Petição para reabilitar capitão judeu aceita no Parlamento

Petição para reabilitar capitão judeu aceita no Parlamento

magal53
0


Por : Nuno Guerreiro Josué


Boas notícias que chegam de Lisboa:

    Porto, 13 dez (Lusa) - A petição pela reabilitação póstuma do capitão judeu Barros Basto, afastado do exército em 1937, foi hoje admitida pela comissão parlamentar com a consonância de todos os partidos políticos.
    O deputado João Rebelo, do CDS, ficou nomeado como relator tendo agora um prazo de três semanas para apresentar um relatório, a ser posteriormente votado em comissão, e propor as próximas ações.

    A petição “tem como fundamento a violação grave de direitos humanos e a afetação intolerável do núcleo duro dos direitos fundamentais materialmente protegidos pela Constituição da República Portuguesa, pelo que se requer a intervenção da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias”, começa por dizer o documento que chegou à Assembleia da República a 31 de outubro pela mão da neta do capitão.
    O relator terá agora de consultar o processo de 1937, para confirmar que de facto foi proferida a sentença que condenou Barros Basto, e pedir um parecer à Comissão Parlamentar dos direitos, liberdades e garantias.

    Sem querer adiantar mais pormenores, João Rebelo garantiu apenas que irá “marcar uma reunião com os peticionários”: a neta do capitão e o seu advogado.

    Ao longo dos anos, Barros Basto tem sido comparado por historiadores ao general francês de origem judaica Alfred Dreyfus que em 1894 foi condenado, inocentemente, por alta traição.

    A história remonta a 1937 quando o Conselho Superior de Disciplina do Exército decidiu pela “separação do serviço” do capitão Arthur Carlos Barros Basto por considerar que não possuía “capacidade moral para prestígio da sua função e decoro da sua farda”.

    Em causa estava a realização de operações de circuncisão a alunos do Instituto Teológico Israelitas do Porto, que havia fundado, e a saudação com um beijo dos mesmos alunos, à maneira dos judeus sefarditas de Marrocos.

    Nascido em 1887, Barros Basto, ou Ben-Rosh, apenas se converteu [retornou] ao judaísmo em 1920 por influência do avô e depois de regressar da I Guerra Mundial, lançando-se depois numa campanha para resgatar outros judeus marranos como ele (descendentes de judeus portugueses e espanhóis que foram obrigados a se converterem ao cristianismo pela imposição da Inquisição).

Postar um comentário

0Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não do Blog. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.Não publicamos comentários anônimos. Coloque teu URL que divulgamos

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não do Blog. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.Não publicamos comentários anônimos. Coloque teu URL que divulgamos

Postar um comentário (0)

#buttons=(Accept !) #days=(20)

Our website uses cookies to enhance your experience. Learn More
Accept !