Em 722 a.C., o Reino de Israel foi conquistado pelo Império Neo-Assírio. O outro reino israelita, Judá, ao sul, tornaria-se um vassalo e sobreviveria.
Segundo a Bíblia, os israelitas descendiam de um só progenitor: Jacó, filho de Isaque, neto de Abraão, que teve 12 filhos. Cada qual dando origem a uma tribo. Ao enfrentar um anjo numa luta (Gênesis 35:10), foi rebatizado como Israel — O que luta com Deus.
Dez das 12 tribos foram exiladas pelos conquistadores, sobrando apenas as de Benjamin e Judá, no reino do sul — daí esses sobreviventes se tornarem conhecidos como Judeus.
As doze tribos teriam o nome de dez filhos de Jacó. As outras duas tribos restantes receberam os nomes dos filhos de Yossef (José) , abençoados por Jacó como seus próprios filhos. Os nomes dastribos são: Rúben, Simeão, Judá, Zebulom, Issacar, Dã, Gade, Aser, Naftali, Benjamim, Manassés e Efraim.
Que fim levaram os outros israelitas? Não faltam candidatos: na Índia, há os judeus de Bene Israel (filhos de Israel). Na Etiópia, Beta Israel (casa de Israel). Ambos têm o fenótipo de sua região, parecendo-se com indianos e negros.
A historiadora britânica Shalva Weil acredita que eles sejam descendentes de tribos perdidas, e alguns rabinos tendem a concordar, ligando os etíopes à tribo de Dan. Ambos passaram por testes genéticos que indicaram uma possível ligação com judeus. Mas, em ambos os casos, bem posterior à diáspora, não mais de 1600 anos para os etíopes e 1050 para os indianos.
Shalwa também fez muito barulho no começo dos anos 2000 ao afirmar que os talibãs eram judeus. Ela se referia à teoria, datada de escritos islâmicos medievais, de que os afegãos da etnia pashtum — a do Talibã — eram descendentes das tribos perdidas. O DNA também não ajudou: testes os ligaram às populações do resto da região. Isto é, são nativos.
A maioria dos historiadores acredita que as tribos simplesmente perderam a identidade, e que muitos se refugiaram em Judá. Jerusalém parece ter crescido cinco vezes de tamanho logo após a conquista. O historiador britânico Tudor Parfit, da Universidade de Londres, que estudou por décadas povos clamando ser descendentes das tribos perdidas, diz que sua sobrevivência "é, de fato, um mito".