A Secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou neste sábado, em Israel, que o processo de paz entre palestinos e israelenses pode ser reavivado se todos os lados envolvidos cumprirem as suas responsabilidades. "Estes são tempos muito importantes e desafiadores no Oriente Médio, mas são tempos que eu acredito promissores se nós exercitarmos as nossas responsabilidades com criatividade e determinação", afirmou Rice, após se reunir com a ministra do Exterior israelense, Tzipi Livni. Rice, que está no seu oitavo giro pela região como secretária de Estado, disse que não tem nenhuma proposta específica para israelenses e palestinos, alegando que queria acelerar a implementação do "roteiro da paz" apoiado por Estados Unidos, União Européia, Rússia e ONU. Elaborado há quase quatro anos, o plano, que prevê a criação de um Estado palestino convivendo em paz com Israel, praticamente não saiu do papel. A ministra israelense, por sua vez, disse que "parte da nossa responsabilidade é dar aos palestinos moderados um horizonte político ao mesmo tempo em que oferecermos segurança aos israelenses." Os governos americano e israelense têm apoiado o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, na sua disputa de poder com o Hamas, que lidera o governo palestino desde que venceu as eleições parlamentares no início no ano passado. "Realinhamento" O roteiro da secretária americana inclui ainda Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Kuwait e territórios palestinos. Em entrevista à BBC, antes de deixar Washington, Rice disse que a sua viagem tem como objetivo costurar uma nova estratégia americana dentro do que chamou de "realinhamento do Oriente Médio". "O que estamos vendo é um realinhamento no Oriente Médio entre as forças que são extremistas e querem usar a violência e, no outro lado da equação, Estados que querem usar o processo político (para resolver conflitos de maneira pacífica)", disse Rice.
O objetivo da viagem é angariar apoio dos países árabes para a nova estratégia americana de enviar 20 mil soldados adicionais para o Iraque, como anunciado na quarta-feira pelo presidente americano, George W. Bush. Mas observadores dizem também que a enviada americana tentará conter a influência da Síria e do Irã na região, e em especial no Iraque, onde grupos insurgentes enfraquecem o governo pró-Ocidente eleito após a queda do regime de Saddam Hussein. Neste sábado, a Embaixada síria em Washington divulgou um comunicado em que rejeita acusações de que tenta causar insegurança no país vizinho. "Contrário aos argumentos que circulam na imprensa e nos círculos políticos, a Síria tem cooperado, e continua a cooperar, com a estabilização da situação no Iraque", afirmou a nota, divulgada pela agência France Presse. No texto, a Embaixada afirma que a Síria já prendeu diversos insurgentes que tentavam cruzar ilegalmente a fronteira com o Iraque. "O governo dos Estados Unidos se recusa a aceitar esta realidade e continue a levantar acusações vazias e infundadas contra a Síria." Irã A secretária deve dar especial atenção ao Irã, que os Estados Unidos acusam de patrocinar grupos insurgentes que se opõem à presença das tropas americanas e britânicas no Iraque. As tensões entre Teerã e Washington reacenderam nesta semana, depois que soldados americanos invadiram o consulado iraniano na cidade de Irbil, no norte do Iraque, e prenderam cinco funcionários. A deterioração chegou ao ponto de o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, sair a público para negar que as forças americanas no Iraque estejam planejando ataques na fronteira com o Irã e com a Síria. Ainda assim, tanto o presidente americano, George W. Bush, como Condoleezza Rice já afirmaram que pretendem aumentar as medidas contra aqueles que ameaçam desestabilizar o Iraque. "Não acredito que algum governo no mundo fosse deixar os iranianos, particularmente, coordenar redes dentro do Iraque que estão fabricando dispositivos explosivos de ótima qualidade usados para matar seus soldados", disse Rice, na entrevista à BBC. Ela negou, no entanto, que os Estados Unidos planejem uma escalada na guerra no Iraque ao confrontar grupos iranianos que atuam naquele país. "Não é uma escalada, isso é apenas boa política de ação." Ela apoiou o compromisso manifestado por Bush de realizar missões de busca e destruição contra grupos suspeitos de fabricar bombas para uso dentro do Iraque. |
--
Magal
Leia o Blog: http://hebreu.blogspot.com