O Irã admitiu nesta quarta-feira, por meio de dois integrantes do governo, que entrega ajuda militar aos palestinos na faixa de Gaza, especialmente na construção dos mísseis que foram disparados nos últimos dias em direção a Israel.
O Estado hebraico acusa Teerã de contribuir com os palestinos e outros grupos islâmicos, como os libaneses do Hezbollah, para ações contrárias aos israelenses e a judeus.
A República Islâmica não reconhece Israel e seus líderes incentivam a desaparição do Estado, chamado de "entidade sionista".
Em entrevista à agência de notícias Isna, o comandante do Exército iraniano, Mohammed Ali Jafari, disse que o país fornece ajuda técnica e tecnológica a todos os muçulmanos "que lutam conta a arrogância mundial", em referência a EUA e Israel.
Ele afirmou que, para vencer o embargo à faixa de Gaza, Teerã ensinou aos palestinos como deveriam fazer os foguetes, fornecendo-lhes a tecnologia. Desse modo, os integrantes do Hamas e da Jihad Islâmica puderam fabricar até o míssil Fajr-5, com alcance de 80 km.
A ajuda foi confirmada pelo presidente do Parlamento, Ali Larijani, que concedeu uma entrevista à agência de notícias Fars, controlada pelos militares. "Temos orgulho de defender o povo palestino e o Hamas, (...) temos orgulho que nossa ajuda tenha sido financeira e militar".
O Presidente do Parlamento não informou em que consiste a ajuda militar. Teerã nunca fez mistério sobre sua contribuição material e financeira ao Hamas e à Jihad Islâmica palestina, que lutam contra Israel, mas sempre evitou expor ao mundo a ajuda militar.
PARCEIRO
Na terça (20), o chefe da Jihad islâmica, Ramadan Abdullah Challah, reconheceu o uso de armas iranianas, mas sem dar detalhes sobre o tipo de armamento nem como foram entregues.
O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, criticou por sua vez "os governos dos países islâmicos, principalmente árabes", que "não tiveram a atitude correta diante dos eventos em Gaza, alguns se contentando com poucas palavras e outros nem sequer condenando" os bombardeios israelenses.
"Os países islâmicos, principalmente os árabes, deveriam ajudar a população oprimida de Gaza quebrando o bloqueio desse território" por Israel, afirmou.
O aiatolá Khamenei ainda condenou Estados Unidos, Reino Unido e França por não criticar Israel. "Apoiando e encorajando esses criminosos, eles mostraram como os inimigos do Islã estão afastados de qualquer pingo de humanidade", completou o líder supremo iraniano.