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As razões psicológicas do rejeicionismo a Israel

As razões psicológicas do rejeicionismo a Israel Parte 1


A rejeição ao sionismo e ao Estado de Israel não foi uma exclusividade de uma grande parte dos haredim, mas também dos reformistas, dos judeus ricos, de esquerda e hoje ainda se manifesta presente em pós sionismos e dúvidas sobre a legitimidade do Estado de Israel e do direito do povo judeu estar lá. Não é exclusivo dos religiosos, é um problema que afeta o povo todo em seus diversos setores. De igual maneira, esta rejeição, que no mundo religioso encontra desculpas teológicas e argumentos facilmente refutáveis para se manifestar, não vem de uma razão só, mas de várias que pretendo abordar.

Vou começar pelo que considero o principal motivo, mas para isso vamos voltar bem no passado, na época da destruição dos Templos.

A PERDA DA UNIDADE NACIONAL

Até a destruição do segundo Templo, o povo judeu se via basicamente como um povo, uma nação cuja constituição era a Torá e não como uma religião individual.
Quando do hiato entre a destruição do primeiro templo e do segundo templo, o povo de Israel se via como uma nação no exílio esperando o fim da galut para voltar a Israel. Não tiveram problemas em rapidamente montar um exército para combater os inimigos no final da história e se reagrupar para voltar a Israel. Tanto isso é verdade que até nossos inimigos viam desta maneira e está é a forma a qual Haman se refere ao povo judeu na Meguila, como um povo só em toda a Terra.

E está é a maneira correta. As provas? Não faltam. Ao se dirigir a Abrahão na primeira fala a um hebreu na Torá, Hashem manda ele ir a uma TERRA ( Israel) constituir uma NAÇÃO. Abrahão já divulgava o monoteísmo em Ur Cazdeus se o objetivo fosse puramente ter uma religião que funcionasse igual a outras só que com a verdade da Torá. Mas não. Hashem sabe que uma nação sagrada ( como é depois chamada na Torá) tem um alcance muito maior que um indivíduo particular, por mais fantástico que ele seja.

Então D-us tira o povo judeu do Egito não para espalhá-lo em todo o mundo e divulgar Sua Torá, mas sim os concentra em Israel e lhes dá leis agrícolas, de judiciário, de executivo (rei), manda montar uma capital ( Jerusalém) e instrui como ter um exército. E era para ser assim até hoje se não tivéssemos transgredidos e sido expulsos como castigo.

Em nenhum momento no Tanach aparece a palavra daat ou dati se referindo a religião ou religioso. Este conceito inexiste na Torá da mesma maneira que Iahadut ( judaísmo) é um conceito que vai ser criado na Galut. Na Torá só há referências a Bnei Israel, Am Israel .... Povo, nação.

Quando da destruição do Segundo Templo, os sábios em Iavne , a cidade que Rav Yochanan Ben Zakkai pediu aos romanos para pouparem, entenderam que a unidade nacional estava para ser perdida e que o exílio que viria não seria curto. A fim de salvar a Torá da destruição, fizeram o possível, o mal necessário: compactar-la em uma Torá individual, salvando o que era possível e o que um judeu poderia manter para não perder até o retorno à Israel na diáspora. A Torá viraria "judaísmo" e o povo de Israel com a longa passagem dos anos na diáspora deixaria de se ver como uma nação no exílio e passaria a se enxergar como "judeus brasileiros" na melhor das hipóteses: cidadãos de seus países que têm uma "religião" separada, diferente e em comum com cidadãos de outros países, mas só isso também. Mais nada.

Quando o reformismo surgiu, esta ideia foi reforçada no conceito: bom judeu em casa e um bom cidadão do país nas ruas. A ideia rebateria nos setores ortodoxos. O Rabino Raphael Samson Hirch, desenvolveria a mesma ideia, só que com as pessoas com kipa na cabeça e seguindo estritamente as Mitzvot. O judaísmo se tornaria ser um bom alemão, cumpridor de Torá u Mitzvot individuais. Não à toa e incrivelmente o Rav Hirch se uniu a líderes reformistas para barrar o primeiro congresso sionista de ser em Munique.

A transformação radical e o afastamento de milênios da ideia nacional e da Terra Santa faria com que as pessoas vissem o judaísmo como uma religião individual e não uma nação, e qualquer conceito neste sentido seria considerado como algo novo, um corpo estranho, algo a ser rejeitado.

Quando se chega a grupos pôs sionistas de esquerda e grupos haredis há este denominador comum: ambos veem como ilegítima a presença do povo judeu em Israel já que judaísmo seria uma religião. Os primeiros simplesmente porque acham que o judaísmo não é nacionalidade, é religião e uma arcaica por sinal, e que não há fator agregador entre os judeus que legitimasse a vinda e a conquista da Terra. Judeus pertencem a seus países de origem. Reformistas acreditavam - não sei se ainda acreditam - que o papel dos judeus é iluminar o mundo, e para tanto tanto melhor se espalhados pelo mundo influenciando países. E os haredim veriam o judaísmo como as Mitzvot individuais: tefilin, casher, shabat, estudar Torá, tudo que está reduzido ao indivíduo e no que ele pode fazer para particularmente se elevar até que com um nível espiritual elevado mashiach chegará para nos salvar. E este mashiach sempre visto de uma ótica de um ser supernatural que vira numa nuvem ( e pode acontecer, mas é só uma das várias possibilidades que a Torá nos traz) para milagrosamente nos salvar.

Este problema da perda da identidade nacional somada à outros fatores psicológicos que trarei na parte dois explicam a rejeição a Israel no modus operandi do povo.


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