Nos dias 21 e 22 novembro, a Comunidade Israelita do Paraná prestou homenagens ao diplomata português Aristides de Sousa Mendes, considerado Justo entre as Nações por ter desobedecido o ditador António Salazar e concedido vistos de entrada para Portugal a cerca de 30 mil refugiados durante a Segunda Guerra Mundial. Para a homenagem, veio de Portugal um de seus netos, António Pedro de Moncada de Sousa Mendes.
No domingo, 21, foi apresentado o filme "O Cônsul de Bordéus", seguido de bate-papo. Já na segunda, dia 22, com a presença de autoridades, foi descerrada uma placa que ficará na entrada do Museu do Holocausto de Curitiba. O evento foi promovido pela Comunidade Israelita do Paraná, Museu do Holocausto de Curitiba, Federação Israelita do Paraná, B’nai B’rith e Instituto Cultural Judaico Brasileiro Bernardo Schulman.
“O heroísmo não é uma regra, é exceção. Aristides optou por salvar vidas e não temeu correr riscos”, afirmou Carlos Reiss, coordenador geral do Museu do Holocausto de Curitiba.
“Sou neto de alguém que viu a história e, para mim, é uma grande felicidade e emoção este reconhecimento ao meu avô. Minha própria família, depois da guerra, precisou de refúgio. E sabemos que esses gestos, às vezes, conseguem salvar mais vidas do que muitos soldados”, disse António Pedro de Moncada de Sousa Mendes.
Também estiveram presentes na cerimônia: a vice-cônsul de Portugal, Susana Pereira; a embaixatriz da Ucrânia, Fabiana Tronenko; Ney Leprevost, Secretário de Estado da Justiça, Família e Trabalho do PR; Silvana Avelar Kaplum, chefe de gabinete, representando o Secretário de Estado da Educação do PR, Renato Feder; Pier Petruzziello, vereador e líder do governo municipal de Curitiba; Odacyr Prigol, presidente da Comissão de Direito e da Liberdade Religiosa da OAB-PR; Eduardo Bekin, diretor presidente da Invest Paraná, representando o governador Carlos Massa Ratinho Júnior; David Chaim (Duda) Bergman, presidente da Kehilá do Paraná; Isac Baril, presidente da Federação Israelita do Paraná; Szyja Lorber, presidente da B´nai B´rith Curitiba; Antonio Carlos Coelho, presidente do Instituto Cultural Judaico Brasileiro Bernardo Schulman; Miguel Krigsner, presidente da Associação Casa de Cultura Beit Yaacov; o Rabino Pablo Berman, as irmãs Ádola e Nechama, da Irmandade Evangélica de Maria, entre outros convidados.
Aristides nasceu em 1885, em Cabanas de Viriato, Portugal. Chegou a ser cônsul de Portugal em Curitiba entre os anos de 1918 e 1919 – tendo aqui, inclusive, nascido uma de suas filhas. No ano da invasão da França pela Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, era cônsul português em Bordéus. Foi repreendido por Salazar, demitido da função e ele e sua família passaram necessidades, tendo inclusive frequentado a cantina da Assistência Judaica Internacional. Faleceu em 1954, em um Hospital Franciscano, sem nunca ter sua bondade reconhecida. Em 1966, o Memorial do Holocausto em Jerusalém, Yad Vashem, atribuiu-lhe o título de “Justo entre as Nações”.
Desde 1963, o Museu Yad Vashem, em Jerusalém, já levantou diversos nomes que arriscaram suas vidas e as vidas de suas famílias para salvar judeus perseguidos. Tais pessoas ignoraram as leis, opuseram-se à opinião pública e decidiram fazer o que lhes parecia certo. Até hoje, o Museu Yad Vashem reconhece e homenageia novos “Justos”. Eles são condecorados (mesmo post mortem), recebem um certificado de honra e o privilégio de terem o nome adicionado ao Jardim dos Justos. De acordo com a tradição judaica, “quem salva uma vida, salva o mundo inteiro”.
Danielle Sommer
Crédito das fotos: Edson Luiz B. Pires
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