O ministro da Defesa israelense, Shaul Mofaz, cancelou uma viagem a Washington por causa da reação norte-americana à venda de armas de Israel à China, disse o jornal Haaretz na quarta-feira.
Os EUA são os maiores aliados de Israel e dão dois bilhões de dólares anuais em ajuda militar ao país. Mas Washington restringiu os negócios com armamentos com Israel até que o país siga os regulamentos norte-americanos nessa área.
Questionado sobre a notícia, um porta-voz disse que o Ministério da Defesa de Israel "continua seu diálogo informativo e discreto com os Estados Unidos, na esperança de terminar em breve a negociação".
Washington começou a suspender projetos bilaterais de segurança e a entrega de equipamentos de defesa a Israel em junho, por causa de uma negociação de armas entre o país e a China.
Os EUA temem que a venda de aviões-robô Harpy e de outras tecnologias israelenses à China provoque um desequilíbrio de forças e reforce o poderio militar chinês, o que seria uma ameaça a Taiwan.
O chanceler de Israel, Silvan Shalom, pediu no mês passado desculpas aos EUA pela venda de armas à China, dizendo que "foram feitas coisas que não eram aceitáveis aos norte-americanos" e insistindo que Israel não pretendia prejudicar os interesses norte-americanos.
Os Estados Unidos querem que Israel aprove em 18 meses uma lei que torne mais rígida a fiscalização sobre as exportações militares e esperam também um pedido de desculpas da parte de Mofaz, segundo o Haaretz. A viagem de Mofaz deveria acontecer na primeira quinzena de agosto.
Fontes israelenses de segurança disseram que as restrições norte-americanas vão prejudicar as futuras transações militares de Israel para outros países.
A embaixada israelense em Washington disse em junho que negociadores de ambos os países estão discutindo um acordo para ampliar "a coordenação e a transparência entre os dois governos", o que significa que os EUA teriam mais influência sobre as negociações bélicas de Israel com a China.
Em 2000, Washington criticou duramente a bilionária venda de radares aéreos Phalcon para a China, dizendo que o equipamento poderia ser usado para alterar o equilíbrio regional de poder.
(Por Corinne Heller)