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Tradições nas comunidades Sefaradim

A cerimônia de atribuição de nome a uma menina é feita em casa e se chama Zeved Habat. Membros da comunidade são convidados para a ocasião festiva, na qual o rabino profere a berachá, atribui o nome à menina e, em seguida, faz-se uma seudá, refeição festiva.

Antigamente, quando nascia um menino no Marrocos, o professor do cheder era avisado e levava cinco alunos à casa do recém-nascido. Eles portavam cinco letras que, ao serem lidas, formavam uma palavra que afastava o mau-olhado sobre o bebê. A circuncisão costuma ser feita em casa e, na véspera do brit, a cadeira do profeta Eliahu é levada da sinagoga para a residência e decorada em homenagem ao profeta. Em outras ocasiões levam o parochet que é pendurado no local do brit. Na hora do ritual, o sandak, também chamado de padrino, senta na cadeira do profeta Eliahu para segurar a criança. Um prato de areia é colocado perto do mohel para que a criança seja tão prolífera quanto os grãos de areia.

O costume de atribuir nomes aos meninos segue os mesmos hábitos dos outros sefaradim, à exceção dos judeus de Marrakesh, que não dão o nome dos avôs vivos. Quando uma criança nasce durante uma festa religiosa, costuma-se acrescentar um segundo nome relacionado com a mesma. Por exemplo, em Chanucá, Nissim; em Purim, Mordechai, em Pessach, Moshé.

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Após o nascimento são feitas rezas especiais na sinagoga, invocando a bênção do rabi Meir para a pronta recuperação da mãe. Em seguida são feitas preces para que o recém-nascido tenha boa saúde. Costuma-se colocar uma yad, mão, no berço do bebê e são entregues amuletos protetores para a mãe, o pai e a criança, zelando por seu bem-estar e guardando-a contra o mau olhado, ayn raá.

As crianças recebem nomes idênticos aos dos avós vivos. É interessante notar que as mulheres não tinham necessariamente nomes hebraicos, mas nomes espanhóis como Rosa, Fortuna, entre outros, e estes eram usados nas cerimônias religiosas ou oficiais. Muitas vezes tinham outro nome em inglês, que nem sempre tinha o mesmo significado. O primeiro filho é chamado Bechor, se for menino, e Buchureta se for menina, significando Bechorá. São, às vezes, apelidados de Buki (menino) e Bukiza (menina).

A cerimônia da circuncisão é chamada pelos judeus espanhóis de Birkat Milá. O pai e o sandak são chamados à Torá no Shabat que antecede o Birkat, quando lêem-se trechos do Zohar. Algumas congregações têm uma cadeira especial para o profeta Eliahu, coberta de tecido roxo com galões em ouro, dando a aparência de um trono. Esse tecido é passado de geração em geração.

A cadeira é colocada à direita daquela na qual o sandak vai sentar-se. Este senta-se sobre uma almofada bordada, que lhe é então oferecida de presente. Esta almofada é aquela que será usada para trazer o bebê e é parte do enxoval da noiva. Após as rezas, fazem-se bênçãos sobre um limão e um galho de arruda. Costuma-se oferecer aos presentes água de colônia e água de rosas.

A explicação para a inclusão de algum vegetal com fragrância está nas bênçãos que falam da criação do homem: “E D’us assoprou em suas narinas o hálito da vida; e o homem tornou-se uma alma viva” (Gênese, 2:7). De acordo com a Cabalá, é nesse momento, enquanto recebe seu nome, que a neshamá – alma – será instilada na criança.

A ordem de seleção do sandak nas comunidades judeu-espanholas segue a mesma tradição que a costumeira entre os sefardim de origem síria e marroquina.
Fonte: Revista Morashá
Leia também :   hebreu.blogspot.com/2006/05/sobrenomes-judeus-de-que-razes-se.html     

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