Presidente de Israel escolhe conservador Netanyahu para formar novo governo
O presidente de Israel, Shimon Peres, escolheu o líder do conservador partido Likud, Benjamin Netanyahu, para tentar formar a coalizão de governo com maioria no Parlamento e obter assim o cargo de primeiro-ministro, informou o gabinete do presidente Shimon Peres em um comunicado divulgado nesta sexta-feira.
Novo governo
Líder do Likud, Benjamin Netanyahu (esquerda), cumprimenta o presidente israelense, Shimon Peres (direita).
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"O presidente tomou sua decisão no que diz respeito à formação do governo e a presidência convocará o deputado Benjamin Netanyahu (...) para lhe confiar esta tarefa", afirma a nota.
Em uma tentativa de buscar um governo de coalizão, capaz de avançar no processo de paz com os palestinos, Peres havia se reunido pela manhã com Netanyahu e com sua principal rival, a chanceler Tzipi Livni, líder do partido Kadima, mais ao centro.
Ao final do encontro, Livni repetiu o que já havia adiantado nos últimos dias: não participará de um governo liderado por Netanyahu. Com isso, o Kadima caminha para compor o principal grupo de oposição ao futuro governo.
A chanceler argumentou que seu partido "quer uma solução de paz baseada em dois Estados", um israelense e um palestino, e acusou os apoiadores de Netanyahu de negarem essa opção.
Por sua vez, Netanyahu defendeu a "necessidade de unidade". "Imediatamente depois que me encarregue a responsabilidade de criar uma coalizão, convocarei o Kadima à negociação", afirmou o líder do Likud.
O Kadima ganhou 28 cadeiras nas eleições legislativas em 10 de fevereiro, uma a mais que o Likud, mas Netanyahu dispõe de uma maioria de 65 parlamentares graças a uma aliança com partidos da extrema direita (laica e religiosa) e dos ultraortodoxos.
A partir do momento em que Peres faz a designação oficial, Netanyahu tem 28 dias, prolongáveis por mais 14, para apresentar sua proposta de governo para o Parlamento (Knesset).
O político conservador, que desde o princípio se opôs aos acordos de paz assinados em Oslo em 1993, reduziu seus efeitos quando foi primeiro ministro, entre 1996 e 1999, retomando em grande escala a instalação de colônias israelenses em territórios palestinos.
Tradicionalmente hostil à criação de um Estado palestino, Netanyahu foi impreciso durante a campanha eleitoral a respeito de suas intenções concretas para o governo.
*Com agências internacionais