
por Marcos Guterman
O governo israelense já concluiu que o presidente dos EUA, Barack Obama, está usando o país para agradar os árabes. Ao cobrar veementemente o congelamento das colônias israelenses e ao exigir que Israel aceite um Estado palestino, Obama estaria “pagando” pelo apoio árabe para as campanhas no Iraque e no Afeganistão.
Como Washington sabe que a aliança com Israel não se romperá tão facilmente, é provável que a estratégia americana seja a de forçar a lealdade israelense até o limite. Quem perde com isso é Benjamin Netanyahu, assentado sobre uma coalizão fraca e com pouquíssima margem de manobra para conter a “onda Obama” no Oriente Médio – cuja última façanha foi ter virado a seu favor uma eleição perdida no Líbano, resultado que pode influenciar a votação presidencial no Irã.
De olho na manutenção do poder, gente do Likud, partido de “Bibi”, já mandou dizer que não haverá rebelião interna se seu premiê eventualmente fizer “concessões”, tais como aceitar o Estado palestino. Ou seja: os falcões israelenses são duros, mas sabem ser pragmáticos quando não têm outra saída.