
Mughrabi disse, em uma ocasião, que o Holocausto foi resultado da corrupção dos judeus e aconteceu porque eles preparavam "pães especiais" para o feriado de Páscoa sequestrando crianças, colocando-as em um barril cheio de agulhas de modo a usar seu sangue para fazer o pão." A Honenu, organização de assistência judiciária israelense, alega que o YouTube, apesar de inúmeros pedidos, se recusou a remover de seu site os vídeos de incitamento de Mughrabi.
As acusações se referem a três discursos entregues entre maio e julho de 2015. A acusação afirmou que os discursos incluíam conteúdo e ideias que eram "claramente racistas e antissemitas".
"Ler as transcrições dos discursos deixa uma impressão desagradável devido à série de mentiras afirmadas pelo réu, que envenenava as mentes de seus ouvintes com declarações de ódio", escreveu o juiz Ohad Gordon em sua decisão. "Ele ergueu libelos de sangue usados pelos inimigos dos judeus ao longo da história, a fim de prejudicar judeus. O réu também transmitiu seus discursos de ódio para usuários da internet em todo o mundo sob o nome de usuário que representa a Mesquita de Al-Aqsa".
O juiz Gordon acrescentou que a importância da denúncia de incitamento de Mughrabi é "sublinhada pela realidade atual onde assistimos ataques motivados por este incitamento. Começa com mensagens contra os judeus de modo geral, incluindo acusações distorcidas sobre intenções de 'tomar' a Mesquita de Al-Aqsa, e resulta em morte e ferimento de civis inocentes, só por causa de sua filiação religiosa ou nacional". "Nestes tempos, quando terroristas abertamente dizem que o incitamento em redes sociais e nas mesquitas desempenham papel importante na motivação de ataques, é importante punir e dissuadir aqueles que abusam da liberdade de expressão no intuito de provocar incitamento desenfreado", disse um funcionário da Divisão Distrital da Procuradoria do Estado em Jerusalém. "Parabenizamos a decisão do Tribunal em prender, após repetidas queixas, um xeique muçulmano que por um longo tempo incitou ódio contra judeus", disse um porta-voz da Honenu. "Infelizmente há muito mais pessoas que incitam contra judeus diariamente, porém nada é feito para detê-los".
Fonte: TPS / Texto: Michael Bachner / Tradução: Bruno Scala / Foto: Andrew McIntire