Um ataque aéreo israelense contra a casa do chefe da polícia de Gaza matou 15 palestinos neste sábado (12), disse o Ministério da Saúde de Gaza, no bombardeio mais mortífero desde que Israel lançou uma ofensiva na região, há cinco dias. Segundo a Reuters, um porta-voz militar israelense disse que estava verificando o relatório. Uma fonte do grupo Hamas dominante de Gaza, disse o chefe de polícia, Tayseer Al-Batsh, estava em estado crítico e a maioria dos mortos era da mesma família.
De acordo com a agência de notícias AFP, ao menos 120 óbitos já eram contabilizados antes do novo bombardeio.
Agências internacionais informaram que dezenas de tanques israelenses se deslocaram em direção à fronteira com Gaza entre sexta-feira e sábado para um possível ataque terrestre.
Os ministros das Relações Exteriores do Reino Unido, Estados Unidos, França e Alemanha se reunirão no domingo (13) em Viena, onde devem abordar a ofensiva em Gaza. O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, advertiu neste sábado que uma escalada no conflito entre Israel e Gaza custaria mais "vidas inocentes". O Egito, mediador tradicional nos conflitos entre Israel e Hamas, permanece mais neutro na atual crise.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu um cessar-fogo. Mas tanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, como o dirigente do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, não parecem dispostos a aceitar uma trégua no momento.
Escalada de violência
A mais recente escalada de tensão e violência entre israelenses e palestinos começou com o desaparecimento de três adolescentes israelenses no dia 12 de junho na Cisjordânia. Eles foram sequestrados quando pediam carona perto de Gush Etzion, um bloco de colônias situado entre as cidades palestinas de Belém e Hebron (sul da Cisjordânia) para ir a Jerusalém.
O governo israelense acusou o movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza, do sequestro. O Hamas não confirmou nem negou envolvimento. Israel deslocou um grande contingente militar para a área da Cisjordânia, principalmente na cidade de Hebron e arredores. Dezenas de membros do Hamas foram detidos, e foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel.
Os corpos dos três jovens foram encontrados em 30 de junho, com marcas de tiros. Analistas sustentam que eles foram assassinados na noite de seu desaparecimento. A localização dos corpos aumentou a tensão, com Israel respondendo aos disparos feitos por Gaza. No dia seguinte, 1º de julho, um adolescente palestino foi sequestrado e morto em Jerusalém Oriental. A autópsia indicou posteriormente que ele foi queimado vivo.
Israel prendeu seis judeus extremistas pelo assassinato do garoto palestino, e três dos detidos confessaram o crime. Isso reforçou as suspeitas de que a morte teve motivação política e gerou uma onda de revolta e protestos em Gaza.
No dia 8 de julho, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul de Israel por parte de ativistas palestinos, a aviação israelense iniciou dezenas de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza. A operação, chamada "cerca de proteção", tem como objetivo atacar o Hamas e reduzir o número de foguetes lançados contra Israel, segundo um porta-voz israelense.
Os militantes de Gaza responderam aos ataques, disparando foguetes contra Tel Aviv. Por enquanto, só houve registro de mortes entre os palestinos – o sistema antimísseis israelense interceptou boa parte dos disparos lançados contra seu território. Os combates são os mais sérios entre Israel e os militantes de Gaza desde a ofensiva de seis dias em 2012.