
Enfrentando um forte calor, peregrinos, estrangeiros e tunisianos, oraram por dois dias, com velas acesas e ovos nos quais escreveram seus votos na sinagoga de Ghriba, a mais antiga da África, localizada na ilha de Djerba (sul).
A peregrinação, sempre altamente protegida, é realizada este ano após o ataque que matou 22 pessoas no Museu do Bardo, em 18 de março, em Túnis, e deixou Israel apreensivo quanto a possíveis ataques em solo tunisiano.
Tendo em conta "o que aconteceu na Tunísia, o número é muito respeitável", considerou Rene Trabelsi, um dos organizadores, referindo-se ao ataque de Bardo.
A polícia isolou a área ao redor da sinagoga, onde apenas os peregrinos e jornalistas foram autorizados a entrar. Os visitantes e os veículos também eram verificados na entrada do "hara Kbira", o grande bairro judaico da ilha, de acordo com jornalistas da AFP.
Realizada anualmente no 33º dia da Páscoa judaica, a peregrinação à Ghriba é uma das principais das tradições dos tunisianos judeus, uma comunidade que possui apenas cerca de 1.500 fiéis, contra 100.000 antes da independência em 1956.
Poucos dias antes da peregrinação deste ano, Israel afirmou dispor de informações sobre "projetos de ataques terroristas contra alvos israelenses ou judeus na Tunísia", aconselhando a não viajar para aquele país.
A Tunísia é "capaz de proteger os judeus e os visitantes da Ghriba melhor do que outros países", reagiu o ministro do Interior da Tunísia, Najem Gharsalli.