
Em uma entrevista coletiva dada na capital do Iêmen, Sana, Meshal afirmou também que o ataque israelense de ontem contra uma frota de assistência humanitária "é uma etapa decisiva para pôr fim ao bloqueio de Gaza".
O Egito e a Jordânia são as duas únicas nações árabes que mantêm relações diplomáticas com Israel. Nas últimas horas, diversos protestos ocorreram no Cairo e em Amã. Os manifestantes exigem o rompimento desses vínculos.
"Peço aos países árabes que têm laços com Israel que cortem todo tipo de relação, porque continuar com elas é premiar Israel", afirmou o líder palestino.
Meshal se dirigiu diretamente ao presidente egípcio, Hosni Mubarak, 82: "O senhor começou sua vida como militar lutando contra o inimigo Israel. Conclua sua vida com o anúncio histórico de abrir de forma permanente à passagem de Rafah", afirmou.
A passagem fronteiriça de Rafah, entre o Egito e a faixa de Gaza, é a única que escapa ao controle israelense. Está fechada desde junho de 2007, quando o Hamas, que venceu as eleições em Gaza, foi expulso da Autoridade Nacional Palestina (ANP). O acesso só abre ocasionalmente por razões humanitárias.
Segundo Meshal, caso seja reaberta o Hamas se encarregará de garantir a ordem da passagem.
Fuga
Ele fez referência ao ocorrido em janeiro de 2008, quando milhares de palestinos cruzaram para o Egito depois que membros do Hamas derrubaram parte da fronteira, gerando uma situação caótica.
O líder do Hamas está exilado em Damasco e afirmou que o ataque israelense à frota que se dirigia a Gaza representa um "Holocausto" que traz à tona a realidade de Israel.
Meshal também pediu aos Estados Unidos e a Rússia que façam "um anúncio histórico, o de pôr fim ao bloqueio" que sofre Gaza.
Além disso, ele elogiou a Turquia por "voltar ao seio dos árabes". "Agora Turquia enfrenta a responsabilidade de instar todos contra o bloqueio (que sofre Gaza). Peço aos países árabes e muçulmanos que se solidarizem com a Turquia", acrescentou. Rival do Hamas, para acercar posições com o grupo. "Quando nos unirmos, os árabes nos apoiarão", afirmou.
Já Ghassan Khatib, porta-voz do primeiro-ministro palestino Salam Fayyad, disse que a resolução contra Israel do Conselho de Segurança das Nações Unidas é "insuficiente" porque não inclui os "elementos preventivos" necessários para o futuro.
"Qualquer resolução que não atribua responsabilidades a Israel pela violação do direito internacional e dos direitos humanos dos palestinos não pode ser suficientemente boa como para evitar que se repitam os fatos", acrescentou Khatib, que foi ministro em vários governos de Iasser Arafat.