Em sua coluna no New York Times desta segunda (5), David Leonhardt, ao falar que o conservadorismo americano tem um problema de violência, cita texto de Jonathan Greenblatt, diretor nacional da Liga Anti-Difamação (ADL).
Leonhardt escreveu: "No ano passado, 39 dos 50 assassinatos cometidos por extremistas, segundo a Liga Anti-Difamação, foram realizados por supremacistas brancos. Outros oito foram cometidos por assassinos com visões contrárias ao governo. Nos últimos 10 anos, extremistas de direita foram responsáveis por mais de 70% dos assassinatos relacionados a extremistas. "A violência extremista de direita é a nossa maior ameaça", escreveu Jonathan Greenblatt, o líder da ADL. "Os números não mentem".
O artigo, publicado em 24 de janeiro originalmente no JTA, diz que "todo ano, o extremismo tem um custo mortal ao redor do mundo. Nenhuma região está imune - nem o Oriente Médio, nem a Europa, e nem os Estados Unidos. Em 2018, pelo menos 50 americanos foram mortos por extremistas de diferentes movimentos.
Muitas das vítimas eram judias. Onze membros da sinagoga da Árvore da Vida em Pittsburgh perderam suas vidas em outubro em ataque de um supremacista branco convencido de que os judeus estavam planejando a imigração em massa de não-brancos para os EUA. Blaze Bernstein, um jovem judeu gay, foi assassinado na Califórnia em janeiro passado por um ex-colega de classe que supostamente era membro de um violento grupo neonazista. E cinco das 17 vítimas do atirador da escola de Parkland, Nikolas Cruz, um jovem supremacista branco, eram judias.
Mas os judeus não foram as únicas vítimas de violência extremista em 2018.
Um supremacista branco em uma casa da instituição Veterans Affairs no Tennessee ateou fogo em seu colega de quarto afro-americano, e, depois, se vangloriou do feito para um grupo de supremacia branca.
Apenas alguns meses antes do ataque à sinagoga Árvore da Vida, outro supremacista branco foi acusado de esfaquear um homem afro-americano. Em novembro, Scott Beierle abriu fogo em um estúdio de ioga na Flórida, matando dois e ferindo outros quatro em uma aparente onda de violência misógina.
Em 17 diferentes incidentes em todo o país no ano passado, as pessoas perderam suas vidas para extremistas. Alguns ataques eram de natureza ideológica, outros pessoais; para alguns, a motivação permanece obscura. As 50 mortes superaram as 37 pessoas mortas pelos extremistas em 2017 e fizeram de 2018 o quarto ano mais mortífero já registrado de mortes nos EUA relacionadas a extremistas desde 1970.
Em grande parte ausente dessa lista de assassinos, havia extremistas motivados por interpretações radicais do Islã. Apenas um dos 50 assassinos tinha alguma conexão com o extremismo islâmico - e até ele tinha laços com a supremacia branca. Em 2018, os EUA foram felizmente poupados dos assassinatos em massa de extremistas islâmicos que vimos nos últimos anos.
Para ser claro, havia conspirações terroristas de inspiração islâmica e pessoas presas sob acusações como prestar apoio a esses indivíduos. E vimos desafios reais desse tipo de violência no exterior. No entanto, é um alerta contra injustificáveis acusações que apontam muçulmanos como responsáveis por ações violentas e atos baseados na fé.