
A chanceler Angela Merkel prometeu “tolerância zero” ante o ódio. “Os representantes do Estado de direito devem utilizar todas as vias este fornece para combater o ódio, a violência (…) tolerância zero”, declarou em Nuremberg durante um discurso para metalúrgicos.
O presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, foi o primeiro a visitar a sinagoga, ao lado de um representante do Congresso Judaico Mundial, Maram Stern, e do presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha, Josef Schuster.

Na quarta-feira à noite, a chanceler Angela Merkel participou em uma vigília de homenagem e luto na grande sinagoga de Berlim e condenou o ataque.
“Precisamos de atos e não apenas de palavras para proteger os locais de oração”, denunciou o presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald Lauder.
“Devemos sobretudo criar uma frente unida contra os neonazistas e outros grupos extremistas. O fato de que eles estão ganhando espaço 75 anos depois do Holocausto fala por si só”, completou.

Ataque ao vivo –
Na quarta-feira, um alemão de 27 anos, identificado pela imprensa como Stephan Balliet, entrou armado na sinagoga de Halle, a 170 km de Berlim, e matou duas pessoas.
O atirador vestia roupas militares e usava um capacete no qual havia instalado uma câmera para gravar o ataque. Sua intenção era cometer um massacre no templo, onde estavam quase 80 pessoas.
Filho único de pais divorciados, abandonou o curso de Química pouco depois de iniciar os estudos por uma operação no estômago. Morava com a mãe a 40 km da sinagoga e passava o dia na internet, de acordo com o pai.
Uma porta trancada a chave resistiu aos tiros e impediu que o agressor concretizasse seu plano.
“Hoje, Deus queria que vivêssemos”, escreveu nas redes sociais uma das fiéis presentes na sinagoga, Rebecca Blady.
O agressor matou então, ao que tudo indica por acaso, uma pessoa que passava pelo local e depois um cliente de um restaurante turco próximo. A polícia feriu o atirador e ele foi detido.
A princípio, o homem agiu sozinho e de maneira bastante improvisada. O ataque parece inspirado pelo que foi executado por um extremista de direita australiano em março contra várias mesquitas de Nova Zelândia, que deixou 51 mortos.
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Stephan Balliet, suposto autor do atentado em Halles: filmagem e transmissão ao vivo - 09/10/2019 (Twitch TV/Reprodução) |
O atirador que atacou uma sinagoga em Halles, ao sul de Berlim, na manhã desta quarta-feira, 9, foi identificado como Stephan Balliet, um alemão branco de 27 anos com propensões neonazistas e antissemitas, segundo o jornal alemão Bild. Balliet matou duas pessoas e feriu outras duas.
“Na opinião do Procurador-Geral da República, existem evidências suficientes para uma possível origem extremista da direita”, afirmou o ministro do Interior, Horst Seehofer, que preferiu não confirmar a identidade do atirador, mas informou que ele é branco e de 27 anos.
A identificação de Balliet foi possível depois de as imagens do ataque, que ele filmou de uma câmera fixada em seu capacete e transmitiu ao vivo, terem viralizado nas redes sociais. A atitude é similar à adotada por Brenton Tarrant, australiano responsável pelo ataque a duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, que matou 51 pessoas.
O vídeo mostra Balliet dizendo que os “judeus são as raízes de todos os problemas”, plantando explosivos na porta da sinagoga e jogando granadas na direção de um cemitério judaico. Antes de fugir, ele atirou contra uma mulher que passava na rua e a matou. Em seguida, roubou um táxi e atirou no motorista, que havia reagido ao assalto. Pouco depois, o suspeito aparece atirando múltiplas vezes contra dois homens em um restaurante árabe – um deles morreu.
Antes do atentado, o autor também publicou uma espécie de manifesto antissemita, no qual expressa a intenção de “matar tantos antibrancos como possível, de preferência judeus”, de acordo com o observatório de terrorismo SITE e o jornal Die Welt.
A comunidade judaica da Alemanha tem 225.000 pessoas e cresceu após a chegada de muitos judeus da ex-União Soviética no início dos anos 1990. Seus líderes alertam sobre o aumento dos atos antissemitas no país.
No ano passado, o número de ataques antissemitas alcançou quase 1.800, um aumento de 20% na comparação com o ano anterior, de acordo com a polícia.
O movimento neonazista é a origem de boa parte dos ataques, em um contexto de auge da extrema-direita na Alemanha, que deseja acabar com a cultura de arrependimento nacional pelos horrores executados pelo nazismo.
O atentado aconteceu depois do assassinato em junho de Walter Luebcke, um político local favorável aos migrantes e membro do partido da chanceler Angela Merkel, a CDU. O principal suspeito é um membro de um grupo neonazista. O ataque também recordou as mortes de vários migrantes na Alemanha em ações de um pequeno grupo neonazista chamado NSU, a partir do ano 2000.