
— São imagens de quando os judeus, muito integrados à comunidade europeia, tinham suas lojas, frequentavam escolas. Outras, durante do Holocausto, quando eles perderam o direito de ir e vir e passaram a ser sistematicamente enviados para campos de concentração e eram assassinados — explica Leonardo Menezes, gerente de exposições do Museu do Amanhã.
O início da mostra, na Galeria do Tempo, exibe um uniforme original usado nos campos de concentração na Alemanha e uma estrela de Davi em tecido, que os judeus eram obrigados a usar costurada em suas roupas para se diferenciarem das demais pessoas.
— Caso um judeu fosse reconhecido na rua sem portar essa estrela, ele era fuzilado na hora. Era um modo de segregação — conta Leonardo
Frases com dados históricos foram espalhados pela sala, inclusive lembrando do posicionamento Brasil no período.
— Getulio Vargas, presidente na época, chegou a pedir a seus embaixadores e cônsules que negassem vistos de entrada a judeus no país — lembra o gerente de exposições do Museu do Amanhã.
Um outro ambiente, iluminado, traz informações sobre os judeus que conseguiram sair da Europa. Há uma lista com os 26.513 não judeus, chamados “justos”, que ajudaram as vítimas do nazismo a deixar a Alemanha e a fugir do Holocausto. Há dois brasileiros, já falecidos, entre os “justos”: Luiz Martins de Souza Dantas e Aracy de Carvalho-Guimarães Rosa, mulher do escritor Guimarães Rosa.
— Eles trabalhavam no consulado ou na embaixada do Brasil na Europa e ignoraram a ordem de Getulio Vargas. Emitiram vistos, de forma clandestina, para que mais judeus pudessem vir para cá — explica Leonardo. — Teve uma família estrangeira que ajudou um casal de judeus a ficar escondido por mais de 400 dias num buraco debaixo do celeiro deles.
O Museu do Amanhã funciona na Praça Mauá, de terça a domingo, das 10h às 18h. O ingresso custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). A espera nesta terça-feira era de duas horas. Sucesso também do Museu de Arte do Rio (MAR), que fica em frente e registrou seu recorde de público: 5.707 visitantes.
— Sempre quis conhecer o MAR, acho a arquitetura linda — disse a professora Paula Maia.