Líbano leva Israel ao Conselho de Segurança

Beirute acusa governo israelense de violar Resolução 1.701 ao manter bloqueios

BEIRUTE - O governo libanês decidiu ontem apresentar uma queixa contra Israel ao Conselho de Segurança das Nações Unidas pela manutenção do bloqueio marítimo, aéreo e terrestre ao Líbano, em violação à Resolução 1.701. O anúncio foi feito pelo ministro da Informação, Ghazi Aridi, ao término da reunião do gabinete que analisou a situação no país e a mobilização do Exército na fronteira, que foi adiada devido à negativa israelense de se retirar de algumas posições que ocupou.

Aridi disse que o comando das forças da ONU informou ao Exército libanês que Israel tinha se retirado de algumas posições e que em duas semanas poderia concluir a retirada. O ministro também afirmou que a manutenção do bloqueio constitui não só uma agressão contra o Líbano mas também contra os direitos do homem e contra a dignidade das nações que aprovaram a Resolução 1.701.

O texto da resolução, que pôs fim em 14 de agosto a 34 dias de hostilidades entre Israel e a milícia Hizbollah, exige a retirada israelense das posições que ocupou durante sua ofensiva contra o Líbano, assim como a mobilização das Forças Armadas, junto à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul), para estender a autoridade do Estado no território nacional. O governo pediu às nações que aprovaram a resolução 1701 que condenem Israel e o obriguem a aplicar o texto da ONU.

Mediação

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, assegurou ontem em Jidá (Arábia Saudita) que tanto Israel como o movimento xiita libanês Hizbollah aceitaram a mediação da ONU em uma troca de presos. Annan fez estas declarações em uma entrevista coletiva junto ao ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Saud al Faisal, com quem tinha se reunido um pouco antes.

O dirigente da ONU assegurou que as duas partes aceitaram seus esforços para resolver este assunto. Annan, que está fazendo uma viagem por vários países do Oriente Médio, disse que designará uma pessoa para que se encarregue desta mediação, mas não quis revelar seu nome. "Será uma pessoa que negociará em segredo e com calma", acrescentou.

Festival

Teerã sediará em novembro um festival internacional de literatura, música e fotografia para "homenagear Sayed Hassan Nasrallah", chefe do Hizbollah, e ressaltar as verdadeiras dimensões da epopéia das milícias xiitas da organização no Líbano. "Não podemos comparar esta epopéia com nenhuma outra na história", afirmou Reza Rasouli, secretário do evento, que está sendo promovido por um grupo de organizações culturais. Rasouli disse que serão exibidos filmes, poesias, histórias, canções, desenhos animados, fotografias, artigos, cartazes e weblogs que homenagearão a figura de Nasrallah.

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Magal
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