Gabrielle Giffords, a jovem legisladora do Arizona que acabava de estrear seu terceiro mandato no Congresso dos Estados Unidos e agora está entre a vida e a morte após ser atingida pelos disparos de um atirador neste sábado, é uma judia, democrata apaixonada e moderada mas, sobretudo, é uma mulher tenaz.
Gabrielle Giffords ao lado do presidente da Câmara, John Boehner; ela levou um tiro na cabeça.
Sem medo e decidida, tanto que chamou a atenção de Sarah Palin, a estrela do movimento ultraconservador Tea Party, que a assinalou, mediante um mapa colocado em sua página do Facebook antes das eleições de novembro, como um dos democratas a bater para evitar a reforma da saúde de Barack Obama.
Moderada em suas propostas, defensora da pequena empresa, Gabrielle foi uma das grandes vitórias contra o Tea Party em novembro de 2010, especialmente depois que seu oponente republicano, o jovem Jesse Kelly, baseou sua campanha em um lema tão peculiar como "Ajude a tirar Gabrielle Giffords de seu posto", convidando seus seguidores a "disparar um rifle automático M16 com Jesse Kelly."
Gabrielle, que defende também uma reforma migratória que permita colocar ordem na comunidade imigrante dos EUA, fala espanhol, foi bolsista Fulbright no México e inclusive tem uma casa no país vizinho.
ATAQUE
Neste sábado tinha previsto se reunir com seus eleitores em um encontro convocado sob o lema "O Congresso em sua esquina". Mas os disparos de um atirador atrapalharam seus planos.
Segundo algumas testemunhas, um homem que tinha uma arma semiautomática abriu fogo indiscriminadamente e tirou a vida de pelo menos seis pessoas, entre elas um juiz federal e uma menina de nove anos. Outras 12 pessoas ficaram feridas no ataque que ocorreu na cidade de Tucson, no Arizona. Jornais e redes de TV americanas identificaram o suspeito como Jared Lee Loughner, 22.
A polícia suspeita que o jovem não tenha agido sozinho e investiga a participação de um homem de 50 anos.
Ele tentou escapar a pé, mas foi impedido por uma pessoa que estava no local e entregue à polícia.
Arizona Daily Star
Gabrielle foi tão gravemente ferida que inclusive, inicialmente, foi dada como morta. Mas, pelo menos por enquanto, no hospital onde foi operada, asseguram que responde ao tratamento e esperam que possa sobreviver.
Quem a conhece bem, como seu colega congressista republicano Jeff Flake, se mostrava convencido de que assim será porque, "Gabrielle, sobretudo, é uma pessoa tenaz".
Ela deixou isso claro em novembro passado quando - contra toda a previsão e em um Estado do Arizona conservador no qual sopravam, segundo palavras de Flake, "ventos muito fortes contra os democratas" --conseguiu ser reeleita por uma margem de dois pontos percentuais.
Judia, nascida em junho de 1970 precisamente em Tucson, a cidade do Arizona onde justamente aconteceu a tragédia, chegou ao Congresso em janeiro de 2007, após uma breve experiência que começou com o século, como legisladora estadual.
Na semana passada estreou em Washington seu terceiro mandato no Congresso Federal e este fim de semana tinha previsto responder as perguntas de seus eleitores no estacionamento de um supermercado.
A congressista mantém este tipo de reuniões de forma periódica para que sua gente lhe expresse diretamente suas preocupações.
Esta forma de fazer as coisas já lhe tinha trazido problemas antes. Em março do ano passado, seu escritório em Tucson foi alvo de atos violentos por parte de quem se opunha à reforma da saúde.
Mas, como reconhecem inclusive seus oponentes, estas coisas, longe de amedrontar Gabrielle, lhe deram mais coragem porque, assegura Flakes, "é incansável".
Gabrielle é casada com o astronauta Mark E. Kelly, que pilotou as naves Endeavour e Discovery. Ambos se conheceram na China em 2003, e se casaram em janeiro de 2007.
A mãe de Jared Loughner, Amy Lee Loughner, é um membro da mesma sinagoga que a deputada Gabrielle Giffords! Isso significa que o filho de Amy, que vive com seus pais judeus, Amy e Randy Loughner, é também membro da sinagoga da vítima do disparo, a deputada Giffords.
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