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Quais são as origens do Judaísmo Progressista ?

Judaísmo Progressista 

No decorrer dos movimentados quatro mil anos de história judaica, sempre houve aqueles que se posicionaram frontal e heroicamente contra qualquer mudança ou compromisso. Os judeus modernos são herdeiros de uma tradição religiosa submetida, durante séculos, a constantes e intensos ataques físicos e ideológicos. No entanto, mesmo em nossas épocas mais conservadoras e intelectualmente rígidas, o Judaísmo valorizou e preservou as palavras e ações dos grandes reformistas religiosos.

Recordamo-nos de que Abraão, o primeiro judeu, abandonou sua pátria de origem, juntamente com sua família, em busca de uma vida livre da idolatria. Moisés, o legislador, transformou uma comunidade de escravos em uma comunidade livre, dotada de uma extraordinária estrutura legislativa. No contexto do mundo antigo, as inovações religiosas da Bíblia são surpreendentes.

No século oito antes da era comum, Amós defendeu resolutamente uma visão radical da justiça social, desafiando o “establishment” religioso de seu tempo. O profeta Deutero Isaías foi o primeiro a proclamar a visão de um Deus universal. Ezra, o Escriba, reformulou as antigas tradições de seu povo. O autor do Livro de Jó abordou o problema do mal de uma forma desafiadora e pouco convencional.

Em épocas pós-bíblicas Hillel não hesitou em adaptar a lei escrita. o Rabbi Jonathan Ben Zakkai permitiu que a Sinagoga sucedesse ao Templo de Jerusalém, como fulcro da vida religiosa. Judá, o Príncipe, ousou colocar em forma escrita a lei oral. O grande filósofo medieval Maimônides codificou o Talmud e tentou conciliar a teoria filosófica grega com a tradição hebraica.

O Judaísmo Progressista, também conhecido como Judaísmo Liberal ou Reforma, iniciou-se na Europa Central no começo do século XIX. Após mais de mil anos de cruel discriminação e constantes perseguições, os judeus da Europa Ocidental foram surpreendidos pelo clamor em prol da liberdade política que se seguiu à Revolução Francesa. A emancipação do gueto foi um processo longo e doloroso que incluiu o afastamento de muitos judeus do Judaísmo.

O Judaísmo Progressista constituiu-se na resposta criativa de toda uma comunidade a um mundo moderno, atraente e emancipado. Constituiu uma das tentativas de fazer face às mudanças sociológicas e históricas resultantes da emancipação política, civil e econômica.
No início do século 19 as mudanças concentraram-se na liturgia, com o objetivo de modernizar o livro de orações. Enfatizou-se o decoro. Música coral, acompanhada por órgão é uma inovação que data desse período. 

Sermões proferidos no idioma dos congregantes constituiu-se em uma inovação intensamente debatida. O espaço especial reservado às mulheres foi gradualmente abolido e a Confirmação passou a constituir uma cerimônia especial de passagem para a vida adulta para as meninas. O Rabinos começaram a estudar em universidades, recebendo um treinamento acadêmico secular além de sua formação tradicional. Isto lhes permitiu comunicar-se com seus congregantes de maneira moderna e intelectualmente aceitável para a época.

O Judaísmo Liberal europeu transferiu-se para a América do Norte, onde se tornou mais radical e menos tradicional. Muitos dos judeus da Europa Central que imigraram para os Estados Unidos na década de 1850 eram politicamente liberais e buscavam eliminar de suas vidas as sombras de uma Europa reacionária.

Ao final do século XIX a “Ciência do Judaísmo” refletia o desenvolvimento da compreensão da evolução da história e do conhecimento bíblico. Seminários rabínicos não-ortodoxos e não-fundamentalistas haviam sido fundados na Europa e nos Estados Unidos. Associações rabínicas nacionais, então formadas, passavam a sancionar mudanças na prática religiosa. Em contrapartida, os judeus que se recusavam a alterar sua forma de interpretar os textos ou de orar, passaram a ser chamados de “Ortodoxos”.

O mundo judaico de hoje consiste de um caleidoscópio de crenças, movimentos e organizações que vão dos ultra-ortodoxos aos seculares. Na diáspora do mundo ocidental os principais movimentos não-ortodoxos são chamados de Libreais, Conservadores, Reformistas e Reconstrucionistas. Outros termos utilizados para designar estes movimentos como um todo são “Liberal”ou “Progressista”.

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