Ação faz parte do endurecimento das medidas antiterror; entre os detidos, está o humorista Dieudonne.
Ao menos 54 pessoas foram detidas na França por “defender o terrorismo” desde os ataques islâmicos da semana passada, informou o Ministério Público francês nesta quarta-feira. As prisões fazem parte do endurecimento de medidas antiterror, após os atentados contra o jornal satírico “Charlie Hebdo” e contra um mercado de produtos judaicos que mataram 17 pessoas em Paris.
O porta-voz do Governo Stephane Le Foll disse que alguns dos 54 detidos já foram condenados. Dieudonné, um controverso humorista francês, está entre os presos.
Procuradores de Paris abriram uma investigação formal na segunda-feira à noite sobre comentários feitas pelo comediante em sua página no Facebook, após a grande “marcha republicana” na capital francesa contra os ataques e em apoio à liberdade de expressão.
Depois de ter ironizado a cobertura da imprensa sobre o protesto, o comediante declarou “Eu sinto que sou Charlie Coulibaly”, associando o nome do jornal satírico ao sobrenome do terrorista que atacou o supermercado judaico na sexta-feira.
Entre as medidas estudadas como resposta aos ataques estão o aumento no controle de fronteiras, mais vigilância na web e extensão do isolamento de radicais islâmicos em prisões da França.
O jornal publicou nesta quarta-feira sua primeira edição após os ataques, e, devido à alta demanda, teve de ampliar a tiragem de três para cinco milhões de exemplares. A edição, que traz uma charge de Maomé chorando em sua capa, foi fortemente criticada pelo Irã e classificada de “extremamente estúpida” pelo Estado Islâmico.
A al-Qaeda da Península Arábica, que já havia reivindicado a autoria do ataque na semana do ataque, divulgou um vídeo nesta quarta-feira no qual um dirigente do grupo terrorista explica a organização e a motivação do atentado.
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