Membros do grupo extremista libanês Hizbollah dispararam nesta terça-feira quatro bombas contra tropas israelenses no sul do Líbano, segundo informou um porta-voz militar de Israel. Não houve vítimas.
Horas antes, o Hizbollah já havia disparado ao menos dez foguetes Katyusha contra o sul do Líbano, segundo o Exército israelense, em mais um ataque sem vítimas. Nenhum dos foguetes chegou a Israel.
Apesar da entrada em vigor do cessar-fogo determinado por uma resolução da ONU (Organização das Nações Unidas), o Hizbollah informou que ainda vai atacar forças israelenses enquanto as tropas ocuparem o sul do Líbano.
O cessar-fogo entre as forças de Israel e as do Hizbollah, iniciado na madrugada desta segunda-feira, completou um dia em clima de tensão devido aos ataques isolados. O objetivo do cessar-fogo é acabar com a guerra iniciada há mais de um mês, e que já deixou mil mortos no Líbano e mais de cem em Israel.
Neste primeiro dia de trégua, o governo israelense prometeu perseguir o Hizbollah, ao mesmo tempo em que o grupo comemorou "vitória" contra o Exército de Israel. O conflito causou cerca de 1.200 mortes, deixou cerca de um milhão de deslocados e bilhões de dólares em prejuízos.
Próximos passos
O chefe de operações no Comando Militar do Norte, coronel Alon Fridman, informou à imprensa que durante o fim de semana as tropas que combateram no Líbano começarão a abandonar as posições conquistadas, para retornar a Israel.
Depois de 24 horas da entrada em vigor do cessar-fogo estabelecido pela resolução 1.701 do Conselho de Segurança da ONU, milhares de israelenses continuavam voltando para suas casas em cidades e povoados da Galiléia, ao longo da fronteira com o Líbano.
Fontes policiais informaram que muitos cidadãos que se refugiaram em outros lugares do país durante os ataques do Hizbollah encontraram suas casas destruídas. Os danos deverão ser compensados pelo governo.
Na cidade de Kiryat Shmona, a nove quilômetros da fronteira com o Líbano, caíram cerca de mil foguetes. Eles destruíram parcial ou totalmente 2 mil casas e cinco escolas.
Os militares israelenses acham que os membros do Hizbollah estão retornando às aldeias libanesas do sul junto com seus habitantes para retomar suas posições de antes da guerra.
O líder do grupo extremista, Hassan Nasrallah, declarou que, apesar do acordo para o cessar-fogo, o Hizbollah não vai se desarmar, pois é a única força capaz de defender o Líbano.
Segundo notícias de Beirute, cerca de 15 mil soldados do Exército libanês começarão a tomar posições na fronteira com Israel nas próximas 48 horas.
Causas
O estopim alegado por Israel para o conflito armado foi o seqüestro de dois soldados israelenses em 12 de julho. Reportagem do premiado jornalista Seymour Hersh, publicada na revista "The New Yorker", afirma que o seqüestro serviu como pretexto, pois o plano para invadir o Líbano já havia sido traçado pelo governo israelense, com o apoio dos Estados Unidos.
Segundo a matéria, os EUA aprovavam a medida como uma maneira de atingir indiretamente o Irã, fornecedor de material bélico para o Hizbollah. Os ataques israelenses também serviriam como um prelúdio de um possível "ataque preventivo" dos EUA contra supostas instalações nucleares iranianas. Nenhum dos governos envolvidos admitiu a informação.
Seja como for, desde então Israel lançou ataques ao Líbano por terra, ar e mar, enquanto Hizbollah lança foguetes contra o território israelense.
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Magal
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O Acordo foi para nada - Hizbollah dispara morteiros contra soldados israelenses no Líbano
terça-feira, agosto 15, 2006
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