Circuncisão masculina protege mulheres da Aids, diz estudo

Circuncisão masculina protege mulheres da Aids, diz estudo

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Por Maggie Fox

DENVER (Reuters) - A circuncisão masculina, que comprovadamente protege os homens da infecção pelo vírus HIV, parece proteger também as mulheres, disseram pesquisadores dos Estados Unidos e de Uganda na quarta-feira.
Circuncidar os homens reduziu em 30 por cento o risco de contaminação de suas parceiras, segundo os pesquisadores. A diferença parece relacionada à estrutura do prepúcio, que é removido na circuncisão.

No estudo, realizado junto a mais de 300 casais ugandenses nos quais o homem tenha contaminado a mulher, os pesquisadores concluíram que 299 delas foram infectadas por parceiros sem circuncisão, e que apenas 44 tinham parceiros circuncidados.

A circuncisão também reduziu o risco de infecção por outras doenças venéreas, mas não a sífilis, a gonorréia e a clamídia, disseram pesquisadores em uma reunião sobre Aids em Denver, Estados Unidos.

Thomas Quinn, da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore, comanda uma equipe que estuda 12 mil voluntários em Rakai, Uganda. No ano passado, o grupo anunciou que homens circuncidados estavam menos propensos à contaminação pelo HIV. Agora, afirmaram à Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas que, uma vez contaminado, o homem circuncidado tem menos chances de transmitir a doença por via sexual.

Eles também apresentaram mais evidências de que a circuncisão protege os homens. Os pesquisadores reviram estudos anteriores e concluíram que a redução do risco foi de 50 por cento, atingindo 70 por cento nos grupos mais vulneráveis.

Essas descobertas serão confirmadas em outros grupos antes que sejam usadas com base para recomendações, disse Quinn. Segundo ele, porém, "as indicações preliminares são dramáticas", e para cada 15 a 60 circuncisões um caso de Aids pode ser evitado.

Os benefícios da circuncisão podem ser uma consequência da estrutura do prepúcio, pois sua mucosa interna contém células que são mais vulneráveis ao vírus da Aids. "Além disso, essa camada de mucosa não tem a grossa queratina que a pele externa do prepúcio tem", disse Oliver Laeyendecker, que trabalhou no estudo, em entrevista.

"Não há mais vírus ali só por causa do tipo de células, mas porque a barreira é mais fácil de transpor entre homem e mulher naquela superfície cutânea."
O vírus HIV pode ser transmitido por sêmen, sangue, leite materno e outros fluidos. Mas o nível do vírus no sêmen diminui com o tempo, embora permaneça elevado no sangue, segundo Laeyendecker.

A teoria é que o vírus possa passar em pequenas quantidades de sangue no prepúcio. "Pela natureza dessa membrana, por ser fina, por ser suscetível a micro-rachaduras, há muitas aberturas", disse o cientista.
"Além disso, você tem mais células com o vírus por lá, o que torna a superfície mais transmissível."

O vírus HIV atinge cerca de 40 milhões de pessoas no mundo, a maioria na África. A cada ano, são 3 milhões de mortos e 5 milhões de novos pacientes no planeta. Não há cura nem vacina, mas existem medicamentos que controlam o vírus durante anos. Laeyendecker disse que os voluntários tiveram acesso a pelo menos algumas das drogas existentes, por meio de um programa dos EUA.


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