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Jerusalém é alvo de disputas entre israelenses e palestinos |
Apesar de dois terços dos habitantes de Jerusalém serem judeus, a população árabe na cidade vem crescendo rapidamente. Se a tendência continuar, em 2035 o número de habitantes árabes e judeus em Jerusalém será o mesmo, de acordo com o Instituto Jerusalém para Estudos de Israel.
Uma pesquisa divulgada pelo instituto diz que atualmente a população de 720 mil pessoas é composta por 66% de judeus e 34% de árabes, mas indica que a quantidade de árabes em Jerusalém vem crescendo duas vezes mais rapidamente do que a de judeus.
Para tentar reverter a tendência, o governo israelense aprovou no último domingo um orçamento de 5,75 bilhões de shekels (cerca de R$ 2,9 bilhões) para desenvolver áreas israelenses em Jerusalém.
A medida segue um anúncio da Prefeitura de Jerusalém, na semana passada, de planos de construir três novos assentamentos na parte oriental da cidade, o que desrespeitaria leis internacionais.
Natalidade e custo de vida
Nos últimos 40 anos, a população árabe em Jerusalém aumentou 257% - de 68 mil para 245 mil -, enquanto o número de judeus cresceu 140% - de 200 mil para 475 mil.
O Instituto Jerusalém para Estudos de Israel explica a tendência por dois fenômenos.
Por um lado, a taxa de natalidade dos árabes tem ficado entre 3% e 4%, mais do que o dobro da dos judeus.
Além disso, milhares de famílias judias estão deixando Jerusalém para morar nos subúrbios e assentamentos na Cisjordânia, porque o custo de vida nestes lugares é mais baixo.
Cidade sagrada
O status de Jerusalém é uma das questões mais sensíveis e complexas do conflito entre israelenses e palestinos, já que a cidade é considerada sagrada por judeus, muçulmanos e cristãos.
O Monte do Templo, situado na Cidade Antiga, em Jerusalém Oriental, abriga locais sagrados tanto para judeus como para muçulmanos.
Os judeus acreditam que o Primeiro e o Segundo Templo foram construídos ali, e o Muro das Lamentações, o último resquício do Segundo Templo Judaico, é o local mais importante para orações e peregrinações.
No topo do Haram al-Sharif, como o monte é chamado pelos árabes muçulmanos, ficam localizados a Cúpula da Rocha e a mesquita de al-Aqsa, sendo este último o terceiro local mais sagrado no Islã.
As negociações de Camp David, realizadas nos Estados Unidos em 2000, fracassaram quando negociadores israelenses e palestinos não conseguiram chegar a um consenso político para satisfazer as reivindicações dos dois lados sobre estes locais, e um futuro acordo de paz não será alcançado sem impasse a respeito do destino de Jerusalém.
Captura de Jerusalém Oriental
Em 1947, antes da formação do Estado de Israel, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs que Jerusalém permanecesse unida e ficasse sob sua administração.
No entanto, a cidade foi dividida após a guerra de 1948-49, quando a parte ocidental ficou com o recém-formado Estado de Israel e a oriental, incluindo a Cidade Antiga, passou a ser controlada pela Jordânia.
Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel capturou Jerusalém Oriental da Jordânia e em 1980 a anexou de forma oficial.
A reivindicação israelense de soberania sobre toda a cidade não é reconhecida pela comunidade internacional, que considera Jerusalém Oriental território ocupado, assim como a Cisjordânia.
Durante estes 40 anos, o governo israelense desrespeitou determinações internacionais instalando vários assentamentos em Jerusalém Oriental e em torno dela, isolando os palestinos que vivem na cidade daqueles que vivem na Cisjordânia.
Além disso, a barreira que Israel está construindo na fronteira com a Cisjordânia passa por dentro de Jerusalém Oriental, passando os grandes assentamentos judaicos para o lado ocidental da barreira, apesar de eles estarem na Cisjordânia.
O governo israelense afirma que Jerusalém "é a unificada e eterna capital de Israel", enquanto que os palestinos querem que a parte oriental seja a capital de um futuro Estado palestino.
Eles se apóiam na resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU (que pede que Israel se retire dos territórios ocupados em 1967) para justificar que Jerusalém Oriental não pertence a Israel e afirmam que um Estado palestino tem o direito de exercer soberania na região.
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Magal
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