Centro Simon Wiesenthal:
ainda há nazistas no Brasil
Durante entrevista em São Paulo, Efraim Zuroff, principal autoridade em criminosos de guerra nazistas do Centro Simon Wiesenthal, afirmou que, diante da história do Brasil e da grande imigração depois da II Guerra Mundial, é "mais do que provável" que alguns nazistas ainda estejam morando no país. Ele citou casos de oficiais de alto escalão encontrados no Brasil, como o médico alemão Joseph Mengele, o "Anjo da Morte", responsável por determinar quem seria exterminado e quem seria submetido a trabalhos forçados no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Também fez experiências com presos, entre elas a de injetar substâncias químicas nos olhos de crianças para ver se mudariam de cor. Após fugir da Alemanha para a Argentina, Mengele veio para o Brasil, onde morreu de infarto quando nadava no mar em Bertioga, em 1979.
Efraim Zuroff também informou que o Centro Simon Wiesenthal está oferecendo uma recompensa de cerca de R$ 832 mil para quem ajudar a encontrar o austríaco Aribert Heim, que foi médico em três campos de concentração durante o Holocausto. Ele é acusado do assassinato de centenas de prisioneiros com injeções letais nos campos de concentração de Sachsenhausen e Buchenwald - ambos na Alemanha - e Mauthausen, na Áustria. "Sei que vocês se perguntam por que fazemos isso depois de tantos anos, mas a passagem do tempo não diminui a culpa dos assassinos. Se uma pessoa, que Deus não queira, matasse sua avó e só fosse encontrada anos depois, não creio que o fato de ela ser idosa iria afetar seu desejo de que ela pagasse pelo crime" . As verbas oferecidas como recompensa são provenientes do governo alemão, do governo austríaco e de doações particulares. Entre abril de 2006 e março de 2007, o Centro fez com que 21 criminosos de guerra fossem condenados. Em 14 países, 1.019 pessoas são investigadas atualmente.