O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, foi submetido a uma cirurgia de emergência neste sábado e os médicos não acreditam que ele conseguirá resistir ao procedimento, informou uma fonte do hospital.
Filhos de Sharon vão para hospital
"Acreditamos que ele vai morrer hoje", disse a fonte, que pediu para não ser identificada por não ter autorização para falar com a imprensa em nome do Hospital Hadassah.
"Uma grave deterioração do aparelho digestivo foi detectada, e decidimos operá-lo", disse Ron Krumer, porta-voz do Hadasah, em Jerusalém, onde Sharon permanece internado desde o derrame. Na manhã deste sábado, o premier foi submetido a mais uma tomografia computadorizada.
O premier israelense se encontra em coma profundo desde o derrame. Após sua internação, ele foi submetido a três cirurgias para conter hemorragias e a pressão na caixa craniana, mas em nenhum momento recuperou a consciência. Recentemente, perante a perspectiva de não mais se recuperar, ele teve inserida uma sonda no estômago para garantir sua alimentação.
Desde o derrame, Ehud Olmert está desempenhando interinamente as funções de primeiro-ministro, em um cenário de incerteza polícia no país - sobretudo após as eleições do grupo radical Hamas nas últimas eleições legislativas palestinas.
Sharon não participará da campanha eleitoral de seu novo partido Kadima, ao qual todas as pesquisas dão uma vitória folgada nas eleições parlamentares de 28 de março em Israel.
Ele criou as bases desse grupo de centro em novembro passado, após sair do bloco nacionalista de direita Likud, agora sob a Presidência do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, seu histórico adversário.
Por enquanto, não se sabe se Olmert, o mais fiel aliado político de Sharon, e os dirigentes do Kadima liderarão a lista eleitoral com o nome de Sharon para o pleito
Sharon, duramente criticado por seus correligionários, saiu do Likud para negociar com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, as futuras fronteiras de Israel junto a um Estado palestino em Gaza e Cisjordânia, de acordo com o Mapa do Caminho, o plano do Quarteto de Madri - Estados Unidos, União Européia, ONU e Rússia - adotado pela comunidade internacional.
Se o Kadima vencer nas eleições, a negociação recairá em Olmert, um dos principais defensores da "desconexão" do território palestino de Gaza, em agosto e setembro passados, o que levou ao despejo de 8,5 mil colonos de 21 assentamentos judaicos, e outros quatro da Cisjordânia.