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Israel recusa expansão da ofensiva, mas convoca 30 mil reservistas

O governo de Israel decidiu nesta quinta-feira não expandir por enquanto a operação militar contra o grupo terrorista Hizbollah no sul do Líbano, mas autorizou o Exército a convocar mais de 30 mil reservistas para o caso de os combates se intensificarem.

Em 16 dias de combate, ao menos 437 pessoas foram mortas no Líbano --382 civis, 20 soldados libaneses e ao menos 35 terroristas--, mas o Ministério da Saúde libanês estima que o saldo de mortos possa ser superior a 600. No lado israelense, até agora 52 pessoas foram mortas em ataques e confrontos, sendo 33 militares e 19 civis, segundo autoridades.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, sugeriu que poderia apoiar a ofensiva israelense pelo tempo necessário para enfraquecer o Hizbollah e também condenou veementemente o apoio do Irã ao movimento libanês.

Os recentes eventos sinalizam que Israel e os EUA estão esperando uma batalha mais longa do que o previsto inicialmente, ofensiva esta que poderiam se tornar muito mais violenta se o governo israelense decidisse ampliar os atuais ataques aéreos e incursões em pequena escala para uma invasão terrestre com milhares de soldados.

Nos últimos dias, generais israelenses persuadiram o governo a autorizar uma ampla campanha terrestre no sul do Líbano, que ajudariam as tropas já empenhadas nos combates.

O Gabinete de Segurança de Israel autorizou o Exército a convocar três divisões adicionais de reservistas para renovar as tropas no Líbano em caso de necessidade, mas rejeitou os conselhos das altas autoridades militares para expandir a ofensiva.

Apesar da medida, o ministro israelense da Justiça, Haim Ramon, afirmou que o fracasso nos líderes mundiais em alcançar um acordo para pedir um cessar-fogo imediato, durante uma conferência em Roma, deu a Israel a permissão para continuar sua campanha para destruir o Hizbollah --uma conclusão veementemente rejeitada por autoridades européias.

O encontro de cúpula foi concluído ontem sem um consenso, com a maioria dos líderes europeus pedindo uma trégua imediata e os EUA querendo conceder mais tempo para que Israel possa neutralizar o Hizbollah.

"Nós recebemos ontem, na conferência em Roma, a permissão do mundo (...) para continuar a operação, esta guerra, até que o Hizbollah não esteja mais estabelecido no Líbano e até que esteja desarmado", declarou Ramon à rádio do Exército de Israel.

Líderes europeus, no entanto, disseram que a conclusão de Ramon é incorreta. "Eu diria exatamente o oposto, que ontem, em Roma, ficou claro que todos os presentes querem ver o fim dos combates o mais rápido possível", afirmou o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier.

Ataques

Aviões e artilharia israelenses realizaram novos ataques contra o grupo terrorista Hizbollah no sul do Líbano nesta quinta-feira, mesmo dia em que o governo libanês anunciou que os mortos na ação militar podem passar de 600.

Segundo o ministro libanês da Saúde, Mohammad Khalifeh, hospitais receberam mais de 400 corpos de vítimas do conflito, mas entre 150 a 200 corpos ainda não foram recolhidos.

"Há cerca de 150 a 200 corpos debaixo de escombros. Ainda não conseguimos retirá-los porque as áreas onde foram mortos ainda estão sendo bombardeadas", afirmou Khalifeh.

Entre as vítimas --em sua maioria civis-- estão sete brasileiros e quatro observadores da ONU. A crise teve início em 12 de julho, depois que o Hizbollah seqüestrou dois soldados e matou oito em um posto militar da fronteira.

Além dos mortos, mais de 1.700 pessoas ficaram feridas nos confrontos, segundo o ministro.

Nesta quinta-feira, aviões israelenses atingiram uma estrada da região de Rayak, a poucos quilômetros da fronteira entre o Líbano e a Síria, ferindo dois soldados e um civil. Cerca de 30 ataques aéreos foram realizados em Iqlim al Tuffah, região onde o Hizbollah mantém bases e escritórios, segundo testemunhas. Os ataques --que alvejaram casas vazias pertencentes ao grupos e estradas da região-- deixaram um número indeterminado de vítimas.

A Força Aérea de Israel também atacou alvos perto da cidade de Nabatiyeh, ferindo ao menos três pessoas. Um míssil atingiu um prédio de quatro andares pertencente ao movimento xiita Amal em Tiro. Ontem, um outro ataque atingiu um prédio de sete andares na mesma cidade.

Segundo a TV libanesa, aviões de Israel também bombardearam uma base militar em Aamchit, a 50 quilômetros de Beirute, e destruíram uma antena pertencente à rádio libanesa.

De acordo com fontes militares israelenses, o alvo do ataque era uma estação utilizada pelo Hizbollah para ataques contra Israel, como um contra uma embarcação de lançamento de mísseis ocorrido em 14 de julho. Quatro soldados israelenses morreram no ataque.

Foguetes

Dezenas de foguetes lançados pelo Hizbollah atingiram cidades do norte de Israel nesta quinta-feira, ferindo ao menos uma pessoa, segundo os serviços de emergência.

Entre as cidades atingidas, estão Safed, Rosh Pina e a cidade de Shlomi, na região da fronteira.

Desde o início dos confrontos, o Hizbollah lançou mais de 1.400 foguetes contra Israel.

Nesta quarta-feira, o líder do Hizbollah, xeque Hassan Nasrallah, disse que o combate contra Israel entrou em nova fase e que o grupo não aceitará condições "humilhantes" para chegar a um cessar-fogo.

Nasrallah também voltou a dizer que as incursões no sul do Líbano não conseguirão deter o lançamento de foguetes Katyusha contra o território de Israel, alegando que o conflito se dirige agora diretamente a Haifa [cidade israelense e principal alvo do Hizbollah].

ONU

Na terça-feira, quatro observadores da ONU morreram após o lançamento de 14 bombas de Israel contra um posto da organização. Seis horas antes dos ataques, a ONU enviou dez avisos sobre sua localização e pedidos de cuidado ao Exército israelense.

Os quatro observadores mortos eram militares de nacionalidade chinesa, finlandesa, canadense e austríaca. Nesta quarta-feira, a China condenou o ataque. Annan pediu uma investigação urgente sobre as condições do ataque. O mesmo fizeram União Européia (UE) e os países diretamente ligados às vítimas.

Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mark Regev, afirmou que o ataque seria "investigado seriamente" e defendeu o Exército, alegando que seus soldados sempre tomam medidas para evitar bombardeios contra observadores da ONU que atuam no Líbano.

O premiê de Israel, Ehud Olmert, telefonou ao líder da ONU, Kofi Annan, para dizer que "lamentava profundamente as mortes e o erro ocorrido".

Al Qaeda

O médico egípcio Ayman al Zawahiri --considerado o "braço-direito" do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden-- afirmou em um vídeo divulgado nesta quinta-feira que o grupo "não irá se calar" diante dos ataques de Israel em Gaza e no Líbano.

Foi a primeira reação da Al Qaeda às ofensivas que Israel iniciou os ataques, em 25 de junho e 12 de julho, em conseqüência dos seqüestros de soldados israelenses.

Em gravação divulgada na rede de TV árabe Al Jazira, Al Zawahiri que o Hizbollah e os grupos terroristas palestinos que confrontam Israel em Gaza não serão detidos com cessar-fogo.

Al Zawahiri afirmou ainda que os foguetes e mísseis que atingem Gaza e o Líbano "não são apenas armas de Israel, mas são financiadas pelos países da coalizão cruzada", e que, por isso, "todos os países que participarem [dos ataques] pagarão seu preço".

Com agências internacionais

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Magal
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