depois, eles migraram para o Rio de Janeiro, onde nasci, e em seguida para a Bahia, onde se estabilizaram. Tenho duas irmãs nascidas aqui, na Bahia. 
Mensagem aos jovens 
Os jovens precisam ter atividades judaicas para motivá-los e lembrá-los de sua importância dentro da comunidade e para a construção da identidade judaica local. Para isso é necessário que frequentem escolas (judaicas) e tenham educação dentro do judaísmo. Aqui, não temos escolas judaicas que acompanhem esses jovens. Temos uma morá (professora), que dá aulas aqui, na SIB, e estamos nos empenhando para melhorar essa situação, Com o mundo moderno e com a entrada da tecnologia, vimos que muitos se espalharam além da assimilação. Então cabe aos pais usarem a influência que têm sobre seus filhos para trazê-los de volta à comunidade. E muitas vezes os próprios pais não estão estimulados para isso. Nesses casos cabe aos filhos fazer o esforço necessário para trazer a família de volta à comunidade. E para praticar o judaísmo comunitário é necessário entender os valores da religião judaica. Isso é importante para envolver o jovem e para que ele esteja aberto para ajudar o próximo, porque essa é a essência: fazer o bem, para deixar um legado para as próximas gerações.
Presidente da Sociedade Israelita da Bahia fala sobre os desafios da sua comunidade - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

Original:
https://conib.org.br/noticias/todas-as-noticias/37137-presidente-da-sociedade-israelita-da-bahia-fala-sobre-os-desafios-da-sua-comunidade.html

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