
O premiê israelense Ehud Olmert declarou que Israel não quer voltar a ocupar a Faixa de Gaza e que a ofensiva militar na região visa tão somente a libertação do soldado Gilad Shalit.
Contudo, Olmert alertou sobre o risco de uma ação “extrema” caso Shalit não seja libertado.
O soldado israelense foi capturado por uma grupo palestino radical, depois de um ataque a um posto do exército israelense em Kerem Shalom, deixando quatro mortos.
Na segunda-feira, o governo de Israel recusou negociar com os seqüestradores em troca de informações sobre Gilad Shalit, que é o primeiro soldado israelense sequestrado desde 1994.
A invasão de Gaza acontece menos de um ano depois do final de uma ocupação que durou 38 anos.
“Não temos nenhuma intenção de permanecer na região e só queremos levar Gilad para casa”, disse Olmert, num discurso em Jerusalém.
Novo seqüestro
A situação ficou ainda mais tensa depois que o Comitê de Resistência Popular, que alega ter seqüestrado Shalit, disse que também tem em seu poder um colono israelense de 18 anos.
Segundo o grupo militante ligado ao Hamas, o colono Eliahu Asheri, de 18 anos, será morto caso o ataque a Gaza não seja suspenso.
Na madrugada desta quarta, aeronaves israelenses destruíram três pontes na Faixa de Gaza além de danificar um gerador de energia que servia cerca de 1,4 milhão de pessoas.
O governo palestino reagiu negativamente ao ataque, com o Hamas classificando a ação como “loucura militar”.
Para Mushi al-Masri, legislador do governo liderado pelo Hamas, a atitude “aventureira” de Olmert estava colocando a vida de Shalit em jogo.
Punição a civis
Para o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, o bombardeio da infra-estrutura de serviços civis é uma “punição coletiva” e um “crime contra a humanidade”.
A comissária para relações exteriores da União Européia, Benita Ferrero-Waldner, fez um apelo para israelenses e palestinos para pôr fim à crise.
“Os dois lados precisam ceder antes que a crise fique incontrolável para todos”, ela disse, num comunicado lido por um porta-voz.
“Todas as partes precisam considerar as suas responsabilidades com muito cuidado”.
Ferrero-Waldner condenou o ataque ao gerador de energia, dizendo que tudo deveria ser feito para evitar que a situação humanitária na região piorasse.
“Estou perturbada com o corte de fornecimento de energia a serviços como hospitais, por exemplo”, ela disse.