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A Alma e as Dez Sefirot

Coisas Judaicas
Cabalá

Do livro “Kabbalah and Meditation for the Nations”, do Rabino Yitschak Ginsburgh – Capítulo 3 (2parte)
Nós aprendemos na Cabalá que D’us criou o mundo por meio de dez sefirot — que são dez emanações da energia Divina. Estas sefirot permeiam e se manifestam dentro de cada aspecto da criação, inclusive, é claro, a alma humana, que foi criada à imagem de D’us1. Tanto a alma física quanto a alma Divina se manifestam por meio das sefirot, e ambas possuem uma estrutura completa de dez sefirot, as quais, conforma descreve a Cabalá, se dividem em três faculdades intelectuais e sete atributos emocionais/comportamentais2. As três sefirot intelectuais são sabedoria, entendimento e conhecimento, e também são chamadas de “as três primeiras [sefirot]”, ou o mochin (literalmente, “cérebro”). As setesefirot emocionais são bondade, força, beleza, vitória, reconhecimento, fundação e reinado, e também são chamadas de “as sete [sefirot] mais baixas”, ou midot (atributos).
No entanto, na relação entre elas, a alma Divina Se reflete principalmente através das três sefirotintelectuais mais elevadas, e o aspecto físico/animal se encontra refletido fundamentalmente nas setesefirot emocionais/comportamentais. Isto significa que o lado emocional/comportamental da alma Divina é subordinado ao seu lado intelectual (i.e., é motivado, direcionado e controlado primordialmente por ele), enquanto o lado intelectual da alma física/animal é subordinado ao seu lado emocional/comportamental (i.e., serve aos interesses deste lado).
E assim, quando nós falamos da alma Divina como intelectual em sua essência e a alma física/animal como emocional em sua essência, nós nos referimos somente à influência dormente em cada alma. Pois não apenas cada uma das almas possui o conjunto completo de dez sefirot, conforme descrito acima, mas também as sefirot estão totalmente incluídas uma dentro da outra, cada qual contendo dentro de si um reflexo de todas as demais. De fato, um dos ensinamentos mais básicos do misticismo judaico é que todo conjunto completo de objetos possui a propriedade da inclusão, assemelhando-se a um holograma, onde cada elemento do conjunto reflete e manifesta em si todos os outros.
É importante notar que quando falamos da alma Divina como fundamentalmente intelectual, o intelecto a que nos referimos é a habilidade da alma de perceber Divindade diretamente através dos meios dos sentidos interiores e espirituais da alma: visão espiritual (sabedoria), audição espiritual (entendimento) e paladar espiritual (conhecimento)3. Da mesma forma, quando falamos da alma física/animal como primordialmente emotiva, as duas emoções principais, de amor e temor, se referem ao amor e atração que a pessoa sente que lhe trará prazer e gratificação e ao temor e repulsa que ela sente que lhe será prejudicial ou desagradável. Nós podemos, então, concluir que a alma Divina é orientada por D’us, enquanto a alma física/animal é orientada por si mesma.
Cada uma das duas almas possui uma décima primeira sefirá, conhecida como a coroa, que está relacionada como o nível supraconsciente da alma. A coroa da alma física/animal é a fonte principal da escolha da alma com relação a qual parte de sua natureza consciente (suas dez sefirot, da sabedoria ao reinado) será predominante: a intelectual ou a emotiva. A coroa da alma física/animal opta pelos atributos emocionais egocêntricos de sua alma para serem a força condutora predominante da consciência do indivíduo, enquanto a coroa da alma Divina elege as faculdades intelectuais/perceptivas centradas em D’us como força motriz da consciência da pessoa.
Frequentemente na Cabalá, quando as dez sefirot são enumeradas, a coroa ocupa o lugar da sefirá do conhecimento. Na realidade, coroa e conhecimento refletem um ao outro — a coroa na esfera supraconsciente da alma, e o conhecimento na consciência da alma. Coroa é a origem inconsciente da escolha, enquanto conhecimento é a base consciente4. Quando a coroa é contada no lugar do conhecimento, juntamente com a sabedoria e o entendimento, ela se torna parte do conjunto de faculdades intelectuais, pois nele reside a fonte supraconsciente da sabedoria — o lugar a partir do qual os lampejos de novos insights emergem das profundezas desconhecidas a alma.
Cada uma das sefirot recebe um nome que descreve sua função única em moldar a realidade. Além disso, as dez sefirot são normalmente descritas em três linhas ou eixos verticais:
  •       sabedoria, bondade e, vitória, à direita
  •       entendimento, força e reconhecimento, à esquerda e
  •       coroa (e conhecimento), beleza, fundação e reinado, no meio, mais embaixo.
Todas estas informações juntas são representadas graficamente na seguinte combinação das sefirot, conhecida como a Árvore da Vida5:

Notas

  1. Ver Berachot 10a; Midrash Vayikrá Rabá, 4; Midrash Shocher Tov Tehilim, 103.
  2. Tanya, capítulos 3 e 6.
  3. Ver The Art of Education, pp.106-8.
  4. Para mais, ver Consciousness & Choice, capítulos 1 e 3.
  5. Para mais sobre esta disposição gráfica, ver What You Need to Know About Kabbalah, p.83.

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