O que se come em Israel?

Pão acompanhado de saladas e molhos

Localizado na passagem entre a África e a Ásia, banhada pelo Mar Mediterrâneo e pelo Mar Vermelho, Israel está em uma região por onde vários povos e civilizações já passaram ao longo da História. Cada um deixou na região um pouco de sua cultura, incluindo sua culinária. Ao mesmo tempo em que está em uma região com milênios de história, Israel é um país jovem, que acaba de completar 70 anos, por isso sua tradição culinária ainda está em formação e é difícil de ser definida. Talvez o mais correto seria afirmar que a culinária israelense é uma mistura da tradição culinária árabe local com a dos imigrantes judeus que chegaram lá vindos das mais diversas partes do mundo: Polônia, Alemanha, Rússia, Romênia, Marrocos, Iraque, Itália, Líbia, Irã, Iêmen, Turquia, Geórgia, Etiópia, Curdistão e Bulgária, só para citar alguns.

Kosher e Halal

A religião predominante no país é o judaísmo e a segunda religião mais numerosa é o islamismo. A culinária local acaba refletindo um pouco dessas religiões e suas leis dietéticas. Kashrut é o nome dado às leis e regras alimentares do judaísmo. Na prática isso significa que restaurantes que servem laticínios (exemplo: pizzaria) geralmente não servem carnes e vice-versa, pois pelas regras da kashrut derivados de leite não podem ser misturados a derivados de carne. Nada de cheeseburger, portanto.

Carne suína, frutos do mar e alguns tipos de peixes também não são permitidos pela kashrut. Quando um alimento está de acordo com a kashrut ele é dito kasher ou kosher. A maioria dos restaurantes em Israel respeita a kashrut, mas não são todos.

Restaurantes kasher não funcionam do entardecer de sexta-feira até o entardecer de sábado, período do Shabat judaico, nem em feriados religiosos. No período da páscoa judaica (Pessach), que dura 7 dias e cai em março ou abril, não são servidos pães nem nada feito a partir de cereais.

Halal, por sua vez, é como é chamado um alimento apropriado ao consumo segundo as leis alimentares islâmicas. A carne de porco também é excluída, assim como as bebidas alcoólicas, mas no geral as normas islâmicas são menos restritivas.

Em Jerusalém Ocidental, predominantemente judaica, a maioria dos restaurantes é kasher. Em Jerusalém Oriental, predominantemente muçulmana, a maioria é halal. Achou complicado? Não tem problema, para quem não é judeu ou muçulmano devoto, isso não faz a menor diferença.

É picante?

Só alguns pratos ou molhos são picantes e, na dúvida, basta perguntar. Recomendamos atenção aos molhos vermelhos e verdes, assim como aos picles. Apesar de normalmente não ser picante, a comida em Israel, assim como em outros países do Oriente Médio, usa combinações de condimentos de acordo com o paladar local e muitos desses temperos não existem no Brasil. Esses temperos não chegam a ser picantes, mas podem causar um certo estranhamento no início para quem não está acostumado com os sabores do Oriente Médio.

Café da manhã

O desjejum israelense é muito farto e variado, mas bem diferente do brasileiro em alguns pontos. Nos hotéis onde nos hospedamos o bufê do café da manhã era um verdadeiro banquete: pães de vários tipos, iogurtes, queijos variados, vários tipos de saladas, ovos, peixe defumado, azeitonas, café, chás, cereais, sucos e etc. Os pães são deliciosos e geralmente de fermentação natural.

Merece destaque o shakshuka, um prato simples, à base de ovos e molho de tomate, que cai muito bem no café da manhã.

Shakshuka prato à base de ovos e molho de tomate[/pic]

Lanches rápidos

Os pratos mais tradicionais para um lanche rápido são o falafel, o shawarma e as burekas. Falafel é um bolinho de grão-de-bico frito, que é servido em um pão árabe (pita) ou pão folha (laffa) enrolado, junto com batatas fritas, tahine (molho de gergelim) e saladas à sua escolha. Também pode ser servido no prato, com o pão à parte.

Shawarma vem na mesma combinação, só que no lugar dos bolinhos vêm tiras carne de carneiro ou peru assada em um espeto giratório vertical.

Burekas são pastéis de massa folhada. Os recheios mais comuns são batatas, queijo, espinafre, cogumelos ou berinjela.

Carnes

A carne mais consumida é a de frango. Israel possui o maior consumo per capita de frango do mundo (58,6 quilos per capita, em 2017). Também são bastante consumidos carneiro e peru, além dos peixes. A carne bovina é mais cara e menos consumida.

Por seu consumo ser proibido nas tradições judaica e islâmica, a carne suína não é muito comum, mas pode ser encontrada em alguns lugares. Frutos do mar também são vetados pela kashrut e não são comuns.

Frutas

Apesar de o país ter apenas 20% de suas terras cultiváveis, a agricultura em Israel é bastante desenvolvida graças a investimentos em tecnologia de cultivo e irrigação. As frutas mais encontradas são as que se desenvolvem bem em clima mediterrâneo ou temperado: laranja, tâmara, azeitona, abacate, ameixa, pera, maçã, kiwi, melão, melancia, figo, romã, cereja, figo-da-índia, uva, nêspera, morango e pomelo, entre outras.

Sucos

Há uma boa variedade de sucos industrializados e os de maçã são bem gostosos, principalmente o gaseificado, mas recomendamos provar os sucos de romã e de cenoura feitos na hora, pois são deliciosos.