
Segundo a "Agência Nacional de Notícias" ("ANN"), o patriarca se
deslocou em um avião particular desde o aeroporto internacional Rafik
Hariri de Beirute à Jordânia e dali irá ao berço da cristandade.
Rai deve receber o papa Francisco, que amanhã iniciará sua primeira
viagem à Terra Santa, percorrer Jerusalém e Belém, e se reunir com seus
fiéis.
Esta visita é a primeira que um dignatário religioso libanês realiza a essa região desde a criação em 1948 do Estado de Israel.
O Líbano está tecnicamente em estado de guerra com Israel e considera
que qualquer libanês que viaje para lá comete um ato de alta traição,
por isso que deve ser julgado, embora os religiosos em missão estão
autorizados a fazê-lo.
O Hezbollah e a coalizão pró-síria que lidera, as Forças do 8 de
Março, já advertiram ao patriarca maronita sobre os "efeitos negativos"
que poderia ter sua viagem e o qualificaram de "erro histórico que abre
as portas para a normalização com Israel".
Rai considera, por outro lado, que deve acolher pessoalmente o
pontífice nesse território ao ser patriarca de Antioquia e de todo o
Oriente.
Seu antecessor, Nasrallah Sfeir, tinha se desculpado ao papa João
Paulo II por não acompanhá-lo durante sua visita a Israel e só se uniu à
comitiva na Jordânia.
O papa Francisco começa amanhã sua viagem à Terra Santa, que termina
em 26 de maio, no qual visitará Jordânia, Palestina e Israel, e que será
fundamentalmente religioso, mas também terá um importante caráter
diplomático.