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Graus e Denominações

Pergunta:
O senhor disse que todos os níveis pelos quais a alma passa nos mundos espirituais, projetam-se a seguir em nosso mundo. Em outras palavras, se a alma já passou pelo nível de Faraó, esse nível se materializa em seguida, em nosso mundo, em um corpo no nível da alma do Faraó? Ou será que somente no corpo do Faraó, com seus atributos terrestres? Em outras palavras, quando em nosso mundo, uma alma passa, no corpo, pelo nível de Faraó, no mundo espiritual seguinte, ela já se encontra no nível espiritual seguinte, por exemplo, o de justo. Em outros termos, será que nos mundos espirituais já se prepara o novo nível do Justo para o nosso mundo, enquanto em nosso mundo, a alma passa pelo estado de Faraó? Tudo o que vai acontecer ao Faraó no nosso mundo, ele não pode mais mudar? O Faraó pode, no nosso mundo, influenciar seu futuro nível de Justo, que se forma paralelamente no mundo espiritual? Se por exemplo, a alma se desenvolve no mundo espiritual de acordo com o esquema Goy-Faraó-Justo, é possível que ela possa voltar, por uma razão qualquer, ao nível precedente, ao de Goy, em vez de ir para o nível seguinte, o de Justo? Em outras palavras, o esquema Goy-Faraó-Justo pode, de algum modo, dar um passo atrás? Isso depende da maneira como a alma se conduz, no corpo de Faraó?
Resposta de Rav Laitman:

Você corre o risco de se confundir porque você raciocina de um ponto de vista extrínseco, e não intrínseco. Toda a Torah nos fala unicamente sobre a maneira pela qual nós podemos acessar o nível superior; ela não nos conta fatos históricos. Nos mundos espirituais, essa história ainda não existe, ela foi escrita para cada alma que passa pelos níveis de Goy-Faraó-Moisés. E é somente assim, a Torah foi escrita para uma única pessoa, para um único homem, para cada um em particular, e é somente na escala individual que é preciso senti-la.

A alma pode passar por várias transformações enquanto está em um corpo terrestre, aliás essa é a razão pela qual ela se encontra nesse corpo. Todas as partes da alma universal são obrigadas a passar pelos estágios da correção, do nível mais baixo até o mais elevado, enquanto estão encarnadas em um corpo de nosso mundo, ou seja, vivendo em nosso mundo. O homem tem a obrigação de sentir todos os níveis da progressão pelos 613 degraus, até o último, aquele da igualdade com o Criador.

O que acontece em nosso mundo, na sua matéria, é similar àquilo que está narrado na Torah a respeito dos eventos entre as forças dos mundos espirituais; é apenas uma cópia, feita na matéria de nosso mundo. Será que o Faraó (*heb. Paro) terrestre e o Moisés (*heb. Moshe) no mundo terrestre tiveram essa força, esse nível espiritual no qual se situam os autênticos Faraó e Moisés? Será que o Primeiro e o Segundo Templos correspondiam a seus níveis espirituais? O que significa 'corresponder'? No que você procura a espiritualidade, nisso tudo? No que eles conseguiram fazer? Então estamos na descida desde o Alto, e não na progressão a partir do baixo. Esses são exemplos daquilo que o homem deve atravessar em si mesmo!

A Torah fala somente do caminho de elevação de cada um de nós, através dos níveis que ela descreve. Todas as descrições são daquilo que nós devemos sentir. Todos esses personagens e seus eventos, nós devemos representá-los, vivê-los em nós mesmos. É somente depois que a 'peça tenha sido representada', que nós seremos capazes de sentir o que foi, efetivamente, que o Criador preparou para nós. A Torah nos diz: 'cada um deve tornar-se Moisés'. É possível especificar: cada um deve ser também os outros personagens da Torah, como o Faraó, como Bilam etc. Moisés é o objetivo do progresso da alma. Certamente, não é possível chegar a esse nível de desenvolvimento se não deixarmos entrar em nós todo o egoísmo do Faraó.

O essencial, portanto, é fazer esforços internos para caminhar segundo o caminho da Torah; é isso que designa o mandamento de 'escrever o livro da Torah', como foi dito, 'Inscreva Minhas palavras em teu coração'.

Quanto ao fato de que o homem possa atravessar um nível neste mundo, enquanto sua alma está em um outro nível em outro mundo: uma mesma alma não pode estar em vários níveis simultaneamente. Todos os nossos níveis futuros, até o último, a perfeição, situam-se nos 613 degraus dos mundos espirituais.

No entanto, não estamos falando da alma, mas desses níveis, daquilo a que ela vai alcançar após ter-se elevado a esse nível.

Nosso mundo (de baixo para cima) é semelhante ao mundo de Assiyah, que é semelhante ao mundo de Yetzirah, que é semelhante ao mundo de Beriah, que é semelhante ao mundo de Atzilut. Ou ao inverso (do alto para baixo): à imagem do mundo de Atzilut, sucessivamente, os mundos de BY"A e nosso mundo foram criados e foram copiados, a partir dele.

A Torah descreve os eventos que se produzem no mundo de Atzilut. Em todos os mundos espirituais de BY"A, que se situam abaixo do mundo de Atzilut (abaixo, com relação ao nível espiritual), produzem-se os mesmos eventos que em Atzilut, mas numa medida menor, do ponto de vista espiritual. No nosso mundo, há igualmente uma similaridade com os eventos do mundo de Atzilut, mas em uma outra matéria, não espiritual: no egoísmo, na matéria do nosso mundo. É por isso que não nos é possível fazer uma idéia precisa dos eventos. Nós não conseguimos captar o vínculo entre nosso mundo e os outros mundos porque nós não dominamos as noções da matéria espiritual.

Somente o cabalista tem uma percepção simultânea dos dois mundos. Todavia ele não pode explicar isto a quem não sente a matéria espiritual. É por isso que a ciência da compreensão dos mundos espirituais é individual, e é qualificada como secreta: seus frutos só são visíveis por aquele que compreende, e ninguém mais. No mundo de Atzilut, o Faraó representa o egoísmo não reparado, criado pelo Criador. O Faraó, por conseqüência, está oposto ao nível do Criador. A reparação do Faraó nesse nível significa a reparação total de Malchut, de toda a criação.

O protótipo do Faraó no mundo de Beriah, situado abaixo do mundo de Atzilut, significa a reparação precedente do Faraó, no nível do degrau situado abaixo, antes daquele correspondente ao acabado.

O Faraó no mundo de Yetzirah encontra-se, em sua reparação, a dois degraus, dois níveis precedentes, com relação ao acabado.

O Faraó, no mundo de Assiyah, encontra-se, portanto, a três degraus, três níveis precedentes, piores, abaixo daquele correspondente ao acabado.

No nosso mundo, em outras palavras, no corpo terrestre do Faraó, não há nada de espiritual, nada nesse Faraó terrestre, pois nosso mundo é apenas matéria, nosso corpo e tudo aquilo que o cerca, o inanimado, o vegetal, o animal. Se a alma acompanha o corpo em nosso mundo, o homem é chamado 'cabalista'. Se a alma não acompanha o corpo, o homem situa-se em um estado prévio de desenvolvimento espiritual; ele ainda não tem alma, ainda não tem o vínculo manifesto com os mundos espirituais, nem de Assiyah, nem de Yetzirah, nem de Beriah, nem de Atzilut.

No nosso mundo, a alma é acompanhada pela sua correspondência na matéria de nosso mundo, à imagem do mundo de Atzilut: o Faraó (o egoísmo, a klipá) corresponde ao soberano do mundo. Moisés é a força que aspira ao Criador, oposta ao Faraó; se Moisés vai ao Faraó a partir do Criador, o Faraó e o Criador são iguais no homem, e há livre arbítrio.

Tudo, no nosso mundo, na matéria de nosso mundo, deve concordar com os mundos espirituais, mas segundo uma fórmula bem precisa de concordância. Essa concordância existe sem a intervenção do homem, simplesmente pela descida do alto abaixo, que conduz aos eventos históricos neste mundo.

Na história de nosso mundo, deverá acontecer, em tal ou qual momento, que cada alma passe a viver nos mundos espirituais, elevando-se sobre os degraus de nosso mundo até o mundo de Atzilut. O nível chamado 'Faraó' corresponde ao homem que, enquanto estuda a Kabbalah, sente seu egoísmo com acuidade, da forma totalmente primária; ele sente seu antagonismo com relação ao Criador. Trata-se de um degrau poderoso, o mais negativo, oposto à correção total – o que precede a ascensão ao primeiro degrau, a correção final. Se o homem corrige o nível do Faraó em si mesmo, ele conclui sua correção.

Tudo em nosso mundo, em sua história, representa, em sua matéria, os níveis espirituais que todo homem tem a obrigação de atravessar em si mesmo, segundo o princípio de que 'o homem é um microcosmo'. O conjunto da humanidade evolui assim historicamente: as novas almas em cada geração descem nos corpos para empurrar os corpos ao progresso material, e o homem ao progresso espiritual.

Quando uma alma chega ao limiar (*seuil) de seu desenvolvimento egoísta, nascem nela aspirações espirituais, e é então que a pessoa vem me ver e começa o estudo da Kabbalah. Progressivamente, ela passa pelos degraus, partindo do zero (embrião espiritual) para chegar ao alto, até o final da correção. Cada degrau comporta um nível negativo em que o homem se atribui desejos egoístas cada vez mais poderosos, que ele corrige, para em seguida receber a luz do degrau em que ele se encontra então, em seu desejo corrigido.

Os diferentes degraus correspondem a atributos tanto negativos quanto positivos. Mas isso acontece alternativamente, da linha esquerda (não corrigida) em direção à linha direita (a força divina), e em seguida na direção da linha média (a correção da linha esquerda por meio das forças da linha direita). É somente assim que se efetua a elevação.

O sentimento de seus desejos egoístas, negativos, conduz o homem a se atribuir o nome de 'Goy'. Após ter sido criado, Adam dá nomes a cada coisa e a cada propriedade do mundo em volta. O homem, quando se eleva espiritualmente, torna-se um Adam corrigido, e dá um nome a seu mundo interior, a suas qualidades. Ele se chama 'Faraó', 'Goy', 'Moisés' etc.

A seus desejos egoístas, ele atribui a denominação de 'Goy'. As diferentes manifestações no homem, do desejo egoísta, portam as denominações particulares dos goyim indicados na Torah. Segundo esse mesmo princípio, as manifestações positivas portam a denominação de Israel, de 'iashar – El': diretamente na direção do Criador (na direção do Seu desejo). As denominações particulares existem igualmente para os filhos de Israel, os Levyim, os Cohanim, em função do degrau espiritual (o degrau esquerdo, corrigido, é chamado 'Levy'; o direito, 'Cohen'; o médio, 'Israel'). Jamais acontece um passo atrás, somente em frente, muito embora a pessoa possa ter a impressão do contrário, quando o homem tomba no egoísmo maior ainda, correspondente ao degrau seguinte, ou seja, na linha esquerda, não corrigida.



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