Projeto De Preservação Da Herança
Judaica Em Cabo Verde
O Projeto de Preservação da Herança Judaica em Cabo
Verde, Inc. (CVJHP) é uma organização não lucrativa criada nos EUA com a
finalidade de honrar a memória e pesquisar a contribuição das muitas famílias
Judaicas que emigraram para Cabo Verde, de Marrocos e do Gibraltar, nos meados
do século XIX.
O Projeto tem como principais objetivos preservar a
herança Judaica em Cabo Verde com ênfase em restaurar e preservar os cemitérios
Judaicos, educar futuros gerações sobre os Judeus de Cabo Verde e promover um turismo
virado para a herança Judaica no país. Os cemitérios judaicos que, pela
sua raridade e simbolismo da extraordinária tolerância dos Caboverdianos, fazem
parte da história de Cabo Verde. Mas os cemitérios, espelhados pelo
arquipélago, estão em perigo de desaparecimento pela ação do tempo e
necessidades de desenvolvimentos urbanos. Além do mais, algumas campas estão em
plena erosão ou afundando-se. Dentro de poucos anos, todos os sinais
visíveis da presença Judaica desaparecerão a não ser que haja ação urgente no
sentido de reabilitar os cemitérios, a fim de se preservar e manter os únicos
sinais físicos da presença Judaica em Cabo Verde.
Na realização dos seus objetivos, o CVJHP conta com
o apoio do Governo da República de Cabo Verde e estreita colaboração com um
grupo de descendentes das famílias Judaicas.
OBJETIVOS DO PROJETO
·
Restauração e preservação dos cemitérios Judaicos, que caíram em
desreparo, nas ilhas de Santo Antão, Boa Vista e Santiago.
·
Recuperação e preservação das campas e outras marcas das sepulturas
Judaicas retiradas do antigo cemitério Inglês em São Vicente.
·
Pesquisa contínua, por via oral ou através de arquivos, sobre as
famílias Judaicas de Cabo Verde
·
Publicação de livros sobre os Judeus de Cabo Verde e seus descendentes.
·
Simpósios sobre a presença Judaica na África Lusófona.
·
Promoção do turismo virado para a herança Judaica em Cabo Verde.
·
Documentário sobre os Judeus de Cabo Verde.
HISTORIAL
A República de Cabo Verde, um arquipélago de dez ilhas,
situa-se no Oceano Atlântico a cerca de 300 milhas da costa do Senegal, África
Ocidental. Os Caboverdianos são prominentemente Católicos como resultado de
mais de 500 anos de colonização Portuguesa. Contudo, alguns Cristãos Novos ou
Judeus que se converteram ao Cristianismo entre 1391 e 1496, poderão ter
chegado a Cabo Verde juntamente com os Portugueses a partir do início do século
XVI. Tendo em conta que o medo da Inquisição fez com que esses Judeus
escondessem a sua identidade Judaica, não existem vestígios desses “Conversos.”
Nos meados dos anos 1800, Judeus Marroquinos imigraram abertamente para Cabo
Verde, em muitos casos via Gibraltar, á busca de oportunidades econômicas. Na
maior parte dos casos, os Judeus viveram pacificamente em Marrocos durante mais
de 2000 anos, mas a deterioração das condições econômicas nos meados dos anos
1800 fez com que os Judeus partissem rumo a Cabo Verde, que constituía um
entreposto comercial importante nessa época.
Os esforços da A Cape Verde Jewish Heritage Project,
Inc. Concentram-se nessa segunda, mais verificável onda de imigração Judaica
para Cabo Verde. Esses Judeus Sefarditas estabeleceram-se livremente em Cabo
Verde depois de Portugal ter abolido a Inquisição em 1821 e depois de Portugal
ter assinado um Tratado de Navegação com a Grã-Bretanha em 1842. Tendo em conta
que muitos Judeus Marroquinos faziam comércio com o território Britânico do
Gibraltar, alguns obtiveram a cidadania Britânica e viajaram para Cabo Verde
com passaportes Britânicos. Inscrições em Hebraico e em Português nas campas
dos túmulos nos pequenos cemitérios Judaicos espalhados pelas ilhas indicam que
a maioria provinha das cidades Marroquinas de Tânger, Tetouan, Rabat, e Mogador
(presentemente Essa ouira), portadores de nomes distintamente Sefarditas tais
como Anahory, Auday, Benoliel, Benrós, Benathar, Benchimol, Brigham, Cohen,
Levy, Maman, Pinto, Seruya e Wahnon.
Essas famílias estabeleceram-se principalmente nas
ilhas de Santo Antão, São Vicente, Boa Vista e Santiago onde se engajaram no
comércio internacional, transportes marítimos, administração e outras
profissões. Os Judeus prosperaram em Cabo Verde e em muitos casos eram
considerados pilares da economia local. Mas já que eram em número reduzido e na
maioria homens, muitos se casaram com mulheres locais que eram Católicas então
os costumes judaicos e rituais se diluíram por causa destes casamentos
mistos. Em raros casos, a identidade Judaica transmitida através da
linhagem materna ainda existe. Em consequência dessa assimilação, hoje não
existem, virtualmente, Judeus praticantes em Cabo Verde. Mas os descendentes
das famílias Judaicas são hoje em dia uma fração significativa da população
Caboverdeana e participam na vida da republica a vários níveis sociais e
profissionais. O primeiro Ministro de Cabo Verde democraticamente eleito,
Carlos Alberto Wahnon de Carvalho Veiga, é de descendência Judaica. Onde quer
que estejam, Portugal, EUA, Canadá, ou America do Sul, os Caboverdeanos de
origem Judaica, mesmo os que já não usam o sobrenome Judaico ou os que
professam a fé Católica, invocam com orgulho as suas raízes Judaicas. Desejam
honrar a memória dos seus antepassados preservando os cemitérios e documentando
a sua herança. Muitos descendentes de famílias Judaicas estão colaborando em
vários aspectos da missão da CVJHP, tais como proporcionando testemunhos orais,
suporte técnico e assistência financeira. Por exemplo, o Arquiteto Rafael
Benoliel, sediado em Lisboa, criou o desenho técnico para a restauração do
cemitério Judaico da Boa Vista e o logotipo da Cape Verde Jewish Heritage
Project. Adicionalmente, vários descendentes têm funções no Conselho da
Administração da CVJHP.
CONSELHO
EXECUTIVO
Ambassador
Herman Cohen, former US Assistant Secretary of State for African Affairs
Jack Edlow,
CEO, Edlow International
Allan Reich,
Partner, Seyfarth Shaw, LLP
John C. Wahnon, Founding Member of AMICAEL,
descendant
CONSELHO CONSULTIVO
H.E. Andre
Azoulay, Advisor to His Majesty King Mohammed VI of Morocco
The Honorable
Howard Berman, Chairman, House Foreign Affairs Committee
H.E. Maria de
Fatima Lima da Veiga, Ambassador of the Republic of Cape Verde to the U.S.
H.E. Aziz
Mekouar, Ambassador of the Kingdom of Morocco to the U.S.
H.E. Joao de
Vallera, Ambassador of Portugal to the U.S.
H.E. Vernon
Penner, former U.S. Ambassador to Cape Verde
Edward Bergman,
Innovative Development Services
Toby
Dershowitz, President, The Dershowitz Group
Gail Ifshin,
President, Global Education Partnership, Discovery Channel
Professor Aomar
Boum, Near Eastern Studies and Religious Studies Program, University of Arizona
Professor David
M. Gitlitz, Department of Languages, University of Rhode Island
Professor
Russell G. Hamilton, former Dean, Graduate School, Vanderbilt University
Daniel
Mariaschin, Executive Vice President, B’nai B’rith International
Professor
Sulayman S. Nyang, Department of African Studies, Howard University
Professor
Daniel J. Schroeter, Department of History, University of California at Irvine
José Tomás
Veiga, former Minister of Foreign Affairs
Gwen Zuares, American Sephardi Association
BIBLIOGRAFIA
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A Presença dos Judeus em Cabo Verde: Inventário de Documentos Históricos
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Caboverdiana. 1998
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The Jews of
Cape Verde: A Brief History, M. Mitchell Serels, Sepher-Hermon Press,
Inc. 1997
·
Book Review of
The Jews of Cape Verde: A Brief History, Israel Benoliel, Cimboa. Cultural Magazine of
Cape Verde. Boston 1997
·
“Cape Verde
Hosts Jews,” Carol Castiel, Washington Jewish Week, 1995
·
Traduções Portuguesa e Francesa do artigo acima referido publicados no
Novo Jornal de Cabo Verde e em “Le Maroc Hebdo” de Marrocos. 1995
Para mais
informacão contacte: Carol Castiel, Presidente, Cape Verde Jewish
Heritage Project, Inc. info@capeverdejewishheritage.org Web
Site:www.CapeVerdeJewishHeritage.org.
Durante todos estes seculos nenhum caboverdiano esteve preocupado com as suas origens, todos nos vivemos felizes e saciados com a nossa identidade crioula e identidade crioula significa isso mesmo, ter uma nova identidade mista propria apesar das verdadeiras origens serem outras mas Sem Interesse para a nossa identidade e afirmacao culturais. Nao foram so os descendentes de judeus que vieram de Longe. Em Cabo Verde todos nos viemos de Longe, seja da Africa, de Portugal, Espanha ou Norte de Africa (judeus). A tentativa de "ressuscitar" a comuinidade judaica em Cabo Verde pode ser uma facada perigosa na nossa cultura, tradicao e etnia crioulas e pode significar no pior dos casos a desfragmentao da sociedade crioula. Será que apos a restauracao da comunidade judaica os descendentes etíopes ou da Guiné-Bissau e de portugueses e espanhois vao fazer o mesmo? Alerto que a nossa historia pode retroceder, ser reescrita e da mixeginizacao consumada passarmos ao desmoranamento tribal, Como nos Estados unidos.
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