O partido Israel Nossa Casa (Yisrael Beytenu), de Avigdor Liberman, anunciou hoje que fará uma proposta aos líderes do Likud, Benjamin Netanyahu, e do Azul e Branco, Benny Gantz, se os dois partidos não conseguirem chegar a um acordo sobre a formação de um governo de coalizão antes do Iom Kipur, que se inicia no próximo dia 8.
"A última coisa que o país precisa agora é de novas eleições", disse o partido em comunicado, acrescentando que é improvável que uma terceira votação altere significativamente o atual cenário político.
"Precisamos chegar a uma solução racional e deixar todas as considerações pessoais e egos de lado", disse Liberman a membros do partido. "Se até o Iom Kipur não houver avanço, Yisrael Beytenu apresentará sua própria oferta aos dois partidos (Likud e Azul e Branco)".
Ele previu que, após o dia sagrado, "a tarefa de formação do governo seguirá em alta velocidade".
Liberman acrescentou que, quando o 22º Knesset tomar posse, na quinta-feira, ele usará a oportunidade para tentar avançar nas negociações entre os dois lados.
Liberman advertiu no domingo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o líder do partido Azul e Branco, Benny Gantz, que o povo não os perdoaria se não conseguirem formar um governo de unidade e, consequentemente, levarem o país a novas eleições, pela terceira vez em menos de um ano.
Liberman ajudou a desencadear a votação de 17 de setembro, ao se recusar a se juntar a um governo liderado por Netanyahu após as eleições de 9 de abril, a menos que um projeto de lei que regulamenta o serviço militar também para estudantes de yeshivás fosse aprovado sem alterações - uma exigência rejeitada pelos aliados ultraortodoxos do primeiro-ministro.
Sem o apoio da maioria no Knesset, Netanyahu aprovou a dissolução do Parlamento e convocou novas eleições, em vez de deixar outro legislador ter uma chance de formar um governo.
Liberman, cujo partido subiu de cinco para oito cadeiras nas eleições de 17 de setembro e mantém o equilíbrio de poder no Knesset entre o Likud e o Azul e Branco fez campanha para forçar um governo de unidade entre os dois partidos, se nenhum dos dois puder formar uma coalizão.
Após as eleições, os líderes da aliança nacional-religiosa Yamina e os partidos ultra-ortodoxos do Judaísmo Unido da Torá e Shas assinaram um acordo com Netanyahu comprometendo-se a entrar nas negociações da coalizão como um bloco de 55 membros liderado pelo líder do Likud. Liberman e Gantz criticaram a decisão, apontando a inciativa como um obstáculo às negociações com o Likud.
O Azul e Branco também descartou ingressar em uma coalizão sob Netanyahu devido às acusações de corrupção que pesam contra ele.
Gantz lidera um bloco de 54 membros no Knesset, mas os 10 membros do bloco árabe Lista Conjunta, que o apoia para primeiro-ministro, afirmaram que não participariam de uma coalizão liderada por ele. Três outros membros árabes do bloco não apoiaram nenhum candidato a primeiro-ministro.
As conversas entre representantes do Likud e do Azul e Branco sobre a formação de um governo de unidade foram suspensas, depois que Gantz cancelou uma reunião prevista para hoje com o primeiro-ministro, alegando que o atual momento das negociações entre as equipes dos partidos não justifica o encontro.