Um projeto de intercâmbio e inclusão da Comunidade Shalom, de São Paulo, trouxe ao país os jovens Ruth Munghono, da Comunidade Massorti, de Uganda; Davi Canler e Abel Eskenazi, da comunidade judaica de Cuba. Eles foram convidados de um encontro, promovido semestralmente pela Shalom, no acampamento Noam, que teve 135 participantes, entre 7 e 16 anos, além de 25 madrichim (coordenadores).
De acordo com o rabino Adrián Gottfried, líder religioso da Comunidade Shalom, “Nossos jovens viram que, mesmo em comunidades muito pequenas, é possível ter uma vida judaica criativa. Davi e Abel nos ensinaram danças israelenses com música caribenha; Ruth montou um workshop de quipás. E todos aprenderam que os judeus são muito diversos”. E continuou:” Para os visitantes, foi o primeiro contato com uma comunidade grande. Os cubanos ficaram surpresos ao ver jovens com instrumentos musicais na cerimônia de Shabat. Também desconheciam as melodias de nossa reza: foi um contato com uma tradição judaica diferente”.
A ideia de integrar jovens cubanos com a comunidade judaica brasileira surgiu após a visita de Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil, e de Eduardo Wurzmann, secretário-geral da entidade, a Cuba para um seminário que teve como tema “A Reconstituição da Vida Cultural Judaica na América Latina”. Foi o primeiro evento dessa natureza no país desde 1959.
A comunidade judaica cubana já contou com 20 mil membros e hoje possui 1.200, divididos entre Havana, Guantánamo e outras cidades do interior da ilha. Já os 3.000 judeus de Uganda são conhecidos como Abayudaya. A prática do judaísmo foi proibida pelo ditador Idi Amin Dada (1971-1979), quando o líder comunitário era o avô do rabino. Gershom Sizomu estudou rabinato em Los Angeles e voltou a Uganda para organizar a vida judaica.
Fonte: Conib.